Capítulo 2

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— Na boa Mari, você me odeia amiga? Não fala isso, não destrói meus sonhos amiga — faço beicinho — já basta minha triste realidade de nunca nem ter ido a um show — rainha do drama, mas Mariana é minha única amiga nesse mundo que sabe me aturar e aceitar meus sentimentos, complexos, dramas e o ser humano que eu sou.

— Ou minha amiga, vê se acorda — fala me sacudindo — ele é um cantor famoso, é um artista, tem milhares de mulheres aos pés dele quando ele quiser, é rico e nós, bom, nós somos gostosas e lindas, mas não somos do mundo dele. — ela me abraça, sabe que se eu pudesse eu mudaria as coisas, pararia pra me relacionar, mas ela conhece os sonhos, conhece meu inferno pessoal, e graças a Deus ela o entende.

— Eu sei — suspiro — precisa me lembra não — a olho — aconteceu de novo ontem, o mesmo sonho sempre — ela suspira — se eu conseguisse ao menos entender que porra de sinal o universo está mandando, mas nem assim. Depois que acordei não consegui nem dormir mais, meu corpo tá aqui mas minha alma tá no meu quarto. — deixo minha cabeça cair.

— Nem me fale em dormir, hoje ainda é segunda e eu já estou morrendo, querendo que a semana acabe, preciso de férias — ela é podre de preguiça e eu também, nisso somos idênticas, mas somente nisso, sou o oposto de Mariana.

— Férias pra que? Nem temos dinheiro pra viajar — suspiro frustrada — mas você já está sabendo da festa que vai acontecer naquele barzinho que fomos outra noite?

— Não, o que vai ser? Outra noite de karaokê — seguro a risada quando lembro disso — Se bem que você sabe que não podemos sair muito esse semestre, temos muita coisa pra fazer, você já sabe. — é, ela é conhecida pela senhora certinha, é bom as vezes porque me livra de encrenca, mas na maioria das vezes é um saco.

— Vê se esquece a faculdade um pouquinho tá, a prioridade agora é diversão, você mesma estava agora dizendo que precisa de férias — a olho sorrindo com cumplicidade — me disseram que vai ser ótimo, vai ter música ao vivo, com um cantor, não deve ser famoso porque nem sei o nome, mas deve dar pro gasto, o ponto é que, preciso me divertir, vai que encontro uma companhia e me divirto um pouquinho — ela suspira frustrada — vamos, por favor.

— Você não toma jeito né, não dá pra ficar com um e com outro Camila, vê se coloca isso na sua cabeça, fazendo isso você não vai esquecer sua paixão platônica, ou seja lá o que for isso. — aí vocês me perguntam como eu fico com outros se eu juro de pé junto que amo o outro lá que não sabe que eu existo.

É simples, sempre fico com alguém que pareça com ele, Mari diz que isso não ajuda a superar e que eu realmente preciso de ajuda psiquiátrica, mas que se dane, se parecer com ele, o resto é fácil, olhos fechados e minha mente começa a trabalhar.

— Por favor, vamos, vamos, diz que sim, prometo que voltamos cedo — fico de joelhos na frente dela e faço cara de choro, mas eu sei que ela vai ceder, ela não me deixaria sair sozinha, ela tem medo por nós duas.

— Aaa, tá bom — bato palminhas comemorando — mas voltamos cedo e só vamos tomar um drinque apenas e sem álcool entendeu? — balanço minha cabeça concordando — te odeio as vezes, vamos, a aula vai começar.

Bom, é Mari é tudo que me restou depois da morte dos meus pais, ela foi minha âncora pra que eu não surtasse e me destruísse.

Na época que meus pais morreram fazia muito pouco tempo que eu conhecia ela, mas ela foi tudo pra mim quando eu me senti completamente sozinha e tá ai comigo até hoje. Ela sempre cuida de mim quando eu fico animada demais nas festas e sempre dá o fora nos caras por mim é quase que minha mãe postiça.

Sim contei que ela expulsa eles no outro dia? As vezes eu tenho até pena dos coitadinhos, se eles soubessem que eu durmo com eles pensando em outro, e que nunca consigo ter um orgasmo com eles, apenas finjo me pergunto o que isso causaria ao psicológico de cada um.

É sempre o mesmo ciclo vicioso, encontro alguém, levo pra casa, transamos, ele goza, nem chego perto, então digo que vou tomar um banho e fico minutos no banheiro, ouvindo a voz dele ate atingir o prazer, quando volto pro quarto estão sempre dormindo, então vou pra sala e durmo no sofá, no outro dia Mari aparece lá em casa muito cedo e põe eles pra correrem, uma vez ela disse que o cara deu em cima dela e ela deu um chute no saco dele.

A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora