Capítulo 11

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Vou o trajeto inteiro até o supermercado ouvindo Bonita, umas das minhas preferidas.

Um velhinho cabido, e muito ousado pro meu gosto, não parava de olhar para minhas pernas, já estava pra perguntar se ele tinha perdido alguma coisa, mas até parece que ouvi Mari no meu ouvido, me chamando de mau educada, por sorte, só durou poucos minutos porque minha parada chegou e eu desci.

Comprei tudo que eu precisava pra fazer o jantar e algumas coisas que eu realmente preciso em casa, e meu Deus, arrombei novamente a conta do cartão, tia vai me matar quando receber a fatura. Espero que pelo menos a comida fique boa e todos se divirtam, porque eu vou passar uns 2 meses pagando esse jantar.

Tá bom, já que eu já arrombei o cartão mesmo, nada mais correto do que terminar de lascar tudo, chamo um Uber pra me levar pra casa, e ainda preciso ligar pra Luccas e perguntar se ele pode vir hoje a noite.

Quando chego, guardo tudo, e antes de qualquer coisa, olho pra bagunça que está minha casa, meu Deus e eu ainda trago as pessoas aqui.

Ok, não sou a pessoa mais organizada do mundo, e nem a mais disposta, mas coloco minha playlist de músicas pra tocar, 98% da lista é músicas dos meninos, e os outros 2% são algumas músicas que eu ouço e me chamam atenção.

Depois de arrumar a casa inteira e posso dizer, deu um trabalho do inferno porque estava imunda, nem lembro qual foi a última vez que inventei de arrumar, enfim, preciso fazer um lembrete mental sobre isso.

Pego meu celular e olho a hora, já são 11hrs30min vou ligar pra Luccas, provavelmente ele esteja almoçando, mas acho que não tem problema, vou até meu quarto e pego minha agenda, pego meu celular e disco o seu número. Depois de cinco toques ele finalmente atende.

— Alô?

— Oi, é a Camila, você tá podendo falar?

— Oi Camila, não achei que fosse me ligar, que surpresa — escuto sua risada — estou sim, pode falar.

— Queria saber se você tá livre hoje a noite?

— Estou sim, o que você pretende? Me usar novamente?

Ele dá risada.

— Hahaha, engraçadinho, não, e nem vá pensando que aquilo vai acontecer de novo, porque não vai, eu só queria te chamar pra jantar aqui em casa e depois vermos um filme, eu, você e a Mari.

— E o que sua fiel escudeira acha sobre isso? Não acho que ela goste muito de mim

— Eu ainda não contei a ela, mas ela vai topar sem problema algum, ela é gente boa.

— Sei, e porque está me convidando se já vai ter a companhia dela?

— Bom, não tenho muitos amigos, e você foi legal em perguntar e ouvir sobre minha história, então, eu segui o que você disse sobre fazer novas amizades, então você vem ou não?

Eu já estou ficando impaciente, é um chove e não molha, um interrogatório, é pior que polícia.

— Que horas?

Dou dois pulinhos de felicidade, não me perguntem porque.

— As 19hrs30min, não se atrase, e se pude traga algumas coisas pra comermos vendo um filme, beijos.

Nem dou tempo dele falar, eu desligo, preciso enfrentar e sobreviver a uma ligação com Mari, não vou falar disso pelo WhatsApp.

No segundo toque ela me atende.

— O que foi? Pra você tá me ligando, você se meteu em alguma encrenca, ou o mundo virou do avesso mesmo.

Sempre pensando o melhor de mim, é uma amigona.

— Calma, eu não fui presa, ainda.

Dou risada.

— Se for trabalhar como comediante sugiro que procure outra profissão, fala logo, tenho que voltar pra sala, o intervalo acabou.

— Então... Eu vou fazer o jantar hoje a noite, fui até no supermercado e queria que você viesse, e depois vamos ver um filme, você vem?

Não tenho coragem, se tem alguém que me assusta nessa vida é ela.

— Claro, que horas?

— 19hrs30min, não se atrase, eu convidei outra pessoa também...

— Quem?

— O Luccas...

— O que? Camila, o que você pretende? Eu sei muito bem que você não vai gostar dele, você já tentou lembra? E deu em problema, e aquele garoto é uma peste.

Então né, não errei quando disse que ela surtaria.

— Eu não quero nada dele, já falei a ele, só quero que ele seja nosso amigo, ele foi o único que se interessou em saber porque eu o escolhi Mari, ele escutou toda a história, tadinho, deve ter criado até expectativa, vamos, por mim só essa noite.

Escuto seu suspiro do outro lado.

— Tá bom, tá bom, chego aí as sete pra te ajudar, te amo, tenho que ir.

Ela desligou.

Bom,espero que saia tudo bem, vou tomar um banho e fazer alguma coisa pra almoçar,está me dando fome de verdade pela primeira vez hoje. 

A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora