Capítulo 44 - Lizzie

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Abraço Melinda tão forte que sinto o osso do seu ombro bater em meu braço. Fiquei com tanto medo que algo tivesse acontecido que meu peito parecia estar prestes a explodir. Aperto ela mais um pouco e em cada respiração juntas sinto um peso sair dos meus ombros. Quando fui à enfermaria e a moça disse que ela saíra há tempos para se banhar no lago, meu coração disparou no ritmo de batuques de tambor, quando chegamos ao local e Miruni sentiu o cheiro do sangue dela pelo chão, fiquei com tanto medo de perdê-la. Nem mesmo ao saber que o cheiro de Ikimari estava no local me acalmou.

Depois de tudo que ela contou, tive razão em temer. Tenho medo que a bruxa volte e tente algo novamente, e eu não esteja perto dela.

— Não vamos nos separar de novo, está bem? — Seguro suas bochechas.

— Está bem. — Ela fala com o bico de peixe que forma com suas bochechas esmagadas. — Mas eu só saí por algumas horas.

— Porque foi atacada por uma bruxa.

— Sim, mas...eu sei me defender, Lizzie.

Tibini entra na cabana com um prato de comida e chá quente. Ele senta ao lado dela, passando a mão nas costas dela para passar conforto e segurança.

— Gente, eu estou bem, de verdade. — Ela insiste, colocando a mão nos quadris.

— Pegue. — Tibini passa a bandeja para ela.

— Onde estão os rapazes? — pergunta ela para Tibini.

— Ikimari chamou Miruni para farejar os rastros da bruxa, ele acredita que ela deve estar perto para atacar tão diretamente. Kato acredita que ela pode ter vindo com Okubo e ainda está por perto.

— E o Ilariki? — pergunto.

— Foi junto, e alguns homens seguindo o Kato. Ikimari não acredita que Okubo está perto, mas o Kato não queria perder a oportunidade de encontrá-lo na defensiva e com sua força de ataque diminuída sem os lobos. Por isso, ele decidiu pegar alguns homens e ir também. O Ikimari só disse que pegar a bruxa é uma prioridade no momento.

— Prioridade? — Melinda enterra a mão no cabelo, deixando um rubor surgir em suas bochechas.

— Eu concordo. — Tibini assente com a cabeça. — Ele falou sobre ela comandar boa parte da força de ataque de Okubo, mas é perigoso que ela possa aparecer para você quando bem entender.

— Obrigada pela preocupação, Tibini.

Ela apoia a cabeça nos ombros dele.

— Mas eles foram sem a gente? — Seu rosto muda abruptamente para uma expressão séria.

— Você precisa descansar, Melinda, seu pé não está completamente bem. — argumento.

Enfaixamos o pé dela com as misturas de ervas dos animalians marinhos, as ervas possuem um incrível poder de cicatrização, mas quanto mais ela descansar, será melhor. Difícil é falar isso para ela.

— Mas não devemos deixá-los sozinhos — resmungou ela.

— Eles já são grandinhos. — debocha Tibini. — Sabem se cuidar.

Eu concordo com ela, não é de meu agrado esperar enquanto eles correm perigo, e não sabemos se estão bem ou não. Mas, a sensação de quase perder a Melinda me faz relutar em ir. Se essa bruxa está atrás dela, não devemos levá-la até onde a bruxa está. Eu esfrego a mão nas minhas coxas.

— Vamos esperar. — digo. — Se demorarem, podemos levar reforços com o Vinny.

— Isso! — Ela concorda, jogando seu cabelo para trás e, finalmente, deliciando-se com a comida de Tibini.

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