Capítulo 26

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Queria nem dizer, mas eu sou muito foda.

Estamos tão lindas que poderíamos conseguir qualquer coisa somente ao estalar dos dedos.

Tá bom, posso estar exagerando, mas eu fiz uma transformação total.

No meu rosto fiz uma pele de porcelana, iluminei meus olhos e fiz um mega delineado, pus um batom vermelho que deu a impressão de que meus lábios são maiores.

Em Mari, esfumei um marrom e pus um pouco de iluminador, pus um batom vinho, na pele eu não fiz muito, a bicha já tem uma pele desejada por todos.

Estamos mais que prontas para curtir, esquecer problemas e responsabilidades na pista de dança. Mariana está se admirando no espelho como se fosse outra pessoa, é engraçado de ver.

— Mari — paro atrás dela dando risada — a gente precisa ir, você tá linda, só não está mais que eu claro — jogo meu cabelo e dou uma risada pra ela.

— Nossa, sempre posso contar com você para aumentar minha autoestima né — ela vai até a cama e pega nossas bolsas, para novamente em frente ao espelho — hoje vamos fazer do seu jeito, sem regras, somente uma, sem garotos — eu não estou acreditando, pisco atônita.

— O que foi que deu em você hoje menina? — parece que estou vendo uma versão genérica de mim mesma — tudo bem, sem garotos, vamos acabar com a pista de dança — damos um grito e saímos em disparada pra porta, vamos de táxi porque nós vamos beber.

Depois de uns 10 minutos, chegamos à boate que Mari estava falando, o estilo é bem de uma boate americana, entramos e caramba está lotada, e pela música tocando, o lugar é incrível.

Olhamos em volta buscando uma mesa vazia e encontramos uma no meio da boate, deixamos nossas bolsas nas cadeiras e corremos para o bar.

— O que a minha versão genérica vai tomar hoje? — dou risada e ela revira os olhos para mim.

— Quando aparecer alguém para... — ela travou, e quando olho para frente eu entendo por que, uau que bela visão. Mari limpa a garganta — dois Manhattan, por favor. — Ele assente e se vira para preparar os drinques, caramba ela começou por drinques com uísque, o negócio vai ficar feio.

— Me diz que eu não vi o que vi — ela olha para mim sem entender e eu aponto discretamente para o barman — caramba, você hoje começou forte né, literalmente forte — dou risada porque eu sei que ele entendeu o duplo sentido da frase.

— Vou provar coisas novas — dou risada e a admiro sorrindo — estou falando de bebidas tá sua safada — ela dá uma palmada na minha bunda — me falaram que esse drinque é como Martini, só que melhor — ela olha para as costas do barman — mas só se for preparado da forma certa, é claro — ELA ACABOU DE SOLTAR UMA INDIRETA PRA ELE? CADÊ MINHA AMIGA E O QUE FIZERAM COM ELA?

— Não se preocupe, sou ótimo em tudo que faço — ele se vira e entrega nossos drinques. Caralho, ele respondeu a indireta dela. — Se precisarem de mais alguma coisa me chamem, me chamo Victor — ele sai e olho atônita pra Mari, ela está apenas sorrindo.

— O quê? — ela bebe um gole do drinque e pela sua careta é bem forte.

— Você ainda me pergunta? — dou risada — você acabou de flertar com o barman! E a regra do "nada de homens?" — tomo um gole, meu Deus é forte mesmo, e olhe que estou acostumada com bebidas fortes.

— A regra continua intacta, só flertei, não peguei — ela pisca para mim e bebe — agora vem, viemos dançar e não conversar — ela me puxa, e voltamos para nossa mesa.

— E os drinques? Vão esquentar se formos dançar — estou louca pra dançar, mas não quero estragar os drinques.

— Isso é fácil, no três ok? — Meu Deus, ela vai virar? — Um, dois, três, vai! — viramos a taça inteira, meu Deus, está queimando!

Meus olhos se fundiram no meu rosto com a careta que fiz, mas a sensação de quentura pelo corpo é ótima.

Começa a tocar Mi gente e corremos para a pista de dança.

