◉✿ - 61 CAPÍTULO - ✿◉

1.4K 132 8
                                    

--- Não. --- Donna virou o rosto fechando os olhos com força e Luane bufou.

--- Por favor.

--- Sem mamã sem comida. --- Donna saltou da cadeira e caminhou para fora da cozinha.

Donna estava se negando a comer enquanto suas mães não voltassem para casa, a menina já estava fraca e enjoada, com o rostinho pálido estando sempre jogada na cama de suas mães, isso há dois dias e Luane não sabia mais o que fazer para convencer sua sobrinha a comer.

Mirian tinha voltado para sua casa, afinal ela tinha suas coisas para fazer, Brunna nem se quer voltava para casa, apenas ligava para Donna pelo telefone fixo e conversava com a menina até que ela pegasse no sono e o mesmo era com Ludmilla, que até cantou para a menina na noite anterior.

--- Você precisa se alimentar, Donna. --- Luane choramingou jogando a cabeça para trás. --- Por favor, a tia está pedindo.

--- Não sem a mamã. --- a menina se sentou no sofá e balançou as perninhas olhando para as diversas caixas de papelão e a casa quase vazia.

Os porta-retratos já não estavam nas paredes, os objetos de decoração tinham deixado os móveis e o chão estava em madeira pura, tudo quase vazio, apenas os móveis maiores ficariam na casa que não teria nenhum morador durante um bom tempo.

Ludmilla queria se mudar para Londres antes do natal, assim ela poderia voltar logo a trabalhar quando a revista fosse inaugurada, e elas teriam tempo para matricular Donna em uma escola, assim como Fernanda e Daiane, que já tinham achado uma bela casa em uma bairro bom em Londres, Lauren e Normani tinham achado um apartamento bom e espaçoso, Dinah e Ally também, tudo como planejado.

--- Se comer eu te levo para um parque de diversões antes de irmos embora para Londres. --- Luane tentou negociar mas Donna negou balançando a cabeça. --- Donna. --- ela choramingou.

--- Não. --- a menina teimou se deitando no sofá, esticando as perninhas e fechando os olhos.

--- Ah! --- Luane gritou batendo os pés no chão, e Donna soltou uma risada fraca olhando para sua tia. --- Você está sendo má Donna Oliveira, má!

--- Não. --- Donna abraçou uma almofada se virando de costas.

--- Sua mãe vai me matar Donna. --- Luane ajoelhou-se em frente a menina tocando suas costas. --- Eu vou pedir pizza.

Donna abriu os olhos e virou um pouco a cabeça olhando para sua tia, os olhinhos castanho brilhando, fazendo Luane sorrir de lado.

--- Ainda é almoço tia Lu. --- Donna também sorria naquele momento. --- Mamãe diz que não pode comer pizza no almoço, eu já tentei pedir. --- a menina suspirou tristemente e Luane riu.

--- Vovó Sil não está aqui, suas mães também não portanto é nosso segredinho. --- Luane piscou um olho arrancando um sorriso da sobrinha.

--- Tudo bem. --- Donna se sentou.

Luane sorriu e correu até a cozinha para pegar o telefone e ligar, deixando Donna sozinha na sala. A menina piscou letamente os olhos sentindo o corpo fraco demais para correr até sua tia.

Donna ouviu vozes do lado de fora e o choro de Jasmine se sobressaiu, fazendo a menina usar o pouco de força que ainda tinha para ir até a porta abrindo antes mesmo que Ludmilla o fizesse. A última vez que Donna viu Ludmilla foi no casamento quando ela estava chorando de dor e implorando para que sua bebê fosse forte, muito forte e aquelas lembranças torturaram a menina nos últimos dias.

Mas apesar disso ninguém queria leva-la até o hospital para conhecer a nova integrante da família e ver sua mãe, Brunna dizia que hospitais não eram lugar para a crianças, e não era realmente, mesmo com o nascimento de Jasmine o clima lá ainda era pesado para ela. Seus olhinhos brilhavam por causas das lágrimas e seu pequeno coraçãozinho batia forte e ansioso.

--- Mamã! --- Donna acabou esquecendo que Ludmilla ainda estava com seus pontos e não poderia pega-la ou brincar com ela, como Brunna tinha explicado, e pulou nos braços de sua mãe. --- Eu estava com tanta saudade se você. --- a menina soluçou. --- Achei que você não ia voltar.

--- Eu sempre volto pra você meu doce. --- Ludmilla se ajoelhou lentamente em frente à sua filha, tomando cuidado com seus pontos. --- Eu senti muito a sua falta, muito. --- ela colocou as mãos nas bochechas morena e gordinhas beijando. --- Eu te amo tanto, tanto.

--- Mãe. --- Donna apertou Ludmilla com mais força molhando a roupa da negra com suas lágrimas. --- Amo você. Amo, amo, amo.

--- Amo muito você minha vida, amo você tanto tanto. --- Ludmilla beijou suas bochechas novamente.

--- Assim eu fico com ciúmes. --- Brunna brincou ajeitando sua filha nos braços, ela balançava a menina de um lado para o outro acalmando-a. --- Também te amo meu doce. --- a morena tocou a cabeça da filha entrando na casa. --- Hum, que cheiro bom, o que tem para o almoço?

--- Brunna! --- Luane gritou correndo pela sala. --- Meu Deus, que linda minha sobrinha. --- a garota tocou as próprias bochechas fazendo bico. --- Ela é a cara da Ludmilla.

--- Pois é, ela tem os olhos bem claros. --- Brunna sorriu olhando amorosa para a filha.

Ludmilla levantou-se devagar com a ajuda de Debie e entrou na casa, com Donna segurando suas mãos caminhando até Brunna e Luane.

--- Ela não está comendo tem dois dias. --- Luane disse e cruzou os braços olhando para a sobrinha.

Donna abriu a boca como se um segredo super secreto tivesse sido revelado, aquele era o seu jeito de protestar. Mas aquilo não ficaria assim. Ludmilla, Brunna e Silvana olhavam de maneira ameaçadora para a pequena.

--- Ela ia pedir pizza! --- Donna ergueu o braço apontando para Luane.

❍❍❍

Depois de algumas horas Ludmilla finalmente deitou em sua cama sentindo todo o corpo relaxar de baixo das cobertas quentinhas, olhando para barriga inchada enquanto Brunna colocava Jasmine em seu berço, ja pensando em como voltaria ao seu antigo corpo, mas aquilo nem de longe era sua prioridade.

Depois de descobrir que Donna estava se negando a comer Ludmilla fez a menina sentar na mesa de jantar e comer toda a comida que Luane tinha preparado, e a menina foi com gosto saltitando pela casa, feliz por ter sua mãe de volta e encantada com Jasmine, pelo menos quando a bebê não estava nos braços de Ludmilla.

Diferente do que Ludmilla e Brunna imaginavam Donna estava enciumada ao ponto de ignorar a nenê querendo que Ludmilla ficasse ao seu lado durante todo o dia, fechando a cara quando Ludmilla saiu para amamentar Jasmine, ou quando Brunna colocou a nenê na cama enquanto Ludmilla tomava banho e chamou a filha para se deitar com elas.

Donna negou dizendo que preferia deitar só com Brunna.

Mas elas entendiam, Donna ainda era uma criança e estava acustumada a ter toda a atenção pra ela, mas agora Jasmine também estava ali e precisava de ainda mais atenção do que ela por ser pequena e extremamente dependente de suas mães.

--- Não me canso de dizer o quanto ela é linda. --- Brunna olhou para a nenê e depois para Ludmilla. --- Muito linda.

--- Nossa preciosidade. --- a negra suspirou sorrindo, mas a preocupação não à deixava um minuto se quer. --- Brunna.

--- Pode falar meu anjo. --- Brunna disse caminhando de volta para a cama, elas estavam tão cansadas que iriam apagar em questão de minutos.

--- Donna não parece estar muito contente com a chegada de Jasmine.

Brunna subiu na cama e engatinhou até a esposa se acochegando em baixo das cobertas abraçando Ludmilla, beijando seu rosto antes de deitar a cabeça no travesseiro fechando os olhos.

--- Ela é uma criança, está se acostumando a ter a atenção dividida. --- Brunna suspirou. --- Isso vai passar, você vai ver.

--- Eu espero que passe, amor. --- Ludmilla respirou fundo apertando Brunna em seus braços antes de pegar no sono.

Towers✔🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora