Capítulo 4

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A porta do camarim se abriu e um Jimin Park arrasado entrou por ela. Os olhos de Jung encararam o amigo com uma interrogação. Porém, quando o olhar de ambos se encontrou, Jimin desviou o seu, constrangido.

— E então? Como foi? – Jung ignorou o ar incomodado do outro. Conversou com Jeon?

Jimin caminhou até o sofá e atirou a bolsa em cima dele. Só naquele instante Hoseok percebeu que Jimin não estava bem. Não eram somente os olhos com olheiras, mas também a forma arrastada de caminhar e uma palidez incomum para a pele já branca.

— Jimin? o chamou.

Jimin voltou o olhar para o amigo.

— Hoseok... – Jimin sussurrou. – Não quero falar sobre isso.

Naturalmente, Jung percebeu que o plano não deu certo. Aproximou-se do outro e pegou suas mãos. Estavam frias.

— Precisa desabafar – afirmou, firme. – O que houve?

Após alguns segundos de silêncio, Park respondeu:

— Jeon não apareceu...

Incrédulo, Jung demonstrou surpresa.

— Jeon não apareceu para jantar?

— Ele havia ido pescar, e só voltou de madrugada. Meu aniversário já havia se acabado. Ele simplesmente esqueceu.

Devagar, Hoseok foi trazendo Jimin para seus braços, ninando-o.

— Quando chegou, pensei no que você disse e tentei ser gentil – Jimin confessou. – Porém, quando tentei puxar assunto, ele foi agressivo...

— Ele bateu em você?

Um riso triste saiu dos lábios de Jimin.

— Não, mas nem precisou. Existem palavras que magoam mais que um tapa.

— Isso não está certo! – Hoseok exclamou. – Ele não tem o direito de fazer isso! Vou falar com ele e...

— Não! – Jimin negou. – Chega, Hoseok! Não aguento mais...

E então afundou o rosto no peito de Jung. Sem escolha, o loiro pode apenas abraçar forte a Jimin, tentando consolá-lo.

— Isso vai passar, viu? – murmurou na orelha do amigo. – Não há dor que dure para sempre.

O corpo pequeno e frágil de Jimin começou a tremer.

— Você está doente? – perguntou repentinamente.

Puxou o rosto de Jimin para cima. Já tinha algum tempo que Park sentia-se indisposto a várias coisas, inclusive gravar seus programas, mas como o menor nunca reclamava, Hoseok não se preocupou.

— Jimin? – insistiu. – Você está bem?

Naquele momento a porta do camarim se abriu. A produtora Karin apareceu. A mulher vinha impecavelmente vestida com um vestido escuro, os cabelos presos num coque aristocrata. Ela havia descoberto os meninos da banda, e mantinha sob eles um poder incomum.

— Está atrasado! – se dirigiu a Park. – O que está acontecendo com você? Resolveu agora bancar a estrela da agência, e não cumpre mais horários?

Era uma acusação injusta. Jimin era o nome mais importante da Agencia dentro da arte cênica; mas, mesmo assim, o rapaz nunca havia faltado um único dia de gravação ou desprezado um papel. A incriminação de Karin apenas deixava claro que ela estava de mal humor.

Desculpe – Jimin se desculpou olhando para o relógio. – Não dormi muito bem...

— Isso não interessa a ninguém da produção! – Interrompeu-o.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora