O rugido da leoa

Capítulo 23 - Evidências

As quatro foram recebidas com um sorriso estampado bem no rosto da principal anfitriã da noite, a Lenhardt mais jovem.

— Entrem por favor — Pediu Gabi e deu espaço para que adentrassem sua humilde casa que ficasse logo no início da África.

— Trouxemos isso — Rafa disse assim que passou por último na porta acompanhada de Gizelly e a dona da casa recebeu tudo o que foi ofertado com muitos agradecimentos.

Com a ajuda da capixaba a menina se direcionou a cozinha e deixou três garotas na sala na companhia do seu irmão.

No entanto, para Daniel Lenhardt, era como se houvesse somente uma.

Marcela Andrade, com um lindo vestido branco de flores rosas e vermelhas até o pé.

Bonita como uma fada!

Pensou e devagar se aproximou da loira a puxando pela mão.

— Estava a sua espera — Confessou o homem com um sorriso tímido e Bianca, vendo a cena de fora, até teria nominado seu gesto como cordial e facilitador de que algo a mais se desempenhasse naquela noite, não sendo somente o detalhe de que sabia que o negócio da sua irmã eram garotas.

Tanto quanto era o seu.

— Acho que somos só nós duas, não é? — Declarou Rafaella com suas mãos por dentro dos bolsos da calça negra enquanto cutucava Bianca com um dedo.

A morena deferiu um sorriso divertido em sua direção.

— Pelo menos num primeiro instante, amiga — Pontuou Bia num tom leve, mas por algum motivo o substantivo que terminou sua fala inquietou a loira.

É o que vocês combinaram!

Lembrou o subconsciente e Rafa decidiu deixar aquilo de lado enquanto corria a noite.

E teve êxito, tanto que aproveitou cada momento ameno completamente alheia a certos reclamos que poderiam surgir do coração que ela ainda insistia teimosa que não tinha.

— Você cozinha muito bem Gabi — Elogiou Gizelly depois que terminaram toda a refeição.

— Não mais que você. Inclusive, sua sobremesa estava fabulosa — Apontou a loira mais jovem no mesmo tom amável.

— Se acha que ela é boa com as panelas é porque não viu ela na voz e violão ainda — Daniel apontou depois de igualmente satisfeito.

— Você canta? — Questionou Rafaella não lembrando daquela habilidade da menina que trabalhava para ela a cerca de um ano.

— Um pouco, mas só como passatempo, não é tão bom quanto Daniel está fazendo parecer — A menina disse com as bochechas rosadas, porém claramente feliz com a atenção.

— Isso somos nós que avaliaremos e só será possível se você mostrar um pouco do que sabe fazer — Bia foi a primeira a incentivar a Lenhardt mais nova que com euforia foi pegar seu violão.

— Só vale se for modão, hein? — Advertiu Marcela quando foram para sala iniciar uma roda de sertanejo regada a um dos melhores vinhos produzidos na fazenda.

— Meio copo ou cheio? — Bianca foi a primeira a ser questionado por Rafa que foi quem se pôs a servir assim que Daniel voltou com a garrafa e quase a derrubou no tapete.

— Nem uma coisa nem outra. Eu não bebo — A Andrade menor disse recusando o copo que estava direcionado a ela.

— Nunca? — Rafa perguntou um pouco surpresa. Com os últimos acontecimentos havia deixado que a imagem de menina de Bianca decaísse um pouco.