Capítulo 77 - Paralelismos

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— Feito — Rafaella disse dando o dedinho para que se envolvesse no de Bianca que os levantou até a altura dos lábios e deu um beijo inocente e adorável.

— Agora observe a águia em ação — Demandou imitando a maneira que se movia uma ave e pulando sobre o sofá ao fazê-lo. Rafaella estourou numa risada tão alta que em alguns minutos pensou que sequer poderia respirar, ainda mais quando Bianca foi rapidamente abatida e caiu ao seu lado como uma soldada ferida.

— Acho que você falhou na tentativa, Bia — Rafaella apontou enxugando uma lágrima do canto dos olhos verdes ainda repetindo na sua mente a imagem de Bianca caindo de cima do móvel como uma jaca na estrada.

A morena encarou-lhe com um olhar cortante e bateu seu pezinho. O típico, o fenomenal e saudoso pezinho.

Rafa se encantou toda de novo. Mas ainda não se sentia segura para admitir tão completamente outra vez.

— Porque você não reagiu. Ficou aí parada como uma madame e deixou elas me acertarem sem nem sequer tentar sair e recolher mais munição. Você é uma péssima soldada, sabe? —Bianca apontou colocando um vinco na cara da veterinária.

— Para sua informação eu só não sou uma boa soldada porque não nasci para ser mandada. Eu sou uma General por natureza, Bianca — Rafa disse levantando o queixo para o alto e colocando a mão aberta de lado em sua testa em continência.

— Aí você acorda, certo? Você é, incontestavelmente, uma tão general quanto poderia alguém que se intitula de leoa, mas na verdade é uma gatinha — Caçoou Bianca cruzando os braços sem medo do amanhã.

— Olha... Me respeita! — Demandou Rafaella, ainda mais quando Bia mostrou-lhe a língua.

— Ou eu te respeito ou eu não minto para você. O que você escolhe? — Falou a menor olhando as unhas com deboche.

— Que me iluda — Rafaella disse baixo torcendo o lábio.

— Você é uma leoa. Só falto rugir — Falou a morena segurando a risada.

— Não vejo verdade em você — A veterinária reclamou e antes que estendessem as provocações foram interrompidas por um barulho oriundo do centro da sala. Era Vivian e Manu debandando contra Gizelly e Marcela que aumentaram as ofensivas pelos lados e derrubaram a delgada sobre o chão.

O casal criminal agora era atacado com cosquinhas intermináveis.

— Para isso dar certo precisaremos trabalhar juntas — Bianca disse e Rafaella revirou os olhos. Era o óbvio desde o início.

Se uma tentasse sem a outra não chegaria a lugar nenhum. Era assim a vida delas desde que a morte as uniu.

— Você pela esquerda e eu pela direita — Delimitou Rafaella encarando o olhar concentrado de Bianca. Sedenta, séria e insaciável.

— As chances de que saia bem pela esquerda são menores — Afinal era bem no campo de visão das outras mulheres.

— Eu sei. Mas antes eu do que você, Bi — Disse involuntariamente e quase recolheu as palavras, mas não teve tempo quando os lábios de Bianca tocaram o seu rapidamente.

— Não retire, por favor, ao menos me dê a ilusão de que nesse silêncio eu posso ter um pouco do que quero — Rafa queria dizer que não era ilusão, mas tinham uma missão naquele instante, portanto, assentiu.

Trocaram mais um selinho e como duas loucas pularam pelo sofá, Bianca munida da única almofada que detinham de maneira que pudesse se proteger melhor dessa vez.

Rafa tropeçou no tapete, mas impediu que a queda fosse mais feia quando virou e deu uma cambalhota digna de circo para a surpresa e risada de Bianca.

O rugido da leoa Onde histórias criam vida. Descubra agora