Capítulo 64

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Anoiteceu graças a Deus, as horas pareciam se arrastar! A operação havia terminado, como sempre entram quando amanhece fazem arruaça e quando está preste anoitecer vão embora, pois não aguenta o barulho que os bandidos fazem a noite, operação pra minha tinha que ser esse horário, não as pessoas saindo pra trabalhar, criança indo pra escola, senhoras indo pro posto de saúde isso é um descaso total que acontecem aqui. Só resta a gente ajoelhar e pedir a Deus proteção independente da religião!

Hoje morreu quatro moradores, INOCENTE, quatro vidas jogada fora, quatro vidas que colocava o alimento em casa. Tudo isso é triste demais, eu sinceramente não tenho nem palavras pra descrever, meu coração chora pela perca dessas quatro vidas, quem não se comove com a dor do próximo, não tem nem amor a sua vida!

As pessoas tão saindo pra fora atrás de seus filhos, familiares, quando acaba operação é um verdadeiro cata, cata pra saber se todos estão bem!
Cria até agora não apareceu, mas creio em Deus que nada aconteceu pois notícia ruim chega rápido, conseguir falar com a minha mãe que me falou que meu padrasto chegou bem em casa, ele sempre aparece de pressa quando acaba pois sabe a louca que minha mãe é, se ele não aparecer ou não dá sinal de vida ela vai atrás igual !

Eu queria muito levantar mas minha cólica estava forte demais, até a comida a Jady me deu não mão, coitada toda preocupada, ela disse que não é acostumada a ficar na favela em dia de operação, nem ela e nem a família poucas vezes ela pegou operação aqui. A porrada que ele me deu no meu estômago com aquela bota pesada, está doendo até agora, uma dor insuportável e ficou o hematoma que me deixou mais revoltada com esses lixos!

Jady: ele não responde to agoniada

eu: calma, notícia ruim chega rápido - mesmo sabendo meu coração ainda estava apertado, alguém gritou a Jady e ela saiu pela voz parecia a Sabrina.

A Jady entrou logo depois, subiu colocou uma roupa rápido e desceu.

Jady: Lau vou atrás do meu irmão

eu: tudo bem, vai sozinha? Posso ir com você

Jady: não precisa, pode só passar o olho na Lais pra mim - concordei, a menininha entrou e se sentou toda educada e linda, sorri. Ela saiu desesperada algo aconteceu!

eu: quer colocar no desenho?

Lais: pode tia?

eu: sim amor - dei o controle pra ela e ela mudou.

Lais: obrigada - ela era uma verdadeira princesa, tinha a voz baixinha parecia ter medo de falar.

Me levantei com dificuldade, era uma cólica insuportável chorei baixinho.

Lais: tia você tá bem? Que aguma cosa? - sorri, ela era muito esperta.

eu: a tia está com dor, pega aquela bolsa pra mim - ela pegou e me deu, tinha um monte de chocolates. — você quer?

Lais: não pode tia, eu não jantei ainda - comecei a rir — minha mamãe fala que bestela só depois de papa - pelo menos educação essa mulher deu!

eu: hoje pode

Lais: pomete não conta pra ela?

eu: sim, vem cá vem - ela se sentou do meu lado enchi ela beijos, ela comeu o chocolates junto comigo.

Lais: você é namolado do meu pai? - falou enfiando o chocolate na boca e cai na gargalhada com ela falando tímida.

eu: não amor

Lais: ah tá tia, você ouviu os tilos hoje?

eu: sim

Lais: tive muito medo - falou baixinho.

eu: fica não, você tem um pai que protege vocês

Lais: to com muita saudade dele, assim tia - abriu os braços mostrando o tamanho e sorri, sentindo a cólica vindo mais forte. Estava usando absorvente noturno, toda vez que fico menstruada fico assim mas dessa vez a dor estava insuportável, pelo fato da porrada que tinha tomado no estômago uma dor horrível.

Fiquei conversando com ela, brincando quando escutei alguém gritando e tive a certeza que era aquela mulher insuportável, devia ter voltado pra pegar a Lais

Lais: acho que é a minha mamãe tia - eu queria e não queria atender, mas eu sabia que quando ela visse que a criança estava comigo ia ter uma briga feia, e eu não tinha nem força pra ficar em pé, imagina pra brigar.

eu: amor, acho que não é não a Jady disse que tá vindo te buscar

Lais: parece muito titia, com a voz dela - rir, coloquei no desenho e fiz a egípcia com ela gritando eu que não ia me estressar, ela ia querer se aproveitar do meu momento de fragilidade pra montar em cima de mim, não ia da esse gosto nunca. Escutei ela tentando abrir a porta, mas estava trancada.

...

Jady chegou toda suja, com uma cara nada boa.

eu: que houve?

Jady: nada não, vamos Lais antes que minha mãe surte

Lais: mais eu quelia dormir aqui irmã

Jady: outro dia amor - ela começou a chorar.

Lais: quelo fica aqui tia pufavor - como rir.

eu: amanhã você vem de novo

Jady: vamos a minha mãe precisa da gente agora, se importa de ficar um pouco sozinha amor ou chamo o Junior pra ficar aqui

eu: Jady o que tá acontecendo? Me diz logo - falo nervosa. — eu vou pra casa

Jady: nada demais, espera aqui melhor por favor Lauany - não estava entendendo nada, concordei.

Me despedi da minha pequena e ela foi embora chorando tadinha, subir com muita dificuldade tomei banho, sentindo muitas dores, pedindo a Deus pra me tirar essa dor insuportável. Acabei sair, me sequei sujou a toalha, coloquei absorvente noturno, coloquei uma blusa dele e coloquei as coisas suja pra lavar com muita dificuldade, estava com fome mas não devia ter nada aberto, estava morrendo de dor de cabeça pra completar as dores. Rs

Desci com dificuldade jantei ali quietinha, lavei tudo que sujei, parecia que quanto mais esforço eu fizesse mais dor eu sentia. Acabei de comer e limpar tudo, apaguei tudo e subir liguei o ar do quarto, me deitei na cama ligando a tv, me cobri, abri uma barra se chocolate e fiquei ali quietinha.

Lauanny - Libertina - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora