Capítulo 66 - As desconfianças de Bianca

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Felipe Prior estava indignado. Há poucas semanas tudo o que vinha acontecendo era uma sucessão de intermináveis problemas que iam se encadeando. O primeiro deles, e o mais importante, era que Jaime sobrevivera e agora estava sob a tutela de sua principal inimiga.

Se houver algo que ele ainda não contou certamente agora a leoa já sabe.

Concluiu com irritação batendo a mão contra a mesa somente aguardando quando viria o troco daquele pavorosa mulher.

Mas nunca veio. Passaram-se muitos dias, mais fatos transcorreram e ainda estava ali, sentado em uma cadeira com Flayslane em seu colo.

— Você acha que a troca do delegado não altera nossos planos? — Questionou a morena que havia se tornado pessoa de de sua máxima confiança.

A saída de Lucas o afetou demasiadamente, sobretudo, porque era um de seus melhores amigos e por não ter ido com a cara da nova titular, Manoela Gavasssi.

— Pelo contrário, nos favorece. Se Rafaella apelou para lei é porque certamente não pretende mais usar de uma violência que a subverte. Essa mulher não representa perigo Felipe. Mas nós, por outro lado... — A nordestina insinuou com um sorrisinho enquanto passava a unha sobre o rosto magro de Antoniazzi.

— Não pensa que seria muito arriscado? — Indagou o homem com sinceridade se deixando levar pelo som agradável e sensual que a mulher emitia.

— Não se todos fizermos direito. Você ouviu o carcará, não ouviu? Estamos perto demais de realizar o que pretendemos. Ele de dar um fim em Rafaella e nós de nos vingar. Se ele, como promete, a matar de maneira que não fique rastros e sumir no mundo não há porque pagarmos por isso — Tranquilizou o homem e depois beijou-lhe a face como a traidora que sempre foi e seria. Aquele ato era mais simbólico do que o homem poderia prever. Era a promessa de que Flayslane também lhe seria infiel em detrimento de suas misteriosas ambições...

Rafa Kalimann não tinha certeza se gostava de Manoela Gavassi. A menor era hiperativa, tenaz e até um pouco debochada. Era um perfeito oposto seu, no entanto, Rafaella não achava que precisava ser realmente compatível com a paulista. Bastava somente que a morena dos cabelos curtos fosse competente e esse requisito, aparentemente, ela preenchia bem até demais.

— Você só não gostou dela porque a menina gostou mais da minha companhia que da sua — Provocou Vivian cutucando Rafaella com seu ombro.

Essa mulher nunca ia deixar de ser assim?

— Claro que não. Por mim que sejam melhores amigas vocês duas porque eu acho, sinceramente, que daquele mato não sai cachorro não — Advertiu Rafaella recebendo uma risada alta da outra loira.

— Não leve para esse lado, por favor. Certo que a delegada é uma gracinha e compartilhamos muitas afinidades acadêmicas, mas a esse ponto? Não mesmo. Eu olho para Manoela e vejo uma menina — Vivian afirmou terminantemente.

— Acho que eu já vi essa história antes... — A leoa retrucou caindo na risada quando percebeu a advogada até um pouco vermelha.

Bianca chegou naquele preciso instante.

— Acho que entrei num mundo invertido. Tudo bem que vocês agora não brigam mais, mas gargalhadas? Quanto tempo eu dormi? — Brincou a morena se aproximando da namorada que rodeou sua cintura a puxando para que sentasse em seu colo e pudessem tomar seu café. Marcela e Gizelly vieram a mesa em seguida.

Como na maioria das manhãs que antecederam aquele mês esse tinha tudo para ser mais um onde a paz recaia na Fazenda Kalimann.

No entanto, como se todos os deuses convergissem para o desastre motivados por energias ruins algumas pequenas coisas começaram a provocar problemas.

O rugido da leoa Onde histórias criam vida. Descubra agora