Towers✔🦋

◉✿ - 41 CAPÍTULO - ✿◉

Faltavam poucos dias para a viagem de Brunna e Ludmilla estava começando a se entristecer, mas Brunna tinha a solução perfeita para aquilo, e não envolvia sexo, já que isso era a única coisa que deixava a negra pulando de felicidade. Brunna tinha planejado um jantar de despedida para ela, um jantar na praia para todos os seus amigos mais próximos. Brunna tinha alugado um pequeno espaço de um restaurante na beira da praia apenas para elas, e os pratos favoritos de sua noiva também seriam servidos.

Brunna estava esperando Ludmilla terminar de se arrumar, esperando-a na sala enquanto acertava por mensagem os últimos detalhes de sua viagem. Só de pensar em ficar longe de Ludmilla um enorme mal estar tomava conta da morena, mas ela tinha que fazer isso, sua carreira dependia dessa viagem. Brunna queria crescer em sua profissão, que ela tanto amava, mas para isso tinha que abrir mão de algumas coisas.

Após longos minutos de espera, Ludmilla desceu as escadas calmamente segurando da mão de Donna, e ambas usavam roupas parecidas. Ludmilla usava um vestido longo com mangas cumpridas enquanto Donna usava um da mesma cor só que infantil e com babado. O rosto de Ludmilla estava livre de maquiagem e seu cabelo estava preso solto, assim como Donna, até mesmo o cordão com pingente de coração com pequenas pedrinhas, a menina estava usando.

--- Aonde as duas vão assim tão bonitas? --- Brunna perguntou sorridente, se levantando do sofá e guardando o celular no bolso de trás do jeans.

--- Eu vou para casa do papai, ele disse que vamos conhecer a família de Rose. --- Donna respondeu, e olhou para sua mamá.

--- Eu vou jantar com a mamãe, ela vai viajar amanhã meu bem, se lembra? --- Ludmilla também olhou para Donna que abriu a boca surpresa, a menina tinha se esquecido. --- Não se lembra, filha?

--- Não. --- ela olhou para a mãe. --- Você vai voltar?

--- Claro meu amor. --- Brunna se abaixou em frente a filha passando as mãos em seu rosto. --- Mamãe vai voltar sim, e eu quero que você obedeça Rose, Pedro e sua mãe, estamos combinadas?

--- Sim, mamãe. --- Donna balançou a cabeça agarrando o pescoço de sua mãe, beijando seu rosto. --- Vou sentir sua falta.

--- Eu também, mas são apenas quatro dias, logo eu estou de volta, mal vai dar tempo de sentir minha falta. --- Brunna disse. --- Agora temos que ir. --- ela se levantou e levou o olhar até Ludmilla, que tinha o rosto virado para o outro lado, evitando olhar para sua noiva, ela não queria que Brunna fosse, não mesmo.

Quietas, elas andaram até o carro e seguiram para a casa de Pedro desse mesmo jeito. Ludmilla ainda tinha a esperança de fazer Brunna desistir de ir viajar com Lorena, mas mal sabia era que isso estava longe de acontecer, Brunna não iria desistir de seus sonhos só por causa do ciúmes de Ludmilla. Não demorou muito e elas deixaram Donna na casa do pai, e seguiram para o seu destino.

Brunna se despediu de sua filha com um demorado beijo em seu rosto, um abraço apertado e um novo pedido para que ela se comportasse enquanto ela não estivesse, depois ela seguiu para o restaurante, que ficava há quase uma hora de distância. Quando chegaram viram as amigas esperando na porta do lugar, e Ludmilla se impressionou com o tamanho que sua amiga, Dinah, estava.

A esposa de Ally estava nas últimas semanas da gestação, seu filho, Zayn, iria nascer antes do dia das bruxas, segundo o médico que estava cuidando de sua gestação. Ludmilla saiu do carro empolgada e foi até as amigas cumprimentando uma por uma, dando por última um longo abraço em Dimah e acariciando sua barriga.

--- Você sim está enorme. --- Ludmilla disse,
e Dinah esfregou a barriga sorrindo.

--- Obrigado.

--- Aonde está, Fê e Day? --- perguntou para Lauren.

--- Estão com Niamh. --- respondeu, abraçando Normani pela cintura. --- Vamos entrar?

--- Sim. --- todas falaram juntas, e entraram sendo guiadas até uma mesa no segundo andar do restaurante italiano aonde estavam.

Todas estavam conversando com suas companheiras sobre que prato pedir, exceto por Ludmilla, que ainda se negava a olhar para Brunna, e as amigas perceberam o clima estranho entre elas.

--- Que horas você vai amanhã? --- Normani perguntou.

--- Bem cedo, Lorena tem coisas para acertar lá ainda. --- Brunna respondeu um pouco desconfortável, e tentou tocar na mão de Ludmilla, mas a negra se esquivou.

--- Espaguete é uma boa? --- Ludmilla olhou para Dinah, mudando de assunto, ela estava visivelmente incomodada. --- Minha boca está cheia d'água já.

--- Concordo com você, meu filho já está se remexendo de ansiedade aqui. --- Dinah colocou as mãos sobre a barriga. --- Vocês duas estão bem? --- ela as olhou e todas se calaram prestando atenção naquilo.

Ludmilla deixou o cardápio de lado e se encostou na cadeira balançando a cabeça e Brunna a olhou, ficando chateada quando sua noiva a ignorou. Brunna deu um sorriso tímido e balançou a cabeça, era óbvio que não estavam. Ludmilla estava sendo egoísta e sabia bem disso, mas ela não conseguia controlar aquilo, era inevitável, ela era assim.

--- Nós podemos conversar um minuto? --- Brunna sussurrou para Ludmilla.

--- Não. --- a negra respondeu seca.

--- Ludmilla, eu vou embora amanhã, não quero viajar estando brigada com você. --- Brunna soltou um longo suspiro. --- Por favor.

Pela primeira vez naquele dia, Ludmilla olhou para Brunna e balançou a cabeça se levantando sutilmente e caminhando para o primeiro andar do restaurante sendo seguida por Brunna. As duas foram para o lado de fora do restaurante. Ludmilla cruzou os braços e encarou Brunna, a negra já estava com os olhos cheios de lágrimas e mordendo os lábios para evitar o choro, mas estava difícil.

--- Me ouve, por favor. --- Brunna aproximou-se, colocando as mãos no rosto de Ludmilla, perdendo-se no castanho de seus olhos. --- Eu amo você, mas preciso ter a minha carreira a minha vida e se você não puder aceitar isso...

--- Você está me deixando outra vez? --- Ludmilla soluçou, arrancando as mãos de Brunna de seu rosto. --- É isso?

--- Foi você quem me deixou da primeira vez, e se acalme, por favor. --- Brunna voltou a toca-la, aproximando seu corpo ao da noiva e a única coisa que as separava era a barriga grande e um pouco pontuda de Ludmilla. --- Se não puder aceitar isso. --- a morena continuou. --- Então teremos que dar um jeito na nossa relação, esses traumas do passado precisam ser curados, eu sei o motivo de tanta relutância com essa viagem.

--- Eu confio em você. --- Ludmilla disse, sentindo um enorme alívio. Por um momento ela achou que Brunna iria querer o fim. --- Confio de verdade, mas aquela mulher é asquerosa como uma cobra.

Brunna riu. --- Mas eu amo você, ela pode ter belos seios, e um sorriso bonito. --- Ludmilla revirou os olhos e Brunna selou delicadamente os lábios. --- Mas nunca chegará aos seus pés, nunca terá o seu sorriso, a sua bondade, sua inteligência, ela nunca terá um coração tão grande quanto o seu, nunca me dará o melhor sexo, ela nunca vai ser a mãe dos meus bebês. --- Brunna tocou sua barriga e Ludmilla sorriu, acariciando sua bochecha. --- Meu mundo é você, meu tudo é você, Lorena não é nada.

--- Desculpe. --- Ludmilla abaixou a cabeça. --- Eu fui uma idiota egoísta.

--- Tudo bem amor, tudo bem. --- Brunna puxou Ludmilla para um abraço, e beijou-a, lentamente e apaixonadamente. --- Agora vamos jantar, nossas amigas estão nos esperando.

--- Tá bom amor.