Capítulo 18 - Surpresa

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— Então porque não bate a porta como alguém normal? — Felipe questionou outra vez tentando alcançar a gaveta.

Outro tiro ressoou e dessa vez sentiu a quentura da pólvora na ponta dos dedos.

Os recolheu entre as pernas desistindo de qualquer futura tentativa.

— Até parece que não me conhece... Eu sou Rafa Kalimann. Adoro entradas triunfais — A loira disse estendendo a arma para abaixo do queixo do rapaz, brincando com o cano por ali como quem o acariciava.

É como receber um afago da morte.

Pensou o homem tremulando algumas vezes.

— E outra... Se eu batesse a porta duvido muito que você tivesse aberto para mim. Não tendo ideia da razão da minha "passadinha" — A mineira falou separando os lábios do paulista e introduzindo o cano da arma ali.

Com o dedo no gatilho seria fácil somente soltar e acabar com tudo bem ali.

— Não sei do que está falando — O moreno mentiu como podia com o objeto tomando espaço por dentro de sua boca.

Rafa sabia que não tinha verdade em sua tentativa e considerou quebrar de uma vez por todas a promessa feita.

Se ao menos não fosse a Gizelly.

Suspirou derrotada tirando a arma da boca de Prior que tomou ar por repetidas vezes, como se acabasse de ser salvo de um afogamento.

— Está pensando que eu sou alguma idiota? Eu sei que foi você quem mandou a pessoa que tentou me matar. Você é o único com um... — Começou a dizer redirecionando a arma para perto das calças de Felipe — ...Dois motivos — Desdenhou.

— Poderia perfeitamente ter sido eu, mas dessa vez não foi. Acha que eu sou tão suicida? — O fazendeiro questionou tentando convencer Rafa que não acreditou em uma só palavra.

Conhecia Antoniazzi desde que eram pequenos. O rapaz era inconsequente, perverso, mimado e estúpido. Todas essas características juntas numa só pessoa certamente a levariam à ruína.

E Prior acabara de encontrar a sua ao mexer comigo.

A veterinária prometeu.

— Eu não acho, tenho certeza. Eu te estudo há anos, muito mais do que imagina e sei precisamente quando está mentindo. E está agora — Rafaella declarou deixando entrever o quão profundamente conhecia quem tomava como inimigo.

A Leoa ia longe.

Aprendia e decorava cada aresta presente na vida da pessoa que detinha como alvo.

Empregados, ligações criminosas e até trejeitos.

Do contrário, nunca invadiria sua casa.

Tudo o que Rafa Kalimann fazia era antes milimetricamente pensado.

— Rafinha... — O paulista tentou estabelecer um diálogo buscando a mão da mineira espalmada em seu lençol — Juro pelos meus pais que não fui eu que atentei contra você — Rafa afastou a busca das suas mãos com a ânsia de vômito na garganta.

Como podia ser tão sujo?

Se questionou a mulher.

Não era como se Felipe tivesse pais ruins. Era bem ao contrário, na verdade.

Os pais de Felipe, segundo o que Rafa observou por boa parte da infância, eram pessoas amáveis que de tudo faziam pelo único filho.

Talvez isso fosse precisamente o motivo de ele achar depois de adulto que podia ter toda e qualquer coisa ao preço que custasse.

O rugido da leoa Onde histórias criam vida. Descubra agora