Ji foi o primeiro a acordar naquela manhã fria de final de novembro. Logo reconheceu o quarto do hospital, e revirou os olhos rapidamente para o lado, ansioso para ver se Jeon havia cumprido sua promessa e permanecido ao seu lado naquele lugar. Feliz, percebeu Jung-kook ali, encolhido na poltrona, tapado por um cobertor fino e aparentemente relaxado.
Entretanto, Park sabia que aquele simulado conforto não era real. Lembrou-se imediatamente de que havia falado demais na noite passada, e também se recordou de que acabara se confessando para Jung-kook. As palavras de amor não foram tramadas. Tudo que queria era mover os lábios, sem som, e dizer ao líder o quanto ele era importante. Mas, por algum motivo, o sussurro saiu mais alto que o planejado. Sem saber o que fazer quando viu o estado de choque de Jeon, fechou os olhos e fingiu dormir.
Foi um covarde! E culpou-se demais ao notar que ele havia ido ao banheiro, e lá chorara boa parte da madrugada.
Por que fazia isso? Por que nunca conseguia se controlar? O plano não era afastar-se de Jung-kook para que o mesmo não sofresse? Maldito coração que sempre acabava sendo mais forte do que a razão.
Como se pressentindo que era observado, Jeon abriu os olhos. Apesar dos olhos um tanto inchados, sorriu para Ji-min.
-Bom dia... – murmurou.
Que vontade louca de sair daquela cama, e voar até ele! Encher aquelas bochechas de beijos molhados e apertar-se contra o corpo firme do mais velho. No entanto, a razão voltou com a luz do dia, e Ji-min apenas aquiesceu com a fronte.
-Obrigado por ter ficado aqui...
-Eu prometi, não foi?
-Sim... – o tom da voz de Ji-min baixou, frágil. – Você sempre cumpre suas promessas...
A entoação triste de Park não passou despercebida para Jung-kook. No entanto, não chegou a dizer nada, pois a porta abriu-se sem aviso e ele teve tempo apenas para ver um rapaz alto e loiro atirar-se sobre Jimin.
-Ji-min! – Hoseok abraçou Park com força. – Eu fiquei tão assustado quando soube!
Recuperando-se do susto pela entrada abstrusa de Jung, Jeon levantou-se da poltrona, e afastou o cobertor.
-Tentamos falar com você ontem diversas vezes, mas não respondeu as chamadas do celular! – Jeon o repreendeu.
-Me perdoa, Jeon! – Hoseok implorou com os olhos cheios de lágrimas, enquanto os braços apertavam cada vez mais um Ji-min que tentava escapar desesperadamente do abraço. – Eu desliguei o aparelho, e não voltei ao meu apartamento ontem...
-Não voltou? Por quê?
-Preferi dormir num hotel – Jung explicou. – Achei que Kim poderia ir me procurar lá, e então não retornei – sua voz ficou triste e ele levou o rosto de Ji-min contra seu peito, intensificando o aperto.
O mais novo tentava empurrar Jung, mas não tinha tanta força, e como Hoseok praticamente espremeu sua face contra seu peito, Ji-min também não podia pedir para que Jung o soltasse.
-Não queria que Kim lhe procurasse? – indagou Jeon, estranhando aquela explicação.
-É uma longa história! Mas, pra abreviar, aconteceu de eu ir tomar café da manhã no restaurante do hotel, e ver a notícia no televisor. Vim correndo pra cá!
-E como entrou? Eles são bem rígidos com o horário de visitas!
-Oh! Eu tenho meus métodos! – riu malicioso o loiro.
Jung-kook ergueu as sobrancelhas.
-Você deu em cima da enfermeira! – constatou.
-Que horror Jeon! – defendeu-se o loiro.
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Rendição (Jikook)
RomanceA Pedidos - Versão BTS Jeon Jeongguk é descoberto na infância por um caça talentos. Artista nato, ao lado dos amigos tornou-se um dos maiores ídolos do Oriente. Porém, o rapaz que era o sonho de todas as mulheres amava outro homem...