Ludmilla estava se sentindo num filme de contos de fadas com direito a pássaros cantando canções de amor e animais falantes, e o céu estava radiante iluminando todo o quarto. Apesar do cansaço, Ludmilla sentia-se disposta e feliz naquela manhã, seu coração batia mais forte e a ansiedade tomava conta de sí. Aquele momento parecia um sonho para ela, um sonho que se tornará realidade.
Ela se levantou da cama e caminhou até a sacada, não se importando muito com a bagunça que ela e suas amigas tinham deixado na noite anterior, deixando que um sorriso singelo surgisse em seu rosto enquanto os olhos corriam por toda a extensão do imenso jardim, e todas as pessoas que estavam decorando o lugar, levando as rosas brancas e os bancos de madeira, começando a montar o altar, em baixo de uma grande árvore.
Ludmilla sentiu a filha agitar-se novamente — como fez durante toda a noite —, e seu sorriso aumentou ainda mais, tão grande que poderia rasgar seu rosto, sentindo seu coração bater forte ela ansiedade.
A porta do quarto foi aberta calmamente e Ludmilla virou a cabeça vendo Brunna entrar no quarto sorrindo tanto quanto ela, usando um hobby de seda branco e algumas presilhas no cabelo, ainda sem nenhuma maquiagem em seu rosto. Elas trocaram olhares apaixonados e sorriram uma para a outra. Ludmilla mordeu os lábios contendo seu sorriso.
— Você já está se arrumando, Bru? — Ludmilla andou até ela colocando as mãos em sua cintura, beijando suavemente os lábios de sua futura esposa.
— Sim, e você também amor, daqui há três horas seremos as senhoras Gonçalves Oliveira. — Brunna deu-lhe outro selinho. — Ainda não acredito que esse dia finalmente chegou. — a morena deu pulos de euforia e Ludmilla gargalhou alto, beijando a ponta de seu nariz.
— Vamos nos casar. — Ludmilla disse alto emocionada com a sensação que aquelas palavras causavam em sí. — Vamos finalmente nos casar.
— Como estamos hoje? — Brunna tocou a barriga de Ludmilla sentindo os chutes de Jasmine. — Acho que bem, não é? Mamãe está tão ansiosa para ver você querida, segurar você nos braços e dizer o quanto te amo. — aquela altura Brunna já estava de joelhos em frente à Ludmilla com as mãos em sua barriga dando beijos carinhosos. — Pois eu te amo meu neném, amo tanto.
— Ai está você! — Luane deu um grito aparecendo na porta do quarto. — Brunna saía daí, vocês só vão se ver agora no altar. — a morena entrou e Brunna se levantou sendo guiada pelos ombros para fora do quarto, mas Brunna parou na porta dando uma última olhada para Ludmilla.
— Te vejo no altar amor?
Ludmilla sorriu sentindo lágrimas nos olhos, deixando com que os hormônios da gravidez à tomassem por completo deixando-a extremamente sensível.
— Sim vida, te vejo no altar. — afirmou ainda sorridente.
Antes que Ludmilla pudesse dar conta seu quarto já estava cheio, suas amigas trocavam de quarto a todo momento dizendo para Ludmilla o quanto Brunna estava ficando bonita, ou o quanto a decoração estava ficando bonita, já que a negra tinha sido terminantemente proibida de por os pés na sacada do quarto e não sabia como tudo estava ficando, mas ficava mais nervosa a cada minuto que se passava.
Tinham-na posto sentada na poltrona do quarto logo após um banho relaxante e demorado — Ludmilla tinha feito questão de colocar a lingerie mais bonita que tinha em sua mala já com seus pensamentos na lua de mel —, começando a prepara-la para o casamento, até mesmo seu vestido já estava pendurado num cabide próximo ao espelho, apenas esperando para ser usado.
Enquanto uma cabeleleira — a qual Ludmilla nunca tinha visto na vida —, cuidava de seu penteado fazendo com que ela quase cochilasse, acabou se lembrando de algo, ou melhor, alguém importante, a pessoa que deveria estar ali para apoiar e guiar Ludmilla até o altar, Alex. Com um semblante triste surgindo em seu rosto ela olhou ao redor do quarto — ignorando os pedidos da cabeleleira que fazia seu cabelo —, buscando pela mãe.
Assim como ela, Silvana estava tendo seu cabelo arrumado, unhas pintadas e alguém para preparar sua maquiagem, enquanto sentia-se como a própria noiva.
Ludmilla pediu para que sua cabeleleira lhe desse um instante e a mulher consentiu, em passos calmos Ludmilla foi até sua mãe e tocou seu braço, fazendo Silvana se virar para ela, notando o olhar triste de Ludmilla, pois apesar de todas as desavenças e o fato dele tê-la expulsado da revista, Alex era seu pai afinal, ele deveria estar participando do momento mais feliz de sua vida, como sempre fez.
— Está passando mal meu amor? — Silvana olhou-a preocupada e Ludmilla balançou a cabeça. — Por que essa cara, não está querendo desistir está? — por um momento Silvana arregalou os olhos espantada com aquela possibilidade.
— Não mãe, óbvio que não, é só que... Meu pai vai estar aqui, ele vai me levar no altar e me entregar? — ela perguntou com os olhos chocolates brilhando pelas lágrimas, como uma criança que perderá o brinquedo.
— Não, ele não vem. — Silvana respirou fundo, sentindo o coração doer quando Ludmilla desviou seu olhar decepcionado e as lágrimas caíram. — Não chore doce, eu vou levar você, vou subir no altar ao seu lado e te entregar pra mulher que você ama, huh? — ela sorriu, um sorriso tão belo e contagiante que foi inevitável Ludmilla não sorrir também. Agora vai se arrumar, temos pouco tempo.
— Tudo bem. — Ludmilla assentiu, apoiando a mão em suas costas e dando passos cansados até a poltrona aonde estava.
❍❍❍
Nunca em toda sua vida Brunna sentiu como se as horas voassem, para ela as horas se passavam normalmente, sem nada de especial, mas naquela manhã as horas pareciam ter voado, principalmente para ela.
Seu corpo inteiro tremia enquanto ela descia as escadas ao lado de Mirian e Donna. Suas madrinhas — e também de Ludmilla — já estavam todas no jardim aproveitando a pequena recepção antes da cerimônia começar, tomando champanhe e tirando algumas fotos para o álbum de casamento, Brunna sentia o estômago revirar por causa do nervosismo e também preocupação com Ludmilla e em como ela estaria até a hora da cerimônia.
Ludmilla estava frágil, ela não negava isso, mas ela iria aguentar, ela iria dar o braço para sua mãe e deixar que ela a levasse rumo a felicidade.
Quando finalmente chegou a sala, que estava fazia e silênciosa Brunna pode jurar que ouvia os batimentos de seu coração, de tão fortes e intensos que eram. Mirian olhou para sua filha absolutamente emocionada, comprimindo os lábios para conter as lágrimas e não borrar sua maquiagem.
Brunna sorriu para a mãe e tocou seu rosto, dando o máximo de si para não desabar em lágrimas de extrema felicidade.
— Estou tão feliz por você. — Mia pegou nas mãos da filha colocando uma sobre a outra, apertando enquanto olhava fundo em seus olhos. — Estou tão feliz que tenha conseguido refazer a sua vida depois daquele divórcio, e estou me sentindo mal ao mesmo tempo por... — a mulher fez uma pausa quando sentiu as lágrimas descerem pelo rosto, e secou com o máximo de cuidado possível para não borrar sua maquiagem. — Por ter feito você se casar com Pedro quando engravidou da Donna, mas eu achei que fosse ser o melhor para vocês, mas isso só lhe trouxe infelicidade, se eu pudesse voltar no tempo não teria feito isso, teria te ajudado com o que quer que fosse para que você pudesse estar ao lado da Ludmilla, aquela mulher te ama tanto, todos podem ver no jeito que ela te olha.
Brunna estava pronta para chorar, com os lábios trêmulos e um incômodo em sua garganta.
— Isso agora é passado mãe. — Brunna secou as lágrimas de Mia. — O que importa é que conseguimos nos reencontrar e estamos juntas novamente, e vamos nos casar agora.
