Assim que a maçaneta do quarto virou Gizelly sentiu um súbito aperto no peito. No entanto, dessa vez, era somente de um nervosismo bom muito bem representado por um frio na barriga, ainda mais quando seus olhos se acostumaram a escuridão e vislumbrou seu quarto decorado.
— Se puder me perdoar eu pedi a Rafaella uma chave. Não que eu tivesse qualquer intenção quanto a como terminaríamos hoje, mas eu queria que sobretudo tivesse o dia, a tarde e a noite que você merece — Marcela afirmou passando os braços pela cintura da namorada que encarava a cama cheia de pétalas de lírios com uma caixa enorme de presente no meio — Abre — Marcela incentivou com vários beijos na bochecha e libertou a governanta que correu para cama e abriu a caixa que se desmontou em quatro partes com corações interligando seus vértices. Por dentro era azul clarinho em contraste com o dourado de fora e detinha vários compartimentos. Entre eles haviam vários pequenos objetos amarrados com caules de flor. Havia um vidrinho de óleo que detinha o cheiro do mar que ela sempre sentia ao estar próxima de Marcela, havia bombons de doce de leite e até algumas cartinhas feitas a mão pela loira que teve a ajuda de Rafa para conseguir escrever o que queria.
Para o furacão que entrou em minha vida, revirou tudo e me mostrou que a maneira correta de enxergar o amor era exatamente aquela versão intensa, passional e de rara beleza. Você tirou minha calma do lugar e a convidou a dançar com sua agitação e eu não poderia ser mais grata a você por essa revolução que operou em mim. Gizelly Bicalho, você me faz lembrar do porque os furacões tem nome de mulher.
Com todo amor que te tenho, Marcela.
E ao centro da caixa havia uma outra caixinha que quando aberta revelou o último presente, um colar banhado a ouro com uma conchinha no pingente.
— É para você sempre lembrar que o cheiro da praia estará conosco até quando não estivermos perto fisicamente — A loira declarou vendo a namorada afastar delicadamente a caixa da cama e se sentar sobre ela tirando os cabelos de um lado do pescoço conforme estendia a mão com a correntinha em mãos.
Sem dizer mais nada e entendendo a emoção incontida da namorada a loira se aproximou do pescoço de Gi e com suavidade colocou em volta dele o objeto banhado a ouro a qual economizou muito para pagar. Não parecia muito comparado as tantas coisas que a namorada comprou pra si mesma, mas tinha certeza que a intenção era a maior causadora daquela pele arrepiada que não evitou tocar com a ponta dos dedos assim que ajoelhou atrás de Gi sobre os os lençóis brancos.
— Gostou? — Perguntou quando os dedos chegaram aos cabelos que envolveu numa massagem habilidosa.
— Mamei, digo, amei — Respondeu a furacão meio atrapalhada pelo relaxamento a atingindo só pela forma que a loira movia os polegares em sua nuca.
— Posso tentar fazer você gostar mais? — Gi assentiu que sim e ouviu um sorrisinho satisfeito perto do seu ouvido conforme Marcela se movia atrás dela a incitando a ir até o meio da cama — Como eu sei que você adora massagens eu pensei em oferecer uma muito mais profissional para você hoje — Declarou Marcela arrastando os dentes pela orelha de Gi que buscou a cabeceira da cama assim que sentiu a língua quente de Marcela recorrer o trajeto dos dentes pela carne dali e também da mandíbula, fingindo que desceria ao pescoço, mas retornando ao ouvido só com a ponta macia acariciando —
Me empresta um pouquinho do seu óleo? — Pediu lambendo mais perto do pescoço sem toca-lo.— Claro — Permitiu Gi e Marcela o buscou ao lado da cama o deixando sobre o travesseiro antes de aproximar as mãos das costas da namorada que por si mesma começou a desabotoar sua camisa. Não havia medo, nem sério nem bobo.
Depois do último botão aberto a capixaba deixou os dedos largos recorrerem a pele desnuda do ombro até o pulso para retirar dela a camisa xadrez preta e azul, a deixando somente de sutiã. Saído o tecido da pele Marcela refez o caminho feito com as unhas curtas arranhando a pele suave causando uma sensação tão boa na de cabelos dourados que ela se inclinou na direção da loira apoiando a cabeça sobre o ombro.
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O rugido da leoa
FanfictionPara viver em Santo Antônio Escondido não é necessário muita coisa. Basta que goste do clima campestre, de moda de viola e, sobretudo, entenda que nesse espaço distinto do mundo os conflitos se resolvem na ponta de uma bala, ou de uma faca se é o qu...