Capítulo 14 - Lizzie

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Sentamos no convés iluminado pelo luar. Os respingos das ondas batem em meus ombros apoiados na madeira fria do navio. Ikimari anda para direção oposta em que estamos. Melinda observa os peixes, falando todas as características diferentes dos peixes do nosso mundo para Tibini, que mostra entusiasmo em ouvir as curiosidades.

Ilariki olha o céu estrelado, com as mãos cruzadas atrás da cabeça e os pés apoiados em uma das caixas de mercadorias. Seu rosto se ilumina com o luar, parecendo uma das pinturas estreladas do livro de artes. Fico envergonhada em ter esse pensamento; viro minha cabeça para o outro lado.

Ele nota meu gesto estranho.

— Tudo bem? — ele pergunta tirando seus pés do apoio.

— Sim, sim. — respondo com a cabeça baixa.

— Está preocupada por envolver Melinda?

Foi tudo tão corrido, não parei para assimilar tudo. Melinda parece tão feliz, corada como não tinha visto há muito tempo.

Depois da morte de seus pais no acidente de carro, ela sorriu tantas vezes depois disso, mesmo que faltasse verdade em seu rosto, seus olhos ainda brilhavam. Foi depois da morte do avô, parece que seu brilho apagou-se com o dele. Descobrir que sua avó possui a mesma doença que levou seu avô, tudo isso em um período tão curto de tempo. Não sabia como ajudá-la naquele tempo e continuo sem saber o que fazer. Só quero vê-la bem.

Sinto a lágrima escorrendo pelo meu rosto.

— Lizzie? — ele se assusta.

— Está tudo bem. — enxugo as lágrimas — Foram lembranças. Somos amigas há tanto tempo, mas sinto que nunca fui uma boa amiga.

— Eu não acredito que isso é possível — ele cruza os braços — Sua amiga perfurou o meu irmão para te proteger. Está em um mundo completamente desconhecido, indo direto ao perigo eminente, não acredito que ela faria isso por uma má amiga, ou por uma má pessoa.

— Verdade. — eu começo a rir — Ela perfurou o Ikimari.

— Não sei como meu irmão a deixou viva depois disso... Não significa que ele vá matar ela. Digo... ele é uma pessoa legal. Juro! — ele se confunde com as palavras, olhando para o lado, pensando em como consertar.

— Eu entendi. — digo, sorrindo.

Eu olho para Melinda. Miruni se juntou com Tibini, também interessado em saber sobre os peixes do meu mundo. Ele e Tibini escutam atentamente, enquanto Melinda está orgulhosa em colocar todas as aulas de biologia em prática.

Divido meu lençol com Melinda. Sentindo as ondas batendo em minhas costas. Já estou me acostumando com o balançar do navio.

Acordo, abrindo os olhos lentamente para me acostumar com a luz do sol. Durante o sono, minha cabeça tombou para o lado. Acabo acordando com a minha cabeça sobre os ombros de Ilariki, que dormia calmamente, roncando baixinho, fazendo um barulho pequeno como um ronronar de um gato.

Melinda dorme ao meu lado. Para sua primeira noite em um mundo estranho, dormia muito tranquilamente.

Tibini está ao lado de Miruni, que dormiu segurando sua espada.

Avisto um pássaro de formato estranho sobrevoando o navio. Ele está longe, mas posso jurar que têm pés. A sombra vem se aproximando com bater de asas que escuto com o vento forte.

Algo parece alertar Ilariki, seu nariz se contorce, fazendo-o abrir os olhos, assustado, levantando com a espada em mãos.

Ele chuta uma dos barris de madeiro do convés em Miruni, que com o susto, cai para lado de Tibini, fazendo o rapaz saltar com o susto.

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