Conforme direcionava seus passos ao quarto Gizelly ficava a cada centímetro um pouco mais nervosa. Sentia como se os dedos formigassem e toda sua voz se concentrasse no meio da garganta impedindo-a de falar ou respirar.
É só a Marcela.
Tentou pensar acalmando seu peito.
Era a loirinha de sorriso tímido, que falava coisas bonitas e tinha um ar elegante inconfundível. Era a mulher que pareceu vê-la por dentro desde o primeiro instante e, por isso, a revirava inteira do avesso.
No fim era assim que se sentia: Uma bagunça. Uma necessária, uma que precisava para entender que deveria voltar a viver sem tanto medo.
Não deixa ele tirar mais isso de você.
E com algo de firmeza atingindo seus dedos a capixaba bateu contra a porta do quarto das irmãs e aguardou. Em alguns minutos a porta pesada se abriu e o espaço foi preenchido pela loira e aquele típico aroma de mar.
— Gi? Algum problema? — A loira perguntou com a surpresa rodopiando por cada um dos fonemas que proferiu.
— Não — Foi enfática e num súbito medo quase deu de ombros e foi embora, no entanto, a meio caminho de ir acabou retornando — Sim — Reformulou sorvendo um pouco de coragem na figura receptiva com o ombro encostado na porta — Eu acho que gosto do lilás — A capixaba confessou como se fosse a coisa mais clara do mundo, mas tudo o que conseguiu foi um olhar cheio de interrogações impressas sobre.
— Que bom? — Marcela respondeu meio incerta causando mais algum desespero na capixaba.
— Merda — A governanta falou e tentou buscar outra forma de que se fizesse mais clara.
E se você...
Sua mente começou, entretanto, sequer precisou terminar. Em ato seguido Gizelly ficou na ponta dos pés e selou seus lábios com os de Marcela num toque rápido e assustado.
Tanto que a loira não reagiu até que Gi tivesse se afastado.
— Você não... Eu não... — A governanta falou se interrompendo sem saber exatamente o que perguntar tamanho o seu nervosismo diante de Marcela que, como primeira reação, abriu um sorriso lindo.
— Não fala nada não. Só vem cá — Pediu a loira levando suas mãos a cintura da capixaba que puxou até si num toque que apesar de meio rude foi regado de carinho — Posso te beijar direito dessa vez? — Buscou uma resposta nos olhos de Gi. Parecia inevitável que não fizesse, como se algo pedisse que não deixasse o consentimento para trás antes que avançasse.
A mulher de cabelos dourados assentiu que sim e fechando os olhos permitiu que os lábios de Marcela retornassem aos seus.
A Andrade maior avançou com toda a calma que tinha e acariciou o lábio inferior da governanta sem pressa alguma até que ela libertasse a passagem para que ela deslizasse a língua para dentro num toque suave.
O sorriso de ambas na gênese daquele encontro foi inevitável.
Fora um compartilhamento tão intenso que até as mãos trêmulas de Gizelly tiveram que entender que precisavam se firmar.
O rosto de Marcela espertamente se move sobre o de Gi conforme a capixaba busca seus cabelos longos introduzindo as mãos por debaixo deles até tocar a nuca com seus dedos que pareciam sentir a necessidade de acariciar ali.
Marcela suspirou com a língua serpenteando pela de Gi e a puxou ainda mais perto, dessa vez, grudando irrevogavelmente os dois corpos femininos.
O beijo que começou devagar foi tomando novas proporções e passaram do doce ao lascivo dentro de minutos.
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O rugido da leoa
FanficPara viver em Santo Antônio Escondido não é necessário muita coisa. Basta que goste do clima campestre, de moda de viola e, sobretudo, entenda que nesse espaço distinto do mundo os conflitos se resolvem na ponta de uma bala, ou de uma faca se é o qu...