Capítulo 46 - A primeira vez de Bianca

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Bianca beijou os lábios de Rafaella com a suavidade de uma flor que recorria entre os dedos numa carícia cheia de alguém no pensamento.

Era um beijo de expressar o que tinham por dentro. Todos os sentimentos. Expostos, crus e pairando por cima daquela cabana tão perfeitamente montada.

— Eu gosto de tudo em você. Do jeito que a tua pele arrepia a minha, da maneira que me olha com tanto amor, do seu cheirinho. Eu só queria poder parar tudo agora — Bianca declarou sentindo as mãos de Rafa rodearem sua cintura com todo cuidado enquanto as testas estavam recostadas depois de um beijo amoroso.

— Eu não posso parar o tempo. Mas eu garanto que vou fazer desse nosso o mais bonito, confia em mim? — Com um suspiro longo a menor assentiu que sim deixando os dedos de Rafa se moverem na direção da barra do seu vestido de dormir. Não haviam muitas barreiras depois dele. Era uma de suas únicas peças e a loira saberia assim que o tirasse e a encontrasse somente de calcinha — Levanta os braços — Pediu a veterinária beijando os lábios brevemente antes de passar o fino tecido por cima de Bianca nunca deixando de olhar nos olhos castanhos que misturavam ânsia e nervosismo — Vamos até onde você quiser sempre. Uma palavra sua e a gente só deita aqui e dorme abraçadinha — A loira falou retendo o punhado de tecido nas coxas da morena que negou.

— Eu confio em você. Confio o meu coração e o meu corpo. É seu Rafaella, para amar e proteger. Nunca faça diferente, eu te peço — E com a súplica dita quase como uma oração Rafaella sentiu o peito se expandir de uma maneira que quase não entendia como ainda cabia em si.

Talvez porque não coubesse.

Fazia já um tempo que aquele amor também tomava território em outro coração e crescia análogo a semente de uma uva. Dia a dia, um pouco em todos, até que não fosse mais sozinho e detivesse, como a plantação, duas mulheres incontestavelmente apaixonadas.

Buscando manter suas mãos calmas a veterinária seguiu elevando o tecido até que estivesse fora do corpo pequeno debaixo do seu.

Sob a luz amarela das velas e das lâmpadas Rafaella vislumbrou a mulher mais linda que já viu em sua vida: Cabelos negros espalhados pelas almofadas brancas, semblante em uma paz que resguardava um mundo inteiro em suas letras, e um corpo perfeitamente esculpido.

Como podia só por um momento pensar que Bianca Andrade era menos que uma mulher incrivelmente linda era algo que Rafa sempre se questionaria.

Não havia possibilidade de dívidas. Todo o corpo indicava.

A clavícula suave, os seios médios cujas auréolas embelezavam os montes num contraste suave entre o branco e um rosa pálido. Rafa sentiu a boca salivar como da primeira vez que as avistou e dessa vez não se deteve tanto como da primeira.

— Você é tão linda, Bi. Interinamente e em cada milímetro — Rafa elogiou tendo seus cabelos envolvidos pelos dedos da Andrade mais nova que conduziu sua cabeça na direção que sabia que a fazendeira gostaria de se perder. Bianca a presenteou com a forma mais doce de conceder causando um lento sorriso na fazendeira que selou os lábios num primeiro segundo para que Bianca ficasse à vontade com o primeiro toque antes que usasse de qualquer outra parte.

Os dedos de Rafa tocaram as pontas rígidas no segundo em que sua língua deslizou pela de Bia que suspirou a vogal que mais liberdade dava aos seus lábios para circular conforme sentia ser circulada.

Os dedos habilidosos envolveram sua carne em espirais longas que terminavam em menores como um redemoinho que era impossível de não se perder.

E a menina experiente se perdia sem direito a um aviso prévio. Se perdia no desejo recém descoberto e em como nem os lábios carnudos nos seus eram capazes de evitar que a cada vez que era beliscada num misto de safadeza e ternura emitisse sons audíveis.

O rugido da leoa Onde histórias criam vida. Descubra agora