Capítulo 36

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Minhas mãos estão suando tanto que parece que estou lavando-as de dentro para fora.

Eu e Mari estamos indo em direção a porta de funcionários.

Mariana tá quase vomitando, tá suando feito uma porca.

Não é pra menos, só de saber que estou a metros de distância dele, e de todos os outros meu coração vem na garganta. Estamos indo para onde Luccas tinha dito que seria a melhor forma, mas para isso precisamos passar na frente da garagem, lá tem dois seguranças, e meu bom Deus, por favor, que eles não suspeitem de nada.

— Com licença — um deles nos para, é agora — as senhoritas estão indo aonde? — meu Deus que medo, hora de virar atriz.

Mariana está quase se mijando do meu lado, também, o homem tem quase cinco metros de altura.

— É — limpo a garganta — somos funcionárias, começamos essa semana — dou um sorriso para ele, que medo.

— Vocês se parecem muito jovens para trabalhar aqui — ele está analisando nós duas, e eu espero que a cara de Mari esteja sendo convincente, porque estou dando meu melhor.

— É que, sabe moço, somos universitárias, só que nossos pais são do interior, e eles não tem muitas condições para poder nos manter totalmente aqui, então nós trabalhamos durante o dia e estudamos durante a noite, não é Mari — puxo ela, e ela assente com o sorriso mais amarelo que ela tem — a gente já tá atrasada moço, deixa a gente passar por favor, não queremos perder o emprego — faço cara de tristeza, espero que ele acredite, porque meus truques estão acabando.

— Tudo bem — ele sai do meio — podem passar. Tenham um bom dia.

— Para o senhor também — ando rapidinho e puxo Mariana junto comigo — essa foi por pouco — continuamos andando até a porta.

— Espera — ela para e olha para mim — preciso vomitar — dito isso ela só fez virar para o lado e colocar o estômago no chão, junto com o café que tomou.

Que nojo, ainda bem que não tomei café, se não estaria acompanhando-a nessa.

— Minha nossa — viro meu rosto — já terminou?

— Já, desculpa — ela tira um lenço de dentro da bolsa e limpa a boca — você sabe que não dá para segurar quando eu fico nervosa demais. — Eu dou graças a Deus por até hoje ela nunca ter vomitado em cima de mim, porque se tem algo imprevisível é os vômitos de Mariana.

Eca.

— Tá tudo bem, anda vamos — seguimos, e lá está a porta, paramos em frente a ela. Olho para Mari. — Pronta? — ela assente, respiro fundo — aí vamos nós.

Passamos pela porta, e a primeira coisa que procuramos foi a porta que Luccas falou que ficaria os uniformes, avistamos a porta e entramos de fininho.

— Não acredito que estou fazendo isso de novo — Mari fala pegando dois uniformes — e pior, se passando por funcionárias, eu não quero ser presa não Camila — reviro os olhos para dramática meu Deus.

— Relaxa, não vão nem sentir nossa presença — terminamos de vestir os uniformes, o problema era, o que iríamos fazer para esconder as calças? — merda, o que vamos fazer para esconder as calças?

— Vamos ter que tirar — tá bom, começo a tirar a calça e Mari fica lá parada me observando.

— O quê? Você que disse que teríamos que tirar — pego a calça, faço um bolo e soco dentro da bolsa, coitada da minha bolsinha, parece que tá com Cachumba de tão inchada.

A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora