Sem qualquer intenção de deixar que saísse sem sua lição Rafaella ainda pegou Caon pelo colarinho enquanto o homem se debatia sem ação em frente de todos que o observavam ser arrastado até seu carro fora do cultivo.
Certo que Caon era mais forte que Rafaella, no entanto, como típico menino criado com leite industrializado e playground de prédio era incapaz de entrar num embate físico com alguém cujo o passa tempo era juntar homens como ele e desmantelar até o último fio de cabelo.
— Sua louca — Ele gritava com a raiva queimando no peito enquanto dividia espaço com a humilhação de inúmeras pessoas paradas no meio do serviço para presenciar o espetáculo.
— Você tem sorte que me pegou numa dia que estou mais sã! Se eu estivesse no meu estado alterado eu te arrastava pelo pé e só parava quando sua cara de dedo estivesse na no chiqueiro. Na lama, quem sabe, você aprenderia a pensar duas vezes antes de ser tão grosseiro com uma dama — A loira avisou abrindo a porta da BMW do advogado o jogando dentro e chutando a lataria até que saísse.
Atrás dela várias ovações a acompanhavam.
Era assim que se resolvia as coisas na fazenda.
O que não queria dizer que Rafa estivesse satisfeita com que fosse feito na frente de todos.
Seus problemas sempre resolvia melhor em privado. Diante dos olhos dos seus buscava sempre ser um exemplo de controle.
Mas não pode.
Não quando ouviu Caon dizer aquela palavra tão desagradável sobre Bianca.
Sobre ela estava já estava blindada.
Não gostou daquilo que sentiu.
— Você está bem? — A menina se aproximou tocando os cabelos revoltos de Rafa enquanto a conferia.
— Estou sim — A loira falou aceitando por alguns segundos a doçura daquele toque preocupado.
— Meu Deus! Você só fez isso porque ele disse aquela coisa feia de mim, não foi? Perdão! — A Andrade menor se repreendeu limpando um pouco de suor da bochecha da mulher com as costas dos dedos.
Não gostou da maneira que Caon falava com Rafa e achou que deveria intervir mesmo sem ter qualquer recurso para isso.
Foi um lapso.
— Tudo bem. Só procure não entrar nas minhas confusões da próxima vez, certo? Hoje acabou bem, mas poderia ter sido sério — E se o homem fosse do tipo que revidaria? Não era responsável entrar tão de frente assim.
Bianca afastou as mãos envergonhada do seu ímpeto e acompanhou a musculatura de Rafa se perdendo entre outros lados da plantação.
Minutos depois foi chamada por Tato que comunicou que a acompanharia sozinha naquele horário.
— Rafa tem outras ocupações inadiáveis hoje a tarde — Foi o que o enólogo falou tocando o seu ombro e a guiando para que discutissem sobre índices de maturação até que desse o horário de ir embora.
Bianca, não querendo impor sua presença a Rafaella, retornou a fazenda com o casal que havia conhecido, parando na sede ao invés.
Não voltou a encontrar Rafa durante o jantar.
— Sabe o que houve com ela? — Questionou para Gizelly que não parecia que entregaria nada com o olhar, mesmo querendo.
— Rafa está indisposta — Bianca se lembrou da noite passada e da mulher colocando o conteúdo do estômago para fora de si.
Ficou preocupada imediatamente.
— Você disse que agora tem acesso as plantas que precisa para curar. Acaso não tem nada para enjoo? Acho que faria bem a Rafaella — A Andrade caçula disse direcionando o olhar para irmã.
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O rugido da leoa
FanficPara viver em Santo Antônio Escondido não é necessário muita coisa. Basta que goste do clima campestre, de moda de viola e, sobretudo, entenda que nesse espaço distinto do mundo os conflitos se resolvem na ponta de uma bala, ou de uma faca se é o qu...