◉✿ - 54 CAPÍTULO - ✿◉

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Ludmilla estava em seu quarto quase dormindo enquanto Donna estava agarrada à ela, sentindo Jasmine mexer e conversando com a barriga da mãe, encantada com a quantidade de vezes que sua irmãzinha parecia responder a sua voz.

A negra já não estava tão cansada como nos outros dias, mais ainda sim ficou deitada durante todo o dia, pois ficar muito tempo em pé lhe causava fortes dores, então ela preferia não arriscar de modo algum. Ludmilla se ajeitou na cama soltando um gemido de dor quando sentiu Jasmine se mexeu com mais intensidade, mas Donna sorriu com aquilo.

— Você é uma menina agitada Minnie. — Donna beijou a barriga descoberta de Ludmilla. — Sim, você é.

— Minnie? — Ludmilla repetiu o apelido, com um sorrisinho amoroso em seu rosto.

Donna levantou a cabeça e olhou para a mãe, balançou a cabeça e sorriu assentindo. — Sim mamãe, eu e a tia Luane escolhemos hoje cedo.

— Você e sua tia são criativas. — Ludmilla riu acariciando a barriga. — Você está ansiosa para conhece-la?

— Sim, com quem será que ela vai se parecer?

Ludmilla comprimiu os lábios pensativa, não sabendo ao certo o que responder para Donna. Por mais cuidadosa que ela tivesse sido ao escolher o doador, escolhendo alguém com características parecidas as de Brunna, a genética era algo imprevisível, mas a aparência de Jasmine não importava tanto, o importante era que ela seria filha de Brunna e Ludmilla Oliveira.

— Não sei querida. — respondeu depois de alguns minutos, passando a mão no rosto de Donna.

A menina piscou seus olhinhos chocolates curiosos e formou um bico em seus lábios perfeitamente desenhos, encarando Ludmilla por fim.

— Ela tem que ter seus olhos, e essas pintinhas bonitas que você tem. — Donna colocou o dedo no rosto de Ludmilla delicadamente, admirada com a quantidade de sardas que a mãe tinha, e o quão bonita ela era por tê-las. — É bonito mamã.

— Você acha meu amor? — Ludmilla perguntou e Donna assentiu.

— Sim, eu acho.

Ludmilla sorriu sentindo o coração se encher de amor por aquela doce menina. Donna era de fato a criança mais adorável que Ludmilla já tinha visto, e era obviamente o amor se sua vida. Donna voltou, a deitar-se ao lado se sua mãe enquanto recebia um cafuné gostoso em sua cabeça, aninhando-se piscando os olhos lentamente, tomada pelo sono.

— Está chegando não está? — Donna perguntou e Ludmilla olhou para ela, desligando a tv em seguida.

O coração de Ludmilla acelerou só de imaginar que daqui há três dias ela finalmente estaria casada com Brunna. Aquilo parecia um sonho, um sonho muito bom do qual ela não queria acordar nunca.

Brunna chegaria em casa bem cedo pela manhã, e então elas iriam para a casa de campo da família Oliveira, pois seria lá que o sonho delas se tornariam realidade.

— O que está chegando? — Ludmilla perguntou.

— O casamento de vocês.

— Sim bebê, nosso casamento está bem próximo. — ela respondeu.

— Como vocês deram o primeiro beijo? — Donna perguntou de repente, abrindo mais seus olhinhos curiosos enquanto encarava Ludmilla.

— Quer mesmo saber? — Donna balançou a cabeça veemente e Ludmilla riu beijando sua testa. — Então vamos lá. — puxou-a para se deitar novamente, encostando a cabeça sobre a sua e Donna parecia realmente interessada naquilo. — Sua mãe e eu estávamos numa festa que a tia Daiane estava dando na casa dela quando a mãe estava fora da cidade, Daiane sempre deu as melhores festas...

— Isso parece legal. — Donna cortou-a com um sorrisinho no rosto e trocou olhares com a mãe.

— E é, mas não faça isso. — Ludmilla disse num tom divertido e Donna riu. — Bom...

Ludmilla parou de falar. As lembranças daquele dia estavam bem vivas em sua memória, apesar de ter feito tudo sob o efeito do álcool, mas o fato era, como contar aquilo para Donna e pular as partes completamente erradas mas que faziam parte da história? A negra comprimiu os lábios pensando numa forma de faze-lo e Donna a encarou.

— Por que parou mamã? — perguntou.

— Estou tentando me lembrar docinho, mas já lembrei, vamos lá. — explicou voltando a deitar a cabeça sobre a de Donna enquanto ela deitava em seu ombro. — Mamã criou coragem depois de muito tempo guardando isso pra mim e fui falar com a sua mãe, disse pra ela tudo o que eu estava sentindo e nos beijamos. Sabe que foi o meu primeiro beijo realmente apaixonado? — Donna olhou-a surpresa, como se aquilo fosse a melhor coisa do universo, sorrindo.

— Sério?

— Sim. — Ludmilla juntou-se a ela no sorriso grande e animado.

— E depois? — Donna perguntou empolgada com o resto da história.

— Depois nós... Nós... — Ludmilla estava novamente se perguntando como contar aquilo para Donna.

O dia especial do primeiro beijo não tinha ficado só no beijo no final das contas outras coisas tinham acontecido, toques mais íntimos e quentes, e mesmo que elas não tivessem chegado ao ato sexual em aí aquilo não era algo que Donna tinha que saber, não enquanto a menina fosse tão pequena e inocente. Mas era bom relembrar disso tudo, principalmente nas vésperas de seu casamento, era mágico.

— Depois nós voltamos para aproveitar a festa, estava muito boa. — Ludmilla mentiu e Donna não pareceu acreditar, fazendo um bico nos lábios e levantando a sombrancelhas. — O que é vida?

— Fizeram isso mesmo? — perguntou num tom de desconfiança.

— Na verdade nós passamos o resto da noite abraçadinhas no quarto, fazendo carinho uma na outra e dizendo o quanto estavamos apaixonadas. — Ludmilla agora não tinha mentido, só omitido um pouco dos fatos reais. — Sabe Donna, sua mamãe é o amor da minha vida, fomos feitas uma para a outra.

— Como nos contos de fadas, só que são com duas lindas princesas. — Donna sorriu. — Mamã. — Donna chamou-a novamente e Ludmilla a olhou.

— Pergunte meu doce.

— E como os bebês são feitos? — Donna pôs as mãos na barriga de Ludmilla sentindo sua irmãzinha agitada como costumava ser, e Ludmilla se viu perdida novamente, se perguntando o motivo das perguntas mais difíceis de se explicar eram feitas para ela.

Enquanto pensava em um modo de explicar aquilo para sua menina, mas, foi como se Deus ouvisse suas orações. Brunna acabou surpreendendo-as ao abrir a porta. Ludmilla sentiu o coração disparar e Donna saltou para fora da cama correndo até Brunna.

Salva pelo gongo.

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