Depois do que pensei que fosse uma eternidade Mari estaciona o carro e pede pra que eu desça com ela. Obedeço porque o jeito que ela mandou me assustou.
— Aonde estamos indo mesmo? — digo seguindo-a.
— Você vai ver — ela vira na esquina e eu a sigo. Quando ela para olho para ela — nós vamos fazer uma denúncia contra aquele desgraçado, por isso estamos em frente à delegacia — ela aponta para o lado e quando eu olho, vejo carros, policiais e várias pessoas com seus problemas judiciais.
— Ah não! Não mesmo, não vai ser necessário — ela revira os olhos — pensa bem, depois de hoje ele não vai mais pegar no meu pé — sorrio na esperança que ela desista. Odeio delegacias de polícia.
— Escuta só, quem tá te ameaçando agora sou eu — ela se aproxima e eu realmente fico com medo — se você não entrar nessa delegacia agora e prestar um B.O, eu juro por Deus que eu conto para Christopher tudo que você sente por ele — pronto, ela me tem nas mãos.
— Isso é muito baixo, até pra você viu — ela cruza os braços, reviro meus olhos — tá! Vamos com isso. — Ela oferece a mão para mim e aceito de bom grado.
Entramos e vamos para a recepção, um policial vem ao nosso encontro e contamos tudo o que aconteceu, bom, eu conto. Ele anota tudo que eu digo, entregamos uma cópia do vídeo que Mari gravou no exato momento que ele bateu em mim.
— Olha moças — ele olha para nós — são corajosas só por terem coragem de vir denunciar, mas pedirei que tomem cuidado, precisamos de um tempo para fazer a prisão formalmente, o vídeo já é uma prova perfeita, mas você — ele aponta para mim — vai passar por um exame de corpo de delito, com o exame vamos saber se você foi agredida sim ou não. — Mari olha descrente para ele.
— Você não viu o vídeo? Ele bateu nela sem a menor cerimônia! E ainda precisa de mais provas? Tá de brincadeira né?! — coloco a mão no seu ombro, fazendo ela se encostar na cadeira, mas um pouco e ela voa em cima do pescoço do coitado do policial.
— Relaxa ok? — ela revira os olhos para mim — onde posso fazer o exame? — Mari olha descrente para mim. — Cala boca, você que quis vir, então vamos fazer tudo que eles mandarem.
— Olha — ele suspira — aqui fazemos o exame, não sei dizer ao certo se já tem pessoas na sua frente, geralmente recebemos visitas frequentes de mulheres agredidas por seus maridos, namorados, ou amantes — fazemos cara de surpresas — é meninas, a violência contra a mulher tem crescido muito nos últimos tempos, bom eu vou te entregar um papelzinho — ele escreve algo em um pedaço de papel — e você entrega lá naquela sala ali — ele aponta para uma porta que tem escrito exames — lá eles vão fazer o exame, e depois você pode ir.
— Obrigada — recebo o papel — vamos Mari — ela hesita por um segundo, fuzilando o policial com o olhar e sou obrigada a puxar ela pelo braço. Quando estamos longe o possível para que ele não nos escute — ficou doida? Quer apodrecer aqui dentro? Desafiando autoridade máxima, cadê a Mari conservadora que eu conheço? — ela revira os olhos.
— Ela morreu quando você escondeu de mim que aquele filho da puta estava querendo te comer a força! — ela percebe o que diz e se arrepende no mesmo instante — desculpa, sei que estava pensando em mim, mas — ela segura meus ombros — da próxima, que eu espero não haver, foda-se o meu bem estar ok? — dou risada e concordo. — Bom, quer que eu entre com você? — olho para a porta.
— Não — respiro fundo — eu vou sozinha, me espera aqui — pego na maçaneta e antes de entrar ela me dá um sorriso, retribuo e entro.
A sala é toda branca, parece um consultório mesmo. Está vazia, e ao lado tem uma moça que está concentradíssima em algo que está escrevendo enquanto masca chiclete, ao seu lado tem uma porta que eu suspeito ser onde o médico ou sei lá o que fica pra fazer o exame.
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A Fantasia de uma Fã - Livro 1 (EM REVISÃO)
RomanceA vida de um fã não é fácil, aceitar julgamentos calados, por acompanhar e depositar amor e confiança em pessoas que provavelmente nunca saberão que você existe? É a sociedade não aceita muito bem. E já imaginou o quanto mais ficaria dificil se você...