Eu achei que essa tortura não ia acabar hoje, e pra completar ainda tenho trabalho para entregar amanhã, como é que eu vou sair com Chris e fazer o trabalho?
Dane-se, eu não vou cancelar meu encontro de jeito nenhum! Estou juntando minhas coisas quando Isabela direciona a palavra a mim.
— Então — ela diz se levantando — podemos marcar de nos vermos, eu, você e Mariana né? Pra podermos nos conhecer direito — ela dá um meio sorriso. Me levanto.
— Pode ser — a olho por uns segundos, ela é muito estranha. — Vem, vamos — começamos a caminhar em direção a saída — posso perguntar uma coisa Isabela? — ela me olha atentamente.
— Claro, o que quer saber? — seu rosto se volta para frente.
— Quem era seu namorado? — ela me olha e vejo suas feições mudarem. Ela suspira.
— Ele também é universitário — seu olhar está direcionado para o chão — nos conhecemos assim que cheguei aqui, viramos amigos, mas como toda história de amor adolescente — ela dá um risada triste — eu me apaixonei, e boba eu achei que ele estava correspondendo, até que descobri que ele me traiu com outra — ela me olha. Seu olhar cheio de raiva e mágoa, senti o frio invadir minha espinha — ele negou a traição, mas dias depois que eu terminei com ele, eu o vi com outra garota, eu hoje só evito ele sabe. — Ela sorri — eu só não entendo como tem mulheres sem escrúpulos que fazem isso. Eu ainda o amo, mas sei que mereço algo melhor, muito melhor.
— Nossa, eu sinto muito Isabela — paramos e eu aperto seu ombro — eu não sei o que é ser traída, bom pelo menos não pelo amor da minha vida, porque eu só amei e amo uma pessoa na terra, e ainda não tivemos oportunidade de ficarmos juntos — lembro de Chris e suspiro. — Mas tomara que eu não passe por isso, não sei se eu conseguiria ser forte e madura como você. — Ela me olha.
— É — ela sorri amarelo — espero que não. — Continuamos andando e avisto Mari me esperando no lugar de sempre. Corro até lá.
— Desculpa a demora — olho o relógio e já são 17hrs30min, preciso ir pra casa — nossa não pensei que já fosse tão tarde — elas duas sorriem. — O quê?
— Você com suas loucuras — Mari responde — relaxa Cami, ainda tem muito tempo até a hora do jantar com seu boy, dá tempo de você rebocar a cara — toco meu rosto assustada e ela volta a atrás — eu estou brincando Camila — Isabela sorri.
— Vocês são engraçadas — sorrio e Mari olha séria para ela.
— Escuta Isabela — Mari chega mais perto dela — porque não vai amanhã lá em casa? — olho para ela surpresa — vai ser legal, podemos conversar e trocar uma ideia — não sei o que ela planeja mas coisa boa não é, vindo de Mari e com a desconfiança dela, tudo pode acontecer.
— Amanhã? — ela olha para mim e eu sorrio — tá bom, claro, querem que eu leve alguma coisa?
— Álcool — olho surpresa para ela — de preferência vinho branco se puder — sério que ela pediu pra Isabela levar álcool? O que aconteceu?
— Ótimo, só o que tem lá em casa — ela sorri e seu celular apita — meu pai chegou, preciso ir, tchau meninas — ela acena e anda rápido para a saída.
— Essa garota é muito estranha, não confio nela e você não deveria confiar — Mari diz, reviro os olhos em resposta.
— Relaxa, você e sua mania de desconfiança — olho o relógio e faltam vinte para as seis. Preciso correr pra casa. — Vamos embora, preciso me arrumar. — Ela revira os olhos e sai andando em direção ao estacionamento. O que foi que deu nela? Corro atrás dela que já está dentro do carro. — O que é que você tem? — ela me ignora e começa a tirar o carro do estacionamento.
Ela sabe que sou orgulhosa, hoje é um dia importante, ela sabe.
Pego meu celular e meus fones e começo a ouvir os meninos. O trajeto até em casa é feito em silêncio. Estou olhando para o lado de fora da janela. Odeio quando brigamos.
Depois de um silêncio que pareceu um século e meio, chegamos e eu tentei abrir a porta, mas está travada. Ah fala sério!
— Abre a porta, estou atrasada tenho que me apressar pra ficar pronta na hora — falo olhando para a porta.
— Escuta, antes de dar seus chiliques escuta o que eu tenho que dizer — Chiliques? Me viro pronta pra atacar.
— Quer dizer que agora chegar na hora e bem arrumada em um dos dias mais importantes pra mim é chilique? — elevo a voz — o que deu em você? Achei que quisesse minha felicidade — ela suspira e fecha os olhos por um momento — o que foi?
— Você! — ela grita — o problema está em você! — ela suspira — Olha, eu só não quero que você crie expectativas sobre isso entendeu? — olha nos meus olhos — e a outra coisa é, toma cuidado com aquela garota, ela não é flor que se cheire, eu sinto isso — ela coloca a mão no peito.
Não sei o que dizer que eu já não tenha dito. Já falei que Chris nunca faria nada pra me machucar.
— Eu já te falei que não tem necessidade de ficar preocupada com Christopher, está tudo sob controle — aperto o botão da chave para destravar a porta — e quanto a Isabela, não se preocupe, também não confio nela — abro a porta e desço do carro, praticamente corro até a porta do prédio e subo as escadas correndo, assim que chego na porta estou ofegante, abro e vou direto até a cozinha pegar água e ouço Mari entrando.
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A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)
RomanceA vida de um fã não é fácil, aceitar julgamentos calados, por acompanhar e depositar amor e confiança em pessoas que provavelmente nunca saberão que você existe? É a sociedade não aceita muito bem. E já imaginou o quanto mais ficaria dificil se você...