A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)

Capítulo 64

Meu corpo está tremendo, estou respirando com dificuldade, não sei se foi pelo sonho ou porque Mari está me apertando como se quisesse fundir nossos corpos.

Ela me solta e olha preocupada segurando meu rosto, passo a língua nos meus lábios umedecendo e sinto um gosto salgado, são lagrimas ou suor?

Passo a mão no rosto e me assusto ao perceber que meu rosto está banhando de lagrimas.

— Camila, com o que você estava sonhando? — olho assustada para ela, olho em volta e vejo Joel atrás dela, com cara de preocupação. Ele se aproxima.

— Estávamos dormindo quando escutamos seus gritos, Mariana correu e eu vim ver se você estava passando mal ou algo assim, quer que eu saia? — balanço a cabeça em sinal de negação.

Meu deus, foi só um sonho, só um sonho ruim. Cubro meu rosto com as mãos e tento recuperar o folego.

— Camila, não me assusta, me conta — ela puxa minhas mãos — com o que você estava sonhando? Você nunca gritou assim — a olho com lagrimas nos olhos.

— Você sabe com quem — começo a chorar e a soluçar, ela vem e me abraça.

— Calma — ela alisa minha cabeça, tentando acalentar meus soluços. — Me conta, como foi dessa vez? — levando minha cabeça, olho para ela e depois para Joel.

— Ah, você quer que eu saia pra vocês conversarem? — do que adianta esconder dele? Uma hora ou outra todo mundo vai ficar sabendo, até mesmo Christopher. Balanço a cabeça em negação. Ele vai para o lado de Mari e senta. O olhar dos dois se volta para mim.

— Olha — olho em direção a Joel — só mantem tudo que disser aqui em segredo por favor — ele faz sinal de zíper na boca e Mari e eu sorrimos. — Bom, antes de falar o sonho, e pra que você entenda, como você sabe sou fã de vocês a quase 3 anos, e a quase três anos eu sou apaixonada pelo Christopher. — Fungo e limpo o rosto, quando vou continuar Mari me interrompe.

— Ela tem sonhos — diz olhando para ele e depois para mim — sonhos com ele, várias situações, só que todos acontecem no mesmo local, um jardim, uma floresta, algo assim, não é? — Assinto. Respiro fundo.

— Então o que você teve foi mais um dos seus sonhos? — balanço a cabeça confirmando. — Então é algo que acontece normalmente? — nego com a cabeça. Ele me olha confuso.

— Não como de hoje — fecho meus olhos por um segundo — no de hoje ele morria — engulo no seco ao me lembrar da cena — um homem, com uma faca o matava bem na minha frente e me ameaçava — sinto as lagrimas se formando novamente, o entalo na garganta.

— Sonhos são reflexos da nossa realidade Camila, ou de algo que pensamos muito diariamente — Joel me fala — tem alguém te ameaçando? — Mari olha atentamente pra mim, e eu não sei se conto ou não.

— Cami, tem alguém ameaçando você? É isso? — não posso contar! Não posso por ela em risco.

— Não! Não tem ninguém me ameaçando — preciso mudar de assunto — mas deixa pra lá, deve ser somente outro sonho ruim — os dois me olham preocupados — mas então — cruzo meus braços — e o que está rolando entre vocês dois? — Joel ri e Mari fica vermelha como tomate.

— Só estamos nos conhecendo — ele olha com afeto para ela — e obrigado por ter me contado aquilo, foi um gesto de confiança muito bonito, não precisa se preocupar, não muda nada entre nós — ele a sorri e abraça pelos ombros. Deixo sair sem querer um som de fofura. Eles me olham e dão risada.

— Vai ficar pra tomar café com a gente? — pergunto enquanto ele da um beijo na cabeça de Mari.

— Infelizmente dessa vez não vai dar, já vou tomar uma bela bronca por ter dormido fora — ele olha pra Mari e sorri — mas valeu a pena — ela vai explodir de vergonha. Tadinha — mas obrigado, quem sabe da próxima, quem sabe Chris não se junta a nos — desfaço o sorriso e olho para meus dedos — fica bem ta Camila, prometo guardar segredo, espero que ele não demore a perceber esses sentimentos, porque vai estar perdendo uma grande mulher. — Ele se levanta e dá a volta na cama pra me dar um abraço.

— Obrigada Joel — solto ele — porque não vem jantar aqui hoje à noite? — olho para Mari e depois pra ele — só vocês dois — reviro os olhos e eles sorriem — eu marquei de ir conversar com Chris, então vocês podem ter um jantar e depois quem sabe uma bela sobremesa — faço cara de malicia e Mari me chuta, enquanto Joel ri da situação.

