A tarde veio com um gosto doce para as irmãs Bianca e Marcela, pois, seria precisamente naquela tarde que sairiam com Rafa para as plantações.
Bianca estava especialmente animada com a ideia.
Em sua mente pura e simplesmente por se tratar do primeiro dia efetivo na Fazenda Kalimann.
Nada vai estragar meu dia.
Pensou animada assim que chegou na cozinha para o horário de almoço dos funcionários como mandou Gizelly mais cedo.
Agora eram trabalhadoras da fazenda e podiam começar a se integrar ao grupo.
Certo que ela e Marcela ainda não sabiam suas respectivas funções, mas só estar ali com uma casa, comida nos horários certos e uns bons reais já era motivo o suficiente para manter um sorriso no rosto.
Sorriso esse que desapareceu da face de Bia assim que se deparou com a mulher cuja mecha rosa era tragada pelos espessos fios negros de seus próprios cabelos.
— Ainda estão por aqui? — Perguntou Flayslane um tanto surpresa. Quando viu as mortas de fome, como as chamava, ultrapassarem a porteira não imaginou que ficariam mais que meia hora sem terminarem sendo chutadas como dois cachorros magros.
Seria assim se as coisas funcionassem como deveria na propriedade.
Mas então lembrou que quem cuidava de tudo sobre a sede era Gizelly e entendeu as presenças inoportunas.
Aquela lá é mesmo uma incompetente.
Reiterou para si mesma. Até quando a capixaba se encarregaria de encher a casa de Rafa de pessoas sem terra ou documento?
A cada dia eram mais e mais pessoas para alimentar.
Essa era a razão de haver fila todos os dias naquela maldita cozinha.
Não contente de dar casa e salário Rafaella tinha horror de saber que seus funcionários tiravam comida de casa para fazer refeição no trabalho.
Não!
Para a loira na labuta se encarregava ela.
E isso irritava profundamente Flayslane.
Rafaella não precisava agradar aquelas pessoas. Era rica, irresistível e poderosa.
Porque se dar ao trabalho?
Chegava a não ter sentido para paraibana.
E agora aquelas duas.
A loira até que tudo bem.
Mas a morena...
A morena havia desafiado Rafaella bem em suas fuças, mas mesmo assim estava na cozinha e, como provavelmente não fora vista na área das casas que Rafa dava aos seus funcionários muito possivelmente havia dormido em algum canto da sede.
Flay nunca tinha dormido na sede.
Nem mesmo nas noites em que esperou Rafaella nua em pelo na porta de seu quarto.
Transavam contra a porta sem que ela tivesse direito a um convite para entrar.
Sentiu mais um grão ser adicionado a súbita raiva que começava a nutrir por aquela menina.
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O rugido da leoa
FanficPara viver em Santo Antônio Escondido não é necessário muita coisa. Basta que goste do clima campestre, de moda de viola e, sobretudo, entenda que nesse espaço distinto do mundo os conflitos se resolvem na ponta de uma bala, ou de uma faca se é o qu...