O rugido da leoa

Capítulo 97 - Visitas

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Bianca não conseguiu pregar os olhos por toda noite não importava o que fizesse. Acreditava que a ausência de Rafaella, sua leoa, era o que provocava sua terrível insônia. Não era acostumada a passar uma noite sequer longe daquela voz profunda e de seus braços quentes, sequer achava que estava pronta para tanto.

A morena sentia em si um amor tão sublime e tão profundo que a distância parecia pesar o dobro das toneladas quando caíram sobre seus olhos naquela única noite.

Marcela estava bem. Havia conhecido sua família e por mais que a onda de ciúmes inicial fosse inevitável aceitou depois de alguns momentos que a mãe dela sim era uma boa mulher.

Conhecera o irmão também. Enzo era tímido, mas também amável e a tratou sem muitos olhares de superioridade, ao contrário da sua irmã mais velha.

Mariane McGowan era quem mais parecia-se com Marcela e, portanto, custava fazer sentido na mente de Bianca que mesmo com tanta semelhança fossem tão distintas no olhar.

O primeiro contato das duas irmãs, de coração e de sangue, foi marcado por uma arrogância indisfarçável da loira. Mirou-a de cima baixo, mediu cada pedaço de roupa e fez com que Bianca se sentisse uma intrusa.

Mas a Andrade não deixou-se intimidar de forma alguma. Retorquiu sua ação com um sorriso austero que Rafa estaria orgulhosa.

— Rafa... — Disse no quarto fitando o teto e depois a noite escura para além da janela. Estavam sob o mesmo céu, mas a saudade era evidente e dolorosa mesmo após somente um dia.

Só isso explicava aquela dorzinha tão sem sentido em seu peito que não saia de maneira alguma não importasse a distração. Chegou a ver um filme, a conversar com as paredes, a tomar um banho, a ligar inúmeras vezes, mas o telefone atendeu e nada se ouviu do outro lado.

Quando percebeu que não haveria forma natural de que viesse o sono apelou para um remédio e apagou com a amada em sua mente, provando uma conexão que nem mesmo Bianca sabia enquanto estavam longe...

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— Bianca? — Escutou assim que o primeiro toque do telefone interrompeu seu sono forçado. Virando na cama não intencionalmente espaçosa tirou o objeto do gancho e iniciou um diálogo agradável com a namorada de sua irmã. Descobriu que Marcela finalmente estava liberada para retornar a sua casa.

E desejando não perder mais aquele momento com sua irmã trocou de roupa e seguiu para o hospital para vê-la sair muito mais brilhante do que nunca. Respaldada pela mãe e com a namorada afagando sua mão Marcela parecia finalmente cheia de vida. E de muito mais dela se encheu quando seu olhar se cruzou com os olhos negros que se pousaram sobre ela.

— Como é bom te ver bem — Bianca disse tomando cuidado para que o abraço não fosse tão apertado. Seu maior medo era que algo voltasse a machucar sua irmã.

— Como é bom te ver aqui. Vocês todas! E não que eu esteja me fazendo de ruim, mas estou sentindo falta de um abraço específico também... — Mencionou Marcela depois de procurar por perto de Bianca a mulher grande que andava como se fosse sua protetora sempre com uma mão suavemente caindo na cintura ou ombro da irmã caçula.

— Rafaella teve alguns problemas ontem e precisou voltar para fazenda — Bianca explicou se separando da irmã e seguindo com ela. Ficou combinado com a família que a loira não retornaria a casa de Vivian. Marcela relutou a princípio sobre a situação, mencionou não querer incomodar, mas nada pode abalar as convicções de sua mãe. Queria a filha consigo e usou de todas as palavras que conhecia até conseguir. No fim a loira não resistiu.