Eu já estou jantando!

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A volta pra casa foi definitivamente animada. Cantamos músicas no carro, em especial as da Ariana Grande. Não há nada melhor que gritar pelo empoderamento feminino ao som de 7 rings. Quem passava pela rua poderia achar mais que estranho nossa gritaria mas tudo bem, já que Noah está se divertindo e é isso que importa.

Ficamos no Jardim Botânico até o pôr do sol se fazer presente, Noah insistiu que tirássemos algumas fotos e não pude recusar. Confesso, dessa vez foi legal registrar os momentos não só na memória da nossa cabeça mas também em um aparelho. Esse é o tipo de coisa que vou querer lembrar pra sempre.

Assim que estacionei em frente de casa, entramos e tivemos que responder o questionário da família sobre como foi o passeio. O Noah respondeu tudo com bastante empolgação e eu apenas concordava com a cabeça. Em seguida fomos para o quarto pois estou cansado num nível extremo.

- Deixa eu tomar banho primeiro?! - Noah me segura quando percebe que eu peguei a toalha e estava indo em direção ao banheiro.

- Eu estou cansado, vou ser o mais breve possível - afirmo.

- Por favor eu estou suado e fedendo - ele abusa de hipérboles. Isso me fez ter uma idéia.

- Por que não toma banho comigo? - proponho, mais uma vantagem de ter banheiro no quarto.

- O quê? Não! - ele arregala os olhos.

- Por quê?

- Vai que você tenta me molestar ou algo assim - ele realmente parece assustado.

- A gente pode banhar de cueca se você preferir - afirmo.

- Isso vai impedir que você faça alguma coisa comigo? - ele aponta para o próprio peito.

- Para de ser dramático - dou um tapa fraco na cabeça dele. - Até parece que eu sou um estrupador ou algo do tipo.

- E não é? - pergunta. Sério que é isso que ele acha de mim?

- Apenas tira a roupa e vamos - afirmo.

- Ok - ele finalmente concorda. Acho que a noite vai ser bem mais legal que o dia. - Mas não tente tocar em mim ou vou tocar meu apito anti-estupro.

Eu rio e assinto com a cabeça. Tiro a roupa ali mesmo, ficando apenas com a peça íntima. Noah faz o mesmo, eu nunca vou cansar dessa visão dos deuses. Entramos no banheiro e eu ligo o chuveiro, me enfiando primeiro debaixo do mesmo.

- Vem - convido-o.

Ele se mantém parado por alguns segundos mas logo se aproxima. Dou espaço para que ele enquanto passo o sabonete pelo meu corpo.

- Para de olhar pra mim desse jeito - me persuade. Até então eu nem reparei que não tirava os olhos dele.

- Desculpa... É que é meio difícil não me segurar - tento me explicar.

- Eu vou te bater, isso sim.

- Eu adoraria... - finjo estar revirando os olhos. Ele realmente me dá um tapa no braço, eu grito. - Você é muito mau.

- Obrigado - sorri sem mostrar os dentes. Eu finjo não ter ouvido seu comentário.

- Se vira pra eu poder passar em você - aponto pro sabonete.

- Por que eu faria isso?

- E por que não? - essa frase sempre acaba com qualquer argumento.

- Isso seria estranho.

- Mesmo? - levanto uma sobrancelha. -  E dormirmos abraçados também é estranho? E nos beijamos também é estranho? E...

- Eu já entendi. Tá bom, tá bom - ele levanta a mão em rendição. - Mas se tentar alguma coisa, eu te mato.

- Quero ver você tentar - sorrio pra ele.

Desligo o chuveiro e faço um gesto pra que ele se vire, quando ele obedece deslizo o sabonete por sua costa levemente. Da costa pra cintura, da cintura para o abdômen. Eu meio que estou o abraçando por trás agora enquanto deslizo minha mão por seu corpo.

- Para, Josh - tenta me persuadir outra vez.

- Não tá gostando? - pergunto próximo ao seu ouvido. Vejo-o se arrepiar.

Viro-o de frente e o encosto na parede. Beijo-o no pescoço, depois na bochecha e logo minha boca encontra a sua. Meu corpo pressiona o seu. Sua língua invade minha boca e eu me agrado em ver que ele está gostando do que está acontecendo aqui.

- Josh, vocês jantar?! - ouço um grito da Joalin, ao que me parece ela está fora do quarto.

- Eu já estou jantando! - falo alto, Noah me bate.

- O quê? - ela grita de volta. Dou graças a zeus que ela não ouviu.

Pergunto pro Noah se ele vai querer jantar e ele me responde que já está cheio do piquenique de hoje a tarde. Caminho até a porta do banheiro e grito que não iremos.

- Ok - Joalin assenti e, pelo que parece, vai em bora.

Quando volto meus olhos para o banheiro Noah está se jogando água novamente e logo pega uma toalha.

- Pra onde está indo? - pergunto, confuso.

- Josh, nós não podemos fazer isso - é o que tenho como resposta. Que insensatez.

- Por quê?

- Vá se vestir e então conversamos.

- Mas, Noah...

- Josh, não faça do dia de hoje um momento que não iremos querer lembrar - diz. - Por favor, não vamos brigar.

Eu saio da frente dele, Noah sai do banheiro e eu continuo meu banho. Porra, agora estou excitado e magoado ao mesmo tempo, maravilha.

Me enfio debaixo do chuveiro novamente, pedindo pra que a água leve meus pensamentos ruins sobre o quão ruim eu posso ser pro Noah sempre fugir de mim. Evito me olhar no espelho, talvez por medo de perceber a pessoa horrível que sou.

Eu não culpo ele. Não o culpo por eu ter sido o único a se apaixonar. Meu coração está como uma dinamite agora, prestes a explodir. Eu engulo em seco e saio do banheiro.

Ele já está deitado na cama e fecha os olhos ao ver minha presença. Eu visto uma calça moletom surrada e fico sem camisa mesmo. Após isso, me deito ao teu lado, de frente para ele.

- Você deve me odiar, não é? - pergunta, baixinho.

- Eu queria... Mas não consigo - olho em seus olhos cativantes.

Há um silêncio. Apenas nos encaramos sem um motivo aparente. De repente ele começa a se aproximar de mim e deixa um selinho no meu lábio inferior. Eu me seguro pra não puxá-lo pra outro beijo. Deixo como está, acho que assim eu não terei desilusões futuras.

Ele se vira de costa e, num ato instintivo, eu o abraço.

- O que você sente é verdade? - ele pergunta.

- O quê? - realmente não entendi.

- O que você diz que sente por mim, é verdade? - repete.

- Eu mataria, morreria e, principalmente... Eu vivo por você.

Flowers & Ice Cream   ✰  Nosh  ❖  Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora