◉✿ - 37 CAPÍTULO - ✿◉

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Os meses tinham se passado e tudo estava bem melhor na vida de Ludmilla e Brunna. Os detalhes do casamento estavam sendo resolvidos e é a gravidez estava tão tranquila como nunca, tudo em seu perfeito lugar, já na revista as coisas estavam um caos. Brunna tinha sido mandada embora assim que Alex demitiu Ludmilla e colocou outra pessoa em seu lugar, e ambas estavam desempregadas, pelo menos Ludmilla não estava por falta de oportunidade, mas sim por que não podia.

Mas Brunna já tinha dado um jeito em sua situação indo trabalhar para seu ex marido novamente, mas desta vez ela não trabalhava diretamente para o ex marido e sim uma outra pessoa, Lorena, ela era a nova CEO da empresa e Brunna era sua secretária, e isso já foi o suficiente para Ludmilla querer a cabeça da mulher pendurada em sua sala, dizendo a Brunna que dinheiro não era um problema para elas, não quando Alex querendo ou não, Ludmilla era dona de metade daquilo, ela não estava de fora, apenas afastada, e no momento em que voltasse o próximo que ela iria exigir a cabeça era Alex.

Ludmilla estava quieta sentada no sofá maior de sua sala, com o notebook sobre as coxas e as mãos acariciando sua barriga de quatro meses. A negra tinha um brilho diferente em seus olhos, exalando felicidade para todos os lados, sorrindo e usando as roupas mais justas e confortáveis de seu armário para que pudesse admirar sua barriga, a única que já não estava mais tão feliz com a situação era Donna, enciumada que só ela, mas naquele instante até mesmo Donna estava em silêncio, com se pacote de jujuba em mãos e a cabeça deitada no braço de sua mãe.

Ludmilla estava cuidando de alguns assuntos da revista, e também com seu advogado. Alex estava muito enganado se estava achando que a filha iria simplesmente se calar e aceitar o que ele estava fazendo, pois ela não ia. Estava fazendo frio na cidade aquela noite, frio demais inclusive, e Ludmilla só estava na sala porque Brunna ainda não tinha chego do trabalho, e negra podia jurar que era culpa da Lorena, com suas coxas grossas e as roupas justas demais, aquela mulher era uma tentação, e Ludmilla odiava isso.

Quando o barulho do carro de Brunna se fez presente da garagem, Ludmilla pode sentir o coração mais aliviado, suspirando por fim. Ela fechou o notebook e colocou na mesa de centro, ajeitando a pequena Donna no sofá, já que a menina tinha dormido. Ludmilla cobriu a filha com sua coberta rosa fofinha, como a menina mesma chamava, e fechou o hobby de seda longo indo até a cozinha para encontrar com Brunna.

Brunna sorrateiramente entrou e soltando alguns resmungos tirou os saltos dos pés e sorriu sentindo um enorme alívio. Aquilo era mais parecido com armas de torturas do que com objetos sexys que iria deixá-la elegante. Assim que ela viu Ludmilla sorridente encostada no balcão ela sorriu, indo até a noiva. Brunna abraçou-a sentindo seu perfume grudar em seu corpo, e seu lábios macios sobre os seus, seu toque delicado em seu rosto a fez arrepiar por inteiro, então ambas sorriam em meio ao beijo.

--- Odeio aquela vadia, isso não é hora dela liberar você. --- Ludmilla resmungou se afastando e Brunna riu. --- Não ria, é sério.

--- Sei que sim. --- Brunna concordou indo até a geladeira. --- Pensei em fazer espaguete, amor, está com fome?

--- Sempre. --- Ludmilla afirmou, indo até a sala e voltando rapidamente com um envelope em suas mãos.

Ela e Ally tinham ido ao médico mais cedo para fazer a consulta de rotina e também o ultrassom do bebê, o que a fez quase arrancar fora seus cabelos no instante que viu que esperava uma menina forte e saudável, que apesar de tudo estava firme e forte crescendo em Ludmilla, e aquilo a fez chorar por horas sem parar, sem se quer dar uma pequena pausa, e Ally acabou chorando ao seu lado.

--- Tenho uma notícia para te dar. --- Brunna torceu os lábios colocando a panela no fogo. --- Tem vinho, né? --- ela encarou a noiva.

--- Tem, depois eu pego. Fala a sua primeiro. --- Ludmilla sorriu parando em frente a Brunna.

--- A boa ou a ruim? --- Brunna ficou seria com medo de qual seria a reação de Ludmilla,proucurando tomar cuidado com suas palavras.

--- Vamos ter uma menina. --- Ludmilla deu um enorme sorriso e Brunna arregalou os olhos.

Os olhos da morena brilhavam por causa das lágrimas assim como os de Ludmilla. Ambas não conseguiam conter a emoção quando o assunto era a gravidez da negra, e por isso todos evitavam ao máximo estressa-la ou deixar ela nervosa, Ludmilla precisava ter uma gravidez tranquila para que tudo desse certo, e até aquele quarto mês de gestação tudo estava indo tranquilo apesar do incidente no último mês.

--- Outra menina! --- Brunna gritou emocionada e beijou Ludmilla rapidamente. --- Ai meu Deus! --- ela gritou novamente rindo de alegria. --- Preciso ligar pra minha mãe!

Brunna correu até a sala e Ludmilla secou as lágrimas de seu rosto indo lentamente até a sala, vendo Brunna com o telefone em suas mãos e um sorriso imenso de rasgar as bochechas. Tão adorável. Ludmilla pousou as mãos sobre a barriga e observou Brunna dar a notícia para Mirian, e pode ouvir a sogra gritando juntamente a filha, e depois ambas chorarem juntas de emoção, era algo realmente emocionante de se ver.

Assim que a morena desligou o telefone e o colocou de volta na base, Ludmilla cruzou seus braços encarando Brunna esperando que a noiva lhe contasse sua notícia. --- Comece com a boa.

--- Fernanda ganhou o bebê. --- Brunna sorriu, mas logo em seguida seu sorriso desapareceu dando lugar a preocupação.

--- Isso é perfeito. Como não fiquei sabendo?

--- Daiane me mandou mensagem há poucos minutos. --- Brunna respondeu, fechando seus olhos e respirou fundo em seguida. --- É sobre o trabalho.

--- Você vai pedir demissão? --- Ludmilla sorriu. --- Perfeito, já não via a hora, amanhã mesmo você volta pra revista e...

--- Não. --- Brunna interrompeu e Ludmilla se calou. --- Lorena é uma estilista famosa, você sabe que eu tenho oportunidade de fazer o que eu gosto. A coleção dela vai desfilar em Tóquio, e ela me chamou pra ir, ela vai lançar alguns dos meus modelos Ludmilla, isso não é demais! --- Brunna dizia eufórica enquanto Ludmilla se segurava para não cair em lágrimas ou enforcar Brunna. --- Ela disse que amou meus desenhos, disse que eu tenho talento e ela vai me dar uma oportunidade amor. --- Brunna continuou. --- Sei que você não vai concordar, nem vai gostar, mas eu vou pra Tóquio com ela.

--- Você o que?! --- Ludmilla deu um grito esganiçada. --- Ela pode lançar um de seus modelos, ótimo, mas não tem que ir.

--- Ludmilla! --- Brunna grita em resposta.

--- Nós damos um jeito, eu sou Ludmilla Oliveira, eu tenho contatos, posso conseguir isso pra você. --- a negra retrucou indignada e Brunna iria responder à altura, mas sabia que era perigoso para ela e a bebê.

--- Ludmilla meu amor, vem, se acalma. --- Brunna puxou a noiva para um abraço e logo depois agarrou sua mão levando-a até a cozinha.

Ao invés de prosseguir fazendo seu espaguete, Brunna colocou a água para ferver e logo o chá de camomila de Ludmilla estava pronto e posto em uma bela caneca de porcelana a sua frente, com sua expressão séria batendo as unhas no mármore do balcão, mas agora parecia estar mais calma, e ela realmente estava, sua raiva agora tinha dado lugar a desconfiança e a tristeza, e infelizmente ela viu seu passado passar diante de seus olhos.

--- Quero fazer isso pelos meus esforços, não por que você tem dinheiro e é importante na mídia. --- Brunna começou a falar sem olhar nos olhos de Ludmilla. --- Você sabe o quanto isso é importante.

--- Sei, eu sei como é importante pra você, e sei também como era importante começar sua independência há alguns anos, e no que isso resultou. --- Ludmilla acabou falando sem pensar e apenas quando terminou de destilar seu veneno se deu conta do que tinha feito, agindo como a Ludmilla amarga e infeliz de antes.

--- Não acredito que disse isso. --- Brunna murmurou, surpresa, chateada.

--- Eu não quis dizer isso, eu... --- Ludmilla se levantou dando a volta no balcão e parou de frente para Brunna.

--- Você quis. --- Brunna interrompeu com lágrimas em seus olhos. --- Você com raiva fere as pessoas, com essa sua mania de grandiosidade, igual ao seu pai.

--- Não sou como o Alex. --- Ludmilla murmurou negando, chorando junto a Brunna, que apesar de tudo estava tentando manter-se calma, pela bebê.

--- Sim, você é como o seu pai, e quer saber? Eu vou pra Tóquio queira você ou não. --- após dizer isto Brunna se retirou da cozinha deixando Ludmilla para trás.

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