A REASON FOR ME / hs

22 | Vem cá

BO

Escuto de longe meu celular tocando, tateio a mão em baixo de meu travesseiro e não o encontro, estico minhas mãos para meu criado mundo e paro no mesmo instante quando não sinto meu criado mundo que deveria estar ao lado da minha cama, com meus pertences.

Abro meus olhos em alerta e me arrependo no mesmo instante em que os raios solares queimam meus olhos, resmungo quando tento sentar na cama, péssima ideia também, quando minha cabeça da uma volta e sinto o embrulho em meu estômago.

Fico deitada por mais alguns minutos quando ouço meu celular tocar em uma música horrível, abro meus olhos e tento mais uma vez me sentar na cama, festejo mentalmente quando tenho o maior sucesso. Tento ajustar minha visão com a claridade do quarto e reparo que não estou no meu quarto, olho desconfiada o analisando e não o conheço, tento me lembrar se já estive aqui antes, e não.

Escuto mais uma vez o som horrível de um celular, escutando melhor é impossível que seja o meu, levanto da cama rápido e percebo que estou com outra roupa e não com o meu vestido de ontem a noite, bom, pelo menos estou vestida. Procuro o celular que continua gritando pelo quarto e o acho ligado na tomada perto de uma estante, quando vou atender a chamada ele para de tocar, tento por a senha e ele bloqueia novamente, o analiso e tento mais uma vez por alguma senha qualquer, continua bloqueado. Quem que não tem foto como bloqueio de tela em seu celular?

Escuto vozes um pouco distante e logo uma porta batendo, abro a porta do quarto e me deparo com um banheiro, limpo. Acho que posso usar o chuveiro rapidinho. Depois de tomar um banho procuro meu vestido pelo quarto e não o encontro, recoloco o moletom e a blusa que eu estava usando quando acordei, que é extremamente grande aliás, caminho em direção á outra porta que dá direto para um corredor que está cheirando á bacon e ovos, minha barriga ronca só com o pensamento de comida. Eu reconheço este corredor.

— Posso saber como que eu parei em um quarto extremamente organizado na casa do meu melhor amigo? — digo entrando na cozinha e o encontrando sentado em frente à bancada. — Tem um celular tocando lá em cima, que aliás não é meu. — o observo enquanto ele se vira e me olha estranho.

— O que você está fazendo aqui? — diz confuso. Rio.

— Não sei Louis, me diz você! — me irrito. — Foi você que me garantiu que aquelas bebidas não iriam me deixar bêbada, tu sabe que eu odeio perder o controle das coisas nas festas, mas mesmo assim ficou me garantindo que estava tudo ok, tu sabe melhor que ninguém que eu sou fraca para qualquer droga! E depois que elas fizeram efeito em mim você me abandonou lá, todo vocês me abandonaram! — falo alto. — E depois o Harry teve que me.. — paro de falar no mesmo instante em que me recordo de como vim parar até aqui. Bendito Harry Styles!

— Harry teve o que Bo? — me viro de frente para Louis o pegando tentando esconder o sorriso de lado. — O que foi? — pergunta se fazendo de desentendido.

— Bom Dia princesinha, vejo que acordou de mal humor. — arfo surpresa quando escuto sua voz por trás de mim, levanto a mão para Louis enquanto ele tenta segurar a risada.

— Harry. — digo me virando de frente para ele, deixo um suspiro escapar quando me deparo com seis gominhos bem definidos, fala sério! — Da para você se vestir? — digo rapidamente me virando para ver Louis rindo, escuto uma risada rouca antes de escutar seus passos em direção ao corredor.

— Você dorme com o cara e ainda cora quando o vê seminu, aí Bo, você é uma gracinha. — Louis debocha enquanto volta sua atenção para o jornal e o café que ele estava tomando quando entrei na cozinha.

— Eu não dormi com ele. — digo rapidamente indo até a cafeteira e enchendo uma caneca de cafeína para mim. — Eu quero saber o porque que ele tem a chave de seu apartamento Louis.

— Tenho a chave porque eu moro aqui com Louis, Beatriz. — diz Harry entrando na cozinha, agora vestido. Olho para Louis confusa.

— Ofereci o quarto vazio para Harry quando eu vi que ele dirigia de Londres até aqui somente para as aulas, assim ele não precisa ficar horas em um carro e perder o dia somente para vir até a faculdade, já que eu tinha um quarto vago desde que Liam foi morar com Sophia, eu ofereci. E agora ele está aqui até se formarmos. — diz tomando seu café e concentrado no seu jornal enquanto fala tranquilamente.

— Você está morando aqui desde quando? — dirijo meu olhar para Harry que está fritando algo no fogão. — O que você tá fazendo ?

Harry ri baixinho e me fala que está no apartamento já faz algumas semanas, me sirvo de mais café e me sento ao lado de Louis e deposito um leve beijo em seu rosto antes dele se levantar e dizer que está indo encontrar Niall.

Harry me estende um prato com bacon e ovos e o agradeço, ele se senta em minha frente e acabo concordando mentalmente que não faria mal se tivéssemos uma conversa bacana, então deixo fluir o momento que estamos tento e acabo me encontrando entre gargalhadas com o homem que já teve meu coração.

Sorrio tentando esconder a minha vergonha enquanto observo Harry contando de ontem a noite entre gargalhadas alta. Resumidamente? Eu acabei adormecendo logo depois que entramos em seu carro, e ele ficou em dúvidas se me levava para o meu apartamento e encarava minha e mãe e da Eleanor com várias perguntas que elas fariam, ou se me trouxesse para cá.

— Eu estou falando sério Bo, você literalmente vomitou tudo ali no quintal, acho que foi o balanço do carro e a sua breve soneca no caminho. — diz ainda sorrindo e eu o encaro com nojo.

— Eu sei que eu vomitei no quintal Harry. — o repreendo e vejo ele sorrindo divertido. — Eu tenho um estômago fraco desde que, bem, tu sabe. — engulo em seco e desvio o olhar rapidamente. — Mas obrigada por ter me ajudado, fico te devendo uma.

— Você não precisa agradecer Bo. — diz calmo, mas não encontro mais seu sorriso.

— Óbvio que sim, eu vomitei em cima de você! — Exclamo e rio. — Eu me recordo de tudo.

Harry me encara por breves minutos e vejo seu sorrindo crescendo em seu rosto, sei o que ele está pensando enquanto me olha e sorri. Além dele ter me colocado em baixo do chuveiro depois de eu ter vomitado nele e em mim, ele também me ajudou a colocar suas roupas quentinhas e me observado de canto enquanto eu o encarava trocando de roupa em seu quarto mal iluminado por conta da noite escura.

— Você está bem?

— Estou porque?

— Tá me encarando por muito tempo. — diz se levantando e caminhando em minha direção.

— Não estou não. — minto.

— Sim você está. — Harry para do meu lado e gira o banco onde eu estou. — Vem cá.

Congelo no mesmo instante em que sinto seus braços em minha volta, por impulso abro minhas pernas e ele se aconchega mais perto de mim. Escuto um leve suspiro quando envolvo meus braços em volta de seu tronco também, ele se ajeita e me abraça ainda mais apertado. Meu Deus.

— Está na hora da gente parar com essas brincadeiras de tentar esquecer o que aconteceu entre nós e conversarmos seriamente. Eu não consigo mais ficar um minuto longe de você Bo.

E em frações de segundo sinto seus lábios nos meus.