Capítulo 20 - Mulher ao mar

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Rafaella havia evitado Bianca depois do jantar como quase o resto do dia, portanto, sua presença na porta do quarto era definitivamente uma surpresa.

— Que porra você... — A loira conseguiu tentou explicar uma única vez, mas Bianca a impediu aconchegando a mão sobre a de Rafaella.

Tentou caminhar depois do feito, mas pelo peso da mulher sequer conseguiu fazê-la sair do lugar.

Aquilo, sem que pudesse resistir, causou uma risada que efervesceu no âmago da fazendeira e escapou inevitavelmente por seus lábios.

— Vamos lá... A gente nem precisa se aproximar, mas você prometeu — Bianca choramingou e isso fez Rafaella realmente considerar.

O dia fora horrível e a noite até então estava caminhando da mesma maneira.

Seria mesmo tão perigoso mudar isso nem que fosse um pouco?

Ela disse que não ia se aproximar.

Uma voz desconhecida pontuou na sua cabeça.

Estranhou-se.

De todos os seus fantasmas não reconhecia nenhum que a impulsionava a fazer algo que parecesse bom.

O que está acontecendo?

Tentou definir e não foi capaz.

Atordoada, pensou em fechar a porta, no entanto, entretanto aquela força dentro de si ganhou em rapidez contra qualquer receio e se aventurou em seus lábios.

— Preciso trocar a roupa e pegar um repelente. Você pode esperar lá embaixo por alguns instantes? — Bianca fez que sim e animada desceu as escadas com vários pulinhos fazendo Rafa sorrir outra vez.

Bianca era mesmo fácil de gostar.

A loira concluiu...

Na parte debaixo da casa Gi ponderava sobre ir ou não até o quarto de Marcela.

No fim decidiu que melhor não, mesmo sabendo que estava equivocada.

O coração de Gizelly era inseguro. Assim, o súbito medo de se abrir e complicar uma situação já sensível, a fez preferir chorar um pouco sozinha com a sua pipoca na varanda da fazenda.

Estava me fazendo tão bem depois de tudo.

Constatou de forma que a o alimento começou a amargar em seus lábios, provocando uma rápida parada em sua ingestão salgada.

De lágrimas e pipoca.

Marcela estava numa situação análoga em seu quarto enquanto penteava seus cabelos.

Não havia pipocas, mas tampouco havia vontade de conversar com Gi depois que a deixou sair como sair.

Estava realmente magoada.

Reconhecia que quase passou do ponto e conversaria sobre isso a qualquer momento.

Mas para que isso acontecesse teria que ter uma resposta positiva na comunicação, o que não parecia possível pela simples falta de vontade da outra parte.

Tudo por conta da porra de um beijo que nem aconteceu!

Se repreendeu enquanto continuava em sua ação.

O rugido da leoa Onde histórias criam vida. Descubra agora