Você acredita que amizades intensas podem virar um amor intenso?
Mas não é qualquer amor que estamos falando, é aquele amor que corrói o teu coração, que faz borboletas voarem o mais rápido dentro de você. Aquele amor tão intenso que tu até se afa...
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BO
Tento respirar lentamente enquanto minha cabeça trabalha para tentar raciocinar o que Harry acabou de me dizer, ele foi embora por causa de chantagem, ele me deixou todo estes anos pensando que eu não era o suficiente para ele, pensando que ele não gostava de mim, que não queria estar ao meu lado, que eu era insuficiente.
— Quem fez isso com você? — pergunto me virando para lhe olhar.
— Não posso te dizer, não quero quebrar seu coração. — diz desesperado. Rio.
— Não Harry! Meu coração já está despedaçado desde que você me deixou, desde que você não teve coragem de olhar na minha cara e me dizer a verdade. Você não foi honesto, e mentiu pra mim! — digo tentando controlar minha voz, tendo consciência que minha mãe está lá em baixo, e ela não perderia a oportunidade de escutar atrás da minha porta se escutasse meus gritos. — Mesmo sabendo que eu odeio mentiras, que eu não suporto quando mentem pra mim.
— Bo, me escuta por favor! — Harry se agacha entre minhas pernas e me encara, vejo quando seus olhos mudam de cor e transmitem desespero. — Eu não menti para você! Eu só não queria te magoar.
— Mas você me magoou de qualquer forma Harry. Você me deixou quando eu mais precisei. — sussurro.
— Eu não queria te deixar, por favor acredita em mim. — diz rapidamente. — Tudo que eu sempre quis foi estar ao seu lado.
— Então me diz quem fez isso com você, com nós. — suplico e vejo serenidade em seus olhos quando ele concorda lentamente com a cabeça.
Harry se levanta e caminha alguns passos em círculo em meu quarto, ele me olha algumas vezes, suspirando alto ele puxa a cadeira da minha escrivaninha e se senta em minha frente. Aceito quando ele segura em meus joelhos e pede para eu o olhar.
— Foi seu Pai, foi ele que me fez me distanciar de você.
O observo lentamente tentando digerir as palavras, vejo tristeza e sinceridade em seu rosto. Ainda não sei o que lhe dizer e o olho suplicante pedindo por mais informações, ele suspira e segura minha mão, como se fosse para me passar forças para suas próximas palavras.
— Você sabe que seu pai nunca gostou de mim, ele não suportava quando estávamos juntos e passou a me odiar quando chegamos perto dos quinze anos. — diz e desvia seus olhos para sua mão que segura a minha firmemente. — Alguns dias antes de você ir embora de Londres, ele de certa forma ficou sabendo que eu sabia sobre as coisas que acontecia em sua casa antes dele partir. Foi quando ele veio conversar comigo, não, ele veio me ameaçar. Ele começou dizendo que achava melhor eu não abrir a minha boca se não ele daria um jeito de me distanciar de você, eu não tinha medo dele. Bo, você sabe que eu nunca contei para sua mãe porque você não queria. — diz e me olha, concordo com a cabeça rapidamente.
— Eu conheci uma garota naquela semana e conversamos por um tempo, ela se sentiu segura e disse que passava por algo parecido com o que você passava, só que com o padrasto dela. Foi quando eu á busquei em sua casa para o trabalho que as coisas mudaram. — diz e sinto meu coração despedaçar quando ele diz que conheceu uma garota na época em que eu já o amava. — Á busquei em sua casa porque o seu namorado não poderia, ele tinha treino extra no dia e eu o devia uma ajuda.
