26. A vez em que um jovem órfão fez companhia a um príncipe

972 205 441
                                    

Ian e Maia ficaram bastante alarmados quando descobriram que Leo pretendia enfrentar a Caçada Voraz por conta própria.

— Como assim você vai atrás deles?? Você vai caçá-los? — Ian quis saber, nervoso.

O príncipe morcego respondeu com uma sonora gargalhada.

— Esse seu comentário apenas reforça o quanto lobos e vampiros são diferentes — divertiu-se Leo. — Por que eu caçaria os membros desse tal conselho se existe a possibilidade de conversarmos como criaturas civilizadas e resolvermos nossos problemas sem recorrer à violência?

— Então o que você pretende fazer, exatamente? — questionou Maia, apreensiva.

— Eu vou me apresentar a eles, ora essas — Leo rebateu, como se aquilo fosse algo óbvio. — Esclarecer minhas intenções ao vir morar aqui e dizer que estou à disposição para colaborarmos uns com os outros sempre que for necessário.

— Não tenho tanta certeza de que eles irão te receber de braços abertos — apontei, lembrando do quanto Conrado parecera ansioso para rastrear meu amigo vampiro.

— Eu trouxe uma equipe para me ajudar a conduzir os negócios por aqui — revelou Leo. — Ao todo, além de mim, temos dez vampiros em nossa comitiva, mais dez consortes humanos voluntários, para alimentá-los e não precisarmos recorrer ao sangue da população de Esmeraldina. Então, se esses lobos tentarem alguma gracinha, eu estarei muito bem protegido e assessorado. As habilidades dos meus aliados morcegos não se limitam a fazer drinks ou a decorar uma boate, tenham certeza disso — concluiu ele, confiante.

— Ok, mas promete pra gente que vai tentar resolver as coisas de um jeito pacífico primeiro, por favor? — eu pedi, temeroso do que pudesse acontecer com a família de Ian e Maia caso a Caçada Voraz e o vampiro acabassem se desentendendo.

— Como eu poderia negar isso, com você pedindo de um jeito tão adorável? — ele respondeu, sorrindo para mim e me fazendo ruborizar. Sim, eu tinha esquecido o quanto o Leo tinha essa mania de me fazer passar vergonha em público.

— E quanto à doença? — Bárbara nos interrompeu, para meu alívio. — Você não pode fazer nada pra nos ajudar? Meu primos estão hospitalizados, a Inara também tá desacordada, e ninguém nessa cidade sabe o que fazer...

— Já tenho uma ideia de como lidarei com isso — Leo informou. — Vou seguir o palpite do Pajé, de que existe mesmo uma forte possibilidade da causa da doença ter alguma ligação com o sobrenatural. Entrarei em contato com o serviço de inteligência vampírico e pedirei para que procurem por qualquer informação em nossos registros que nos ajude a entender o que está acontecendo por aqui. Manterei vocês informados caso faça qualquer descoberta.

— Eu tenho outra pergunta — disse Ian, mal-humorado. — Sério, Leo, eu tento não implicar com você, de verdade, mas precisava mesmo de tudo isso? Olha só pra esse lugar! Não sei se a ideia era não chamar muita atenção, mas, se for o caso, acho que você passou bem longe disso!

— Uma das coisas que mais me incomodou quando estive aqui da última vez foi a falta de opções de entretenimento nessa cidade — Leo admitiu. — Digo isso com todo respeito à tia do Davi, mas as pessoas só iam naqueles shows tediosos na pousada dela porque não tinham nada melhor pra fazer. Então, quando meu pai me informou que eu seria transferido pra cá, precisei dar um jeito nisso. Não poderia morar num lugar que não oferece nem ao menos um bar decente, me desculpem — o vampiro se justificou. — E, de certa forma, o Lacrimosa também serve como justificativa para as vinte pessoas novas que resolveram morar em Esmeraldina de uma hora para a outra. Melhor que todos pensem que elas vieram para trabalhar no clube. Acho que é um bom disfarce para o nosso posto de operações vampíricas — concluiu ele, satisfeito.

O Clube da Lua e o Devorador de Sonhos (Livro 2 ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora