Eu te ajudo

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Ficar em casa é legal e tudo mais, porém vocês já experimentaram sair de casa de vez em quando? Eu sei, eu sei, parece cansativo só de pensar. Mas pra quê viemos ao mundo se não pra viver, não é mesmo? Eu odeio pensar que as pessoas sempre dizem que "preferem o conforto do próprio lar" quando na verdade estão apenas contribuindo para o índice de procrastinação no mundo.

Isso me assusta, sério. Nem sabemos quanto tempo temos pra ficar desperdiçando estando jogado numa cama e ficando na Internet 168 horas por semana. Eu sei, é legal ficar olhando a vida dos outros sem nem mesmo sair de casa, mas já experimentaram viver de verdade e não apenas sobreviver?

Hoje eu e Noah fomos convidados por Sofya e seu namorado, cujo o nome não me recordo, para um jantar. Eu nem sei muito bem o que vestir. Tenho medo de ir arrumado demais para um jantar entre amigos e desarrumado demais para estar num restaurante. Estou morrendo por dentro.

Noah simplesmente pôs uma calça jeans preta, uma camisa manga longa florida e uma jaqueta marrom e, pronto, está maravilhosamente perfeito. Por que isso não funciona comigo?

Apelo pro bom e velho jeans rasgado, uma camisa social branca com bolinhas pretas e um sobretudo pois não vivo sem.

- Como estou? - pergunto a Noah.

- Lindo como sempre - afirma.

Dou-lhe um beijo na bochecha e passo o braço direito por cima de seus ombros e descemos as escadas. Minha mãe fez o favor me fazer pagar o mico de deixar ela tirar trezentas fotos nossas - realmente não sei se é hipérbole já que demorou bastante, mesmo.

Chamei um transporte alternativo pois não sabia onde era o restaurante e não estava afim de procurar. Dei as coordenadas à motorista, super simpática por sinal, e partimos.

Levou em média uns quinze minutos até chegarmos. Sofya já estava nos esperando com um garoto loiro bonitinho, que eu presumo ser ser namorado.

- Como é mesmo o nome do namorado dela? - pergunto disfarçadamente a Noah, antes que chegássemos perto deles.

- Pra falar a verdade, eu também não lembro - afirma. Eu sorrio de nervoso. - Isso aqui é um restaurante japonês? - eu nem tinha reparado nisso, mas assim que confirmo com uma olhada na placa enorme, assinto.

- O quê que tem?

- Eu não sei comer com aqueles palitinhos - afirma.

- Eu te ajudo.

- Que bom, não quero passar vergonha.

Eu sorrio, respiro fundo, ajeito minha roupa uma última vez e então paramos em frente a eles.

- Olá - Sofya nos comprimenta, sorridente.

- Oi, demoramos muito? - manter a formalidade é essencial.

- Claro que não, nós que nos adiantamos um pouco - ela conta. - Esse aqui é o Andrey, meu namorado.

- Prazer em conhecê-lo - aperto firme a mão que ele estendeu, Noah faz o mesmo. - Esse aqui é Noah.

As formalidades se invertem e então Sofya fez um sinal para que entrássemos, assim fizemos. O tal Andrey falou com o cara da recepção e ele nos guiou até uma mesa próxima da janela, nos acomodamos por aqui e passamos a olhar o cardápio.

- Vocês têm alguma preferência? - Sofya pergunta.

Noah olha pra mim na esperança de que eu respondesse já que ele não conhecia nada do cardápio. Por que eu nunca levei ele num restaurante japonês?

- Você é alérgico a algum tipo de frutos do mar? - pergunto à Noah, ele responde que não. - Fiquem à vontade para pedir o que quiser então.

Nada melhor do que passar a responsabilidade pros outros. Eu prefiro não arriscar fazer um pedido já que só conheço as comidas famosas do tipo sushi ou sashimi. Vai que eu peça algo e venha algum bicho vivo, não é?

Flowers & Ice Cream   ✰  Nosh  ❖  Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora