Capítulo 15 - A receita perfeita para o preparo de uma confusão

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De carro, saíram pontualmente às oito da manhã Bianca, Marcela, Gizelly e Rafaella.

A fazendeira se encarregou de que a Andrade maior também estivesse incluída no processo já que agora ela também trabalhava baixo seu nome e era necessário que estivesse devidamente adequada.

Inclusive, grande foi a discussão entre ela e Bianca acerca disso.

Rafa perdeu a conta de quantas vezes a menina havia batido o pezinho até que aceitasse. E só o fez porque a fazendeira prometeu descontar do salário das irmãs.

No entanto, Rafa nunca faria semelhante coisa. Se aproveitando do fato de que Bianca ainda não sabia quanto ia ganhar fingiria apenas.

— Seu carro é bonito, mas confesso que ainda dá um medo danado de andar assim sentada enquanto ele se move — A Andrade menor confessou enquanto balançava os pés encobertos por uma sandália gasta.

Botas, camisas, calças, chapéus, lingerie, vestidos e sandálias. 

Rafa foi repassando a sua própria nota mental.

— Bianca! Elas vão pensar que somos dois bichinhos do mato! — Marcela disse ficando subitamente vermelha com a admissão da irmã.

Também achava esquisito andar em automóveis. Era só a terceira vez que o fazia na vida, no entanto, tinha muita vergonha de demonstrar estranheza diante de Gizelly.

E de Rafa também.

Completou na sua mente depois de quase um minuto.

— Tudo bem, Marcela. Se querem saber eu também fiquei nervosa quando andei num carro pela primeira vez — Tinha três anos, entretanto, não diria essa parte nem sob tortura, afinal, era uma história para que as Andrade se sentissem mais a vontade.

— Tá vendo? Até a Rafa teve medo e ela não tem medo de nada — A morena falou cruzando as mãos a frente do peito e mostrando a língua para a irmã.

— E quem disse que não? — A veterinária questionou olhando pelo retrovisor para a menina cujo pé já ganhava vida.

— Eu vi você apontar uma arma contra uma porta e a abrir sem saber quem e como estava do outro lado. Você é corajosa, Rafaella — A loira corou de maneira que a mulher de mechas douradas não deixou de reparar.

Gi sorriu, cutucou Rafa com o ombro e moveu a cabeça de Bianca a sua amiga.

A fazendeira revirou os olhos e apertou mais forte o volante.

O que Bianca via de tão bom nela? Porque a estava sempre a elogiando como se fosse alguém digno?

Não tinha ideia.

Mas a sensação fazia o sorriso inevitavelmente voltar aos seus lábios assim que sentiu que não estava mais sendo observada...

Chegaram a Santo Antônio Escondido depois de meia hora de estrada.

Para Rafa, usualmente, não era nada sério. No entanto, com Bianca a puxando pela mão o tempo todo com sua típica inocência pela loja a experiência se tornava quase boa.

— Olha que chapéu bonito! Ficaria muito bem em você — A menina disse tomando o item do cabideiro vendo Rafaella negar.

Como explicaria que os seus ela gostava de mandar fazer?

E não, ela não admitiria que tinha a ver com os muitos centímetros de cabeça.

— Em você bem mais — Foi como respondeu pegando o chapéu da mão da Andrade mais jovem para depositar sobre sua cabeça — Muito melhor — Rafa disse pressionando a aba com a ponta do indicador para que Bianca pudesse enxergar bem.

O rugido da leoa Onde histórias criam vida. Descubra agora