Depois umas 8 músicas e 6 Manhattan, eu já não enxergo direito, minha visão já está turbinada, e não estamos nem cansadas e muito menos bêbadas.

Pelo menos eu acho que não.

Mari me disse que ia no banheiro, estou sozinha dançando de repente a música muda e começa a tocar Shakira, meu Deus aquela mulher é uma deusa, se eu não gostasse de homem eu pegava.

Começo a mexer meu corpo no movimento da música, Mari e eu estamos sendo as atrações principais a noite inteira, demos um fora em dois rapazes que chegaram na gente, tadinhos ficaram sem saber o que fazer quando dissemos que éramos lésbicas.

Eu e Mari caímos na risada, idiotas, nenhum outro chegou perto de nós. Eu tenho uma mania muito feia de dançar de olhos fechados, faço isso porque me envolvo na música, ela e eu somos uma só.

Mas de repente sinto mãos em minha cintura, quando levo minhas mãos até as mãos desconhecidas em meu corpo sinto um arrepio, abro meus olhos e tento me virar para sair de suas mãos, mas ele me puxa para perto de seu corpo e encosta sua boca em meu ouvido.

— Passou a noite inteira me provocando dançando — ele cheira minha orelha e eu sinto um arrepio, sua voz ela me parece ser de alguém que conheço, ou vai ver é só o álcool, mas confesso estou assustada, ainda mais por saber que estou alcoolizada, aonde está Mari quando preciso? — não precisa ter medo Camila, não vou te machucar, só dança comigo — eu tento novamente me soltar — você não vai sair enquanto não dançar uma dança comigo.

— E por que eu deveria confiar em você? Não te conheço, me solta ou eu vou gritar — ele está me apertando em seu corpo, sinto sua excitação na minha bunda, estou cada vez mais assustada — me solta!

— Você me conhece, só está bêbada demais para saber que sou eu — ele solta minha cintura e segura meus ombros — vou fazer uma coisa, e provavelmente você não goste, só confie em mim, prometo que não vou te machucar — que escolha eu tenho?

A música está alta demais, por mais que eu grite, todos aqui vão pensar que estou apenas bêbada. Assinto.

— Feche os olhos.

— Para quê? — não estou gostando, já não estou vendo direito.

— Só feche, só vamos dançar, eu prometo — muito estranho, mas algo em sua voz me passa confiança, fecho meus olhos.

— Fechados — sinto novamente suas mãos em meu quadril, me puxando para perto dele.

Começa a conduzir meu quadril ao ritmo da música, seu corpo se mexe colado ao meu. Seu nariz roça em meu pescoço me causando arrepios, sinto seu sorriso.

— Promete que vai continuar de olhos fechados? — Assinto. Sinto suas mãos deixarem meu quadril, aonde ele foi? De repente sinto a presença de alguém na minha frente, é ele.

Sinto suas mãos em minha cintura, e de uma vez ele me puxa para seu peito, ele é alto, pela largura dos ombros, deve ter um corpo magro, mas com músculos.

— Viu, eu não mordo — ouço uma leve risada no meio do barulho.

— Posso abrir meus olhos? Por que eles têm que ficar fechados? — já estou impaciente.

— Não, ainda não — nesse momento a música acaba e sinto sua mão em minha nuca.

Com um puxão ele cola seus lábios nos meus, meu corpo responde aos seus lábios, estou completamente arrepiada, que porra!

Sua língua pede passagem e eu dou, quando a mesma encosta na minha as minhas pernas ficam bambas.

Que língua!

Ela brinca com a minha, estou ficando tonta e não sei se é por causa do beijo maravilhoso que estou tendo ou por conta do álcool nas minhas veias.

Ele descola nossos lábios e eu resmungo pelo corte no beijo.

Escuto sua risada e quando eu começo abrir meus olhos suas mãos desaparecem do meu corpo.

Pisco várias vezes, não consigo vê-lo, quem era ele?

Não estou enxergando direito, minha visão está mais turva que antes, estou ficando mais tonta a cada segundo, sinto o vômito chegar a minha garganta, corro para o banheiro. Descarregando meu estômago no vaso sanitário.

A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora