Capítulo 13 - Ilariki

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Sua presença repentina trouxe a tona lembranças que gostaria de esquecer. Lembranças da nossa infância fugindo e nos escondendo de vila em vila; do meu irmão sendo apedrejado pelos humanos e voltando com um sorriso no rosto, oferecendo-me comida. Naquela época, ele nunca foi sincero, sempre mentia sobre o que realmente sentia. Não o culpo por guardar rancor pelos humanos. Eu era pequeno quando fomos atacados pelos humanos, meu irmão me protegeu, eu posso não me lembrar de muita coisa, mas foi naquele dia que perdemos nossa mãe, pelas mãos humanas. Eu sei que ele está assim agora, mas nem sempre ele foi assim, ele tinha esperanças de que um dia, humanos e animalians pudessem conviver em harmonia. Foi por isso que ele começou a pesquisar os cristais. Mesmo que não admita, ele pensava como o Phillips. Foi ele que me entregou essa esperança. Fez-me ter orgulho de ser quem eu sou. Se me tornei a pessoa que sou, é por causa dele. Ele mudou, e eu não vi isso chegando. Mas, se hoje eu não tenho rancor pelos humanos, foi porque ele aceitou todo o ódio para ele. Culpo-me todos os dias por não ter notado o que acontecia; não notar o que ele passava para cuidar de mim. As coisas que ele escondia para me proteger. Só fui notar tarde demais, quando o rancor tomou conta do seu coração, e ele não tenta mais esconder. Quando o rancor floresceu e ele não só desistiu dos humanos, como também desistiu de si mesmo.

— Você está ouvindo? — ele bate em minha cabeça com a bainha de sua espada.

— Estou. — passo a mão no lugar dolorido.

— Precisamos agir rápido. Partiremos para o próximo cristal.

— Está bem. Falarei com a Lizzie.

Ele franze o canto do olho.

— Sabe que humanos são os únicos que podem ver o mapa — argumento.

— Está confiando demais em alguém que tem o sangue do homem que nos prendeu.

— Ah! — coloco a mão na cabeça. — Então você também sabe disso?

— Não me provoque.

— Mas não temos escolha. Você tem algum outro humano em mente para confiar um mapa que entrega o lugar de todos os cristais?

Ele bufa como resposta.

— Foi o que pensei.

— Ande logo.

Volto para a casa. Lizzie está tremendo de frio. Seu cabelo cai pesado em seu ombro. Ela pode ficar resfriada assim.

— Você devia voltar para o seu mundo. Vestir algo seco. — digo. — Pode ir com a sua amiga.

Eu tiro um cristal do bolso. Entregando um para sua amiga.

— Você quebra pensando em alguém ou em algum lugar. Será levada para perto de onde pensar. Pensando em uma pessoa, você não necessariamente aparecerá perto, mas nos arredores, então tome cuidado onde vai cair. Se pensar em algum objeto, aparecerá ao lado dele. Pode quebrar e ir aonde quiser.

— E se eu não quiser ir? — ela lança.

— Oh! Eu... — não esperava essa resposta.

— Não quero deixar a Lizzie sozinha.

Vejo em seu olhar, ela já decidiu.

— Bom, pode vir com a agente.

— Ilariki. — Miruni e Lizzie protestam juntos.

— O quê?

— É arriscado. — reforça Lizzie.

— Eu sei, mas, ela é sua amiga, acha que ela vai aceitar ser deixada de lado e te deixar sozinha?

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