36. A vez em que um jovem órfão viu suas alianças serem questionadas

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Leo nos encarava, esfregando as mãos e sorrindo, satisfeito.

— O que você tá pensando em aprontar dessa vez, morcegão? — Maia quis saber, preocupada.

— Acho que chegou a hora do Lacrimosa abrir as portas novamente — o vampiro respondeu, empolgado. — A primeira inauguração foi um desastre, graças à explosão da cozinha, e foi exclusiva para convidados, de qualquer forma... Por isso, como compensação, quero a casa cheia no nosso próximo evento!

— Não sei se entendi aonde onde você quer chegar, Leo... — mencionou Bárbara.

— Vou fazer uma nova inauguração, dessa vez aberta ao público geral de Esmeraldina — anunciou o príncipe morcego. — Farei questão de divulgar de todas as maneiras, para atrair o maior número de pessoas possível!

— E isso vai nos ajudar de que forma?? — Ian questionou, confuso.

— É simples, lobinho. Também mandarei um convite de honra para esses lobos do conselho. Tenho certeza de que eles não perderão uma oportunidade pra vir xeretar o que eu e os meus vampiros estamos aprontando por aqui, principalmente comigo abrindo as portas da nossa casa voluntariamente!

— Ok, eles podem até aceitar comparecer ao evento... — Ben mencionou, com cuidado. — Mas o que você pretende fazer depois? Bater neles até eles confessarem alguma coisa? O Hector e o seu grupo são muito experientes, eles não vão cair em qualquer armadilha...

— Vocês parecem que se esqueceram com quem estão lidando — Leo reclamou, fazendo bico. — Quem são os seres mais astutos, sedutores e traiçoeiros desse mundo, se não os vampiros? Nós temos nossos próprios recursos para fazer qualquer um desembuchar, não vão ser esses cãezinhos que vão nos dar trabalho!

— Certo, Leo, nós não duvidamos das habilidades de vocês, mas como, exatamente, você pretende fazer isso? — Maia insistiu.

— Vou preparar um camarote para eles, com bebida à vontade e meus melhores espécimes vampíricos, capazes de seduzir qualquer criatura sobrenatural com seus encantos — explicou Leo. — Até o final da noite, alguma informação eles vão soltar, tenho certeza!

— Não se esqueça de que nós, lobos, somos extremamente resistentes aos efeitos do álcool — Ian mencionou, claramente duvidando do plano do vampiro.

— Obviamente não servirei álcool comum, mas algumas de nossas produções especiais, de fabricação artesanal, capazes de derrubar até mesmo um ciclope! — retrucou meu amigo morcego, ainda se gabando de seu plano.

— Não custa tentar, não é mesmo? — Maia interrompeu, tentando acalmar os ânimos. — E acho que o evento do Leo pode ser uma boa oportunidade pra realizarmos outra investigação paralela.

— Como assim? — perguntei. — O que você tem em mente?

— Tenho certeza de que os lobos do conselho trarão toda a sua tropa com eles caso decidam mesmo vir até aqui, tanto para garantir sua própria segurança, quanto para investigar o clube e as atividades dos vampiros — Maia explicou. — Se isso acontecer mesmo, a fazenda ficará livre, e poderemos revistar os pertences deles pra tentar encontrar alguma coisa comprometedora... Documentos, anotações, ou algo do tipo...

— Acho muito arriscado e não sei se vale a pena se expor tanto... — Ben opinou, apreensivo.

— Se for feito rápido e com cuidado, pode funcionar... — Bárbara argumentou. — Só é preciso se certificar de deixar tudo do jeito que estava antes, pra que eles não percebam...

— Sinceramente, é o melhor que podemos fazer no momento — comentou Ian. — Estamos correndo contra o tempo, é isso ou nada...

— Todos de acordo, então? — Leo perguntou, para se certificar. Nós apenas assentimos, em silêncio. — Muito bem! — continuou o vampiro, animado. — Prepararei tudo e enviarei os convites imediatamente!

O Clube da Lua e o Devorador de Sonhos (Livro 2 ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora