45. A vez em que uma loba dourada foi resgatar um aliado

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— Ian, espera por favor! — eu gritei, tentando alcançar meu irmão, que se movia apressado pelo estacionamento do Lacrimosa, em direção ao seu carro.

— Eu preciso ir atrás do Davi! Ele tá junto com aquele monstro! Deve estar correndo perigo!

— Você não pode se enfiar sozinho na reserva de noite, ainda mais sem o seu lobo! — argumentou Bárbara, que nos seguira até o lado de fora, acompanhada pelo restante de nossos amigos.

— Não tem como eu ficar aqui parado sabendo que o Davi tá em risco! — Ian rebateu.

— Eu vou junto então — ofereceu a pantera. — Estou acostumada a andar pela reserva e posso usar meus poderes caso a gente entre em conflito com esse tal de Fred.

— Eu também vou — informou Leo. — Não vou ficar aqui de braços cruzados, assistindo a tudo isso sem fazer nada!

— Leocaster, você tem uma videoconferência marcada com o seu pai para daqui uma hora — Tatianna interrompeu. — Você não pode deixar o rei dos vampiros esperando. E também precisa falar com ele sobre a nossa operação, pra que ele libere os morcegos do nosso time para ajudar. Fique aqui e deixe que eu vou procurar o Davi no seu lugar. Eu sou uma melhor rastreadora do que você, de qualquer forma.

— Eu acho melhor mesmo não irmos todos — ponderou Poliana. — E se for uma armadilha? Tudo o que a criatura quer é se livrar do Leo e do Davi. Precisamos agir com prudência e não entregar os dois pra ela de mãos beijadas!

— E nós ainda não temos certeza se é mesmo esse garoto o responsável por libertar o monstro — argumentou Tatianna. — E nem sabemos se há mais gente trabalhando com ele, caso ele seja de fato o culpado.

— Certo, vamos nós quatro então — sugeri. — Eu, Ian, Bárbara e Tatianna. Acho que é o suficiente pra tirar o Davi de lá em segurança. Se tudo o que descobrimos estiver mesmo certo, o Devorador de Sonhos ainda não tem todos os seus poderes, então é possível que a gente consiga escapar dele por enquanto.

— Me mantenham informado — Leo pediu, apreensivo. — Se eu não receber nenhuma resposta de vocês até o amanhecer, darei um jeito de enviar reforços. Agora vão! Se cuidem e tragam o Davi de volta, por favor!


***


Seguimos no carro de Ian até o balneário municipal. Durante o caminho, telefonei para um dos lobos que trabalhavam no local e perguntei sobre a localização de Fred e Davi. Ele informou que os dois estavam acampados em uma das torres de observação da reserva, que ficava cerca de duas horas de caminhada da entrada do balneário, caso seguíssemos a trilha utilizada normalmente pelos turistas. Chegaríamos ao local mais rápido se cortássemos caminho pelo meio da floresta, mas Tatianna argumentou que, se por um acaso Davi conseguisse escapar de alguma forma, muito provavelmente seguiria pela trilha, já que não era acostumado a se movimentar pela mata como nós.

Acatamos o conselho da vampira e nos embrenhamos na floresta seguindo as marcações da trilha mais longa, iluminando nosso caminho com lanternas. Estávamos todos tensos e atentos a qualquer movimentação a nosso redor. Foi inevitável não recordar da noite em que atravessamos a reserva em busca da Flor Cadáver. Só torcia para que, dessa vez, não tivéssemos nenhuma surpresa desagradável, como acontecera na noite do acampamento de carnaval. Depois de mais de uma hora caminhando em silêncio, fomos interrompidos por Tatianna.

— Tem alguma coisa vindo nessa direção — ela revelou. — Se escondam, por favor.

Fizemos como recomendado e nos acomodamos atrás de alguns arbustos, com o olhar atento na trilha, apreensivos. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, porém, vi Ian se mover repentinamente ao meu lado e sair correndo.

O Clube da Lua e o Devorador de Sonhos (Livro 2 ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora