Pedro estava nervoso, mais do que nervoso na verdade, ele nem se quer sabia mais o que estava sentindo enquanto esperava Donna encostado em seu carro. Depois da conversa com Ludmilla e uma longa e calorosa discussão com Rose ele decidiu que seria um pai mais presente para Donna, seria o pai que era antes de sua vida e a de Brunna sofrerem sérias mudanças.
Depois de alguns minutos várias crianças começaram a sair aglomeradas pelos portões enquanto uma senhora de adoráveis cabelos grisalhos e roupas engraçadas gritava sem o mínimo de pudor pedindo para que as crianças não corressem, sendo fortemente ignorada pelas mesma. Logo saiu Donna, com uma trança em cada lado de sua cabeça, um vestido estampado com flores e sua lancheira em mãos.
Os olhos castanhos procuraram minuciosamente por Ludmilla e seu range rover branco mas ao invés disso achou seu pai. A menina fechou sua expressão sorridente em segundos encarando Pedro com pouco caso, se mantendo parada no meio do caminho completamente desacreditada no que estava vendo. Donna tinha pego as manias de Ludmilla, estando tão parecida com ela naquele instante que Pedro se surpreendeu.
--- Querida! --- Pedro acenou acenou, gritando para a filha.
Donna se fez de desentendida e fingiu não ouvir o pai, batendo os sapatos no chão e então voltando a procurar pelo carro de sua mãe, falhando novamente. Pedro bufou e se desencostou do carro, levantando as mangas de sua blusa e andando lentamente até a filha. Ele não sabia se sentia nervoso ou triste com aquela atitude da garota, mas de qualquer modo ele não queria e nem podia voltar atrás.
--- Cade minha mãe? --- Donna perguntou séria, encrando o pai.
--- Elas estão na sua casa, e hoje você vai sair comigo. --- Pedro sorriu, Donna fez careta e negou com a cabeça dando passos para trás. --- Você não quer sair com o papai?
--- Não. --- Donna foi curta e grossa, encarando o pai.
--- Mas querida... --- Pedro suspirou entristecido. --- O papai está com saudades, tem tanto tempo que não nos vemos.
--- No meu aniversário, você foi. --- Donna respondeu.
O rosto da pequena não tinha expressão, ela foi fria do início ao fim e pela primeira vez Pedro estava sentindo a consequência de seus atos. O homem respirou fundo e então pegou Donna no colo, ouvindo sua filha começar a chorar alto e forte, como um bebê. Todos olhavam preocupados para a cena e algumas mães até o pararia se fosse necessário, mas Daiane as parou quando pegou seu filho, dizendo que a situação entre pai e filha era complicado, mas Pedro não faria mal para a menina.
Pedro abriu a porta do carro e então colocou Donna ali, indo para o seu lugar em seguida e travou todas as portas do carro ligando o ar condicionado e colocando em uma estação de rádio qualquer, com Donna ainda chorando em plenos pulmões pedindo por Brunna e Ludmilla, até mesmo suas avós, qualquer um que não fosse seu pai. Pedro ligou o carro e dirigiu calmamente pensando no que fazer para contornar aquela situação.
--- Filha, você não precisa chorar. --- ele disse, parando em um sinal.
--- Não quero ficar com você, você não me ama, você só grita, fala que eu estou atrapalhando, você me odeia! --- Donna gritou aos prantos.
--- Eu não odeio você! --- Pedro gritou na mesma altura, mas ele estava indignado com a revelação da filha, olhando para ela pelo retrovisor. --- De onde tirou isso, Donna?
Pedro parou seu carro perto de um parque e então saiu logo abrindo a porta de Donna tirando seu cinto de segurança e tomando a filha em seus braços. Donna deitou a cabeça em seu ombro ainda aos prantos, Pedro ignorou todo aquele choro e a tristeza que o invadia naquele momento, andando até uma sorveteria próxima ali, sentando-se em uma mesa ao lado de fora do estabelecimento.
--- Ok, agora cala a boquinha meu anjo. --- Pedro pediu, colocando cuidadosamente a filha sentada sobre suas pernas. --- Mas ter uma conversa séria agora garota.
Pedro passou a mão carinhosamente pelo rosto da filha sentindo o peito doer quando viu seus olhinhos vermelhos assim como a pontinha de seu nariz. Donna era tão parecida com ele, tendo apenas alguns detalhes mínimos de Brunna, e Pedro amava tanto aquela menina, ele apenas não estava sabendo demonstrar isso nos últimos meses, mas ele à amava mais do que tudo em sua vida.
Donna se calou soltando apenas alguns soluços e encarou o pai.
--- Você não me ama, você não faz mais as coisas pra mim. --- a menina soluçou.
--- Que coisas meu amor? --- Pedro olhou atenciosamente para a menina.
--- As festas na escola, o dia dos pais, antes a gente saía, você me levava pra tomar sorvete, e a gente andava de patins, só nós dois você ainda me amava, mas parou de me amar. --- Donna disse, se acalmando conforme Pedro acariciava seu cabelo.
--- Papai não deixou de amar você, nunca, eu não amo ninguém nesse mundo como eu amo você. --- Pedro disse, abraçando a Donna, sentindo a filha deitar a cabeça em seu peito, agarrando Pedro com seus braços, aconchegado-se.
--- Não é o que parece. --- ela escondeu seu rosto no peito de Pedro, ouvindo-o suspirar.
--- Mas o que parece nem sempre é a verdade meu amor. Eu estava sendo um imbecil. --- ele disse. --- Eu prometo Donna, eu nunca mais vou deixar de te dar atenção, ir nos recitais, apresentações de ballet, nós vamos voltar a ser como éramos antes.
--- Você promete? --- Donna encarou-o piscando lentamente seus olhos.
--- Prometo vida, papai promete pra você. --- Pedro disse , e beijou a testa de Donna.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Towers✔🦋
FanfictionBrunna e Ludmilla tiveram um relacionamento há cinco anos atrás, e elas pensavam que aquilo poderia ser eterno, pelo menos até o momento em que Brunna traiu Ludmilla com seu chefe durante uma viagem de negócios, estando completamente bêbada para pod...