— Liga pra ela não — ela se levanta e o puxa ele para a saída. Dou risada e de repente me lembro do sonho.

Preciso contar a Mari, mas como? Ela vai surtar. Me levanto, pego meu celular e tem 3 mensagens de Chris.

Bom dia. Olha não sei se vai dar para nos vermos hoje. Mas te aviso, ok?

Olho atônita para suas mensagens, sério isso?

Porque eu não quis ficar com ele ontem, já fui passada para escanteio?

Não vou deixar as emoções me comandarem, por mais que doa, tenho problemas maiores, o coração pode esperar. Vejo a hora e é cedo ainda, tenho tempo pra tomar banho, fazer o café e tentar contar pra Mari o que está acontecendo.

Deixo meu celular me cima da cama e entro no banheiro, meu cabelo até que não acordou tão ruim, vou deixá-lo solto hoje.

Depois que decidi não usar nenhum tipo de maquiagem hoje, vesti um shortinho jeans e uma camiseta, junto com meus tênis. Pego meu celular e vou em direção a cozinha, Mari deve estar esperando-me sair pra ir se arrumar. Encontro ela na sala deitada com o celular.

— Não vai para faculdade hoje? — entro na cozinha e pego uma caneca, ela fez o café.

Preciso lembrar de agradecer a ela depois. Coloco café na caneca e vou até a sala.

— Não estou com disposição — ela larga o celular na barriga e cobre os olhos com o braço.

— Hum — sopro o café e tomo um gole — parece que a noite foi boa, iai? Perdeu o lacre? — ela tira o braço dos olhos e me olha como se quisesse me matar.

— Não, escrota — ela se levanta — e não vou contar nada ainda, tá muito cedo, preciso de um banho — ela sai em direção ao quarto e eu não vou esperar aqui sentada de jeito nenhum. Corro para o quarto antes que ela se tranque no banheiro.

— Você não vai me deixar na curiosidade de jeito nenhum, pode ir dando uma previa do que aconteceu — digo entrando no quarto e se sentando na cama. Enquanto ela procura no empilhado de roupas algo pra vestir.

— Não rolou nada demais, beijos, amassos, conversas, e bom... — ela se vira para mim sorrindo e vermelha — rolou os meus primeiros orgasmos ontem, pronto falei. — Eu sabia!

— Ah — balanço as pernas euforicamente e grito — me diz, ele usou a língua ou os dedos? Se bem que a combinação dos dois ficaria incrível, ele tem dedos grandes e uma língua incrível ainda mais quando ele faz aquelas caretinhas que... — paro porque ela já está quase me estrangulando com o olhar. — Me diz, como foi? — ela pega a roupa que escolheu, a toalha e vem sentar-se ao meu lado.

— Foi incrível — ela sorri — não sabia que podia ter vários, tipo, um após o outro — ela ta ficando vermelha e eu não sei se abraço ela ou dou risada da inocência dela — ele começou com as mãos, depois ele perguntou se eu já tinha feito, sabe... — faço cara de interrogação e ela revira os olhos — Sexo oral! Pronto! — dou risada — muito engraçado, mas eu falei que era virgem, ele ficou surpreso e disse que também nunca tinha tido relações sexuais, quer dizer ele fez e recebeu sexo oral, mas nunca... Sabe... — ela mexe nos dedos sorrindo.

— Não me diga que você o chupou? — pergunto surpresa e dando risada.

— É-é — ela limpa a garganta. Eu grito e caio na risada. — Não tem graça Camila, nem todo mundo tem a vida sexual tão ativa como a sua ta! — ela se levanta emburrada indo em direção ao banheiro.

— Não, espera, eu não quis dizer isso, mas estou orgulhosa de você sim — ela sorri — e ele? Gostou? Fez em você? Ele gozou na sua boca? Você engoliu? — ela tampa os ouvidos ficando vermelha.

— Para de me encher de tanta pergunta — faço cara de choro e ela suspira — tudo bem! Ele gostou, fez em mim, eu gostei, ele não quis... Sabe — ela um gesto estranho, dou risada quando me toco que ela quer dizer ejaculação — porque ele disse que não me forçaria, já que era minha primeira vez, agora se me der licença eu tenho que tomar banho pra ter um futuro. — ela bate à porta na minha cara e ouço o chuveiro sendo ligado.