◉✿ - 32 CAPÍTULO - ✿◉

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Brunna tinha ido em silêncio ao lado de Rose durante todo o percurso de volta para sua casa. A ruiva tinha lhe oferecido carona, julgando por si mesma que Brunna estava abalada demais para sair por aí sozinha e então resolveu fazer a única coisa que lhe apareceu cabível, leva-la de volta para sua casa. Assim como ela mesma já tinha imaginado, Brunna realmente não estava bem, a conversa com Pedro havia deixando-a magoada, ainda mais magoada pela filha deles já que sem dúvida alguma ela seria a mais prejudicada em tudo aquilo.

Quando Rose parou o carro na casa a qual Brunna indicou ser a dela ambas respiraram fundo se encarando sem ao menos saber o que dizer. Tudo o que Brunna mais queria no momento era entrar em sua casa e sorri para a filha, abraça-la e dizer que tudo ficaria bem, que elas não precisavam de Pedro, mesmo sabendo que apenas palavras não mudariam os fatos.

--- Antes de você ir eu queria me desculpar, Brunna. --- Rose disse, e Brunna se virou para ela olhando-a com atenção.

--- Pelo? --- Brunna perguntou confusa. --- Eu quem deveria, eu quem te disse aquelas coisas, eu quem te ofendi, desculpe.

--- Oh, não por isso. --- Rose balançou a cabeça rindo. --- Mas meu cabelo não é tão mau tingido, é? --- ela entortou os lábios pegando em uma mecha do cabelo para olhar.

--- Ah. --- Brunna riu negando. --- Não, seu cabelo não é mau tingido, ele é lindo para falar a verdade.

Rose sorriu encarando Brunna e então colocou o cabelo atrás da orelha se ajeitando no banco suspirando por fim. Ela estava nervosa, e Brunna percebia isso na maneira a qual ela mexia suas mãos sobre as pernas.

--- Quer me dizer algo? --- Brunna perguntou.

--- Foi eu quem pedi para que o Pedro ficasse em casa hoje. --- ela abaixou o olhar tentando não encarar Brunna. --- Mas eu não sabia que ia ter uma apresentação da Donna hoje, eu juro que não, se não eu nem tinha pedido nada, quer dizer, eu estava nervosa para contar que ele vai ser pai, por isso pedi, mas agora não sei mais se devo fazer isso. --- ela gemeu frustrada encostando a cabeça no banco de seu carro.

Brunna poderia muito bem duvidar de sua palavra, começar a gritar novamente naquele carro e armar outra confusão, mas não, ela escolheu por respirar fundo e dar um voto de confiança a garota, afinal de contas ela iria conviver com Donna, sendo o que fosse de Pedro e Brunna estava afim de manter uma relação de paz entre as duas, mesmo que por dentro quisesse furar Pedro até que pudesse ser comparado a uma peneira. Então, ela sorriu docemente colocando sua mão por cima á de Rose.

--- Conta. Ele vai gostar de saber que vai ser pai, ele sempre quis ter mais filhos. --- Brunna disse.

--- Já viu a maneira como ele age com a Donna? Isso já é horrível o bastante, não quero que isso se repita, ele não é um bom pai, Brunna. --- Rose disse entristecida.

--- Sim, ele não está sendo dos melhores agora, e nem sei se vai ser depois da nossa conversa, mas se acha que não deva contar então espere o seu tempo, sim?

--- Obrigado Brunna. --- a ruiva sorriu. --- Aquela é a Donna? --- Rose perguntou apontando para fora do carro e Brunna olhou, logo balançando a cabeça em afirmação. --- Ela é adorável, tão parecida com Pedro.

Donna estava no jardim da casa brincando com sua boneca enquanto a Ludmilla estava sentada nos pequenos degraus de madeira usando apenas seu pijama, com o cabelos ligeiramente úmido caindo em seu rosto e um sorriso imenso posto em seus lábios olhando para a filha enquanto ela brincava distraída.

--- Aquela é a sua esposa? --- Rose perguntou.

--- Ainda não, mas em breve vai ser. - - Brunna sorriu. --- Eu já vou indo, querida. E pense bem, talvez ele goste de saber sobre o bebê.

--- Eu vou. --- ela afirmou ligando seu carro e saindo dali assim que Brunna se encontrava fora dele.

Assim que Donna viu sua mãe ela se levantou rapidamente do gramado e correu até Brunna pulando em seu colo agarrando-a com força. Brunna apertou a filha nos braços sentindo o cheiro doce de seu perfume infantil e os olhinhos castanhos tão iguais aos do pai brilharem como nunca enquanto a menina encarava a mãe, evidentemente mais feliz do que há horas atrás.

--- Mamãe tem uma surpresa, mãe. --- Donna disse, aumentando então o sorriso em seu rosto. --- Você não tem mamãe Lud? --- ela gritou.

--- Sim querida, eu tenho. --- Ludmilla afirmou em alto e bom som.

Naquele momento Brunna colocou a filha no chão e andou lentamente até Ludmilla que a esperava de pé em frente a porta de casa, e antes que a morena pudesse falar qualquer coisa Ludmilla entrou para dentro da casa e Donna correu rapidamente atrás de suas mães batendo a porta e parando em frente a ela completamente atenta a conversa de suas mães. Ludmilla pegou um teste que estava sobre a mesa de centro e deu para a morena.

--- Eu estou grávida.

Ludmilla aquela altura já estava se desmanchando em lágrimas, depositando suas mãos sobre o pequeno volume em sua barriga. Ambas não sabiam descrever o misto de sentimentos que as dominavam naquele momento, era alegria, medo, insegurança, amor, tudo junto em uma completa mistura de emoções. Sem perceber Brunna já estava chorando tanto quanto Ludmilla, ela colocou o teste de volta na mesa e andou até a negra a puxando para um abraço, agarrando seu pescoço com força e beijando seu lábios.

--- Eu consegui amor. --- Ludmilla disse em meio ao soluços involuntários, sorrindo ao ver sua filha agarrada em sua perna acariciando carinhosamente.

--- Eu sabia que ia conseguir mamãe, a gente acreditava em você. Não é mãe? --- a menina olhou para Brunna.

--- Sim vida, nós acreditávamos. --- Brunna balançou a cabeça sem se quer tirar seus olhos de Ludmilla. --- E você vai conseguir amor, você é forte.

--- Eu não vou te decepcionar, eu prometo, dessa vez eu não vou. --- Ludmilla afirmou abraçando Brunna e afundou seu rosto no pescoço da morena.

Quando Silvana apareceu na sala por um momento ela pensou se juntar a elas no abraço, comemoração ou seja lá o que eles estivessem fazendo, mas achou melhor deixa-las em um momento delas por isso fez um sinal com as mãos para que a neta ficasse com ela e deixasse as mães sozinhas, e sem contestar Donna obedeceu, soltando as pernas de sua mãe e indo até a avó.

--- Você nunca me decepciona amor, nunca. Nós vamos ter esse bebê, porque você é tão capaz quanto eu ou qualquer outra pessoa, e eu amo você, amo tanto que chega a doer as vezes. --- Brunna disse em um sussurro enquanto acariciava Ludmilla. --- Você me ouviu? Nós vamos ter esse bebê.

--- Eu amo tanto você, Brunna. --- Ludmilla levantou o rosto encarando-a, tendo a noção de que a partir daquele momento começaria uma nova fase na vida delas, aonde os resultados poderiam ser decepcionantes ou não.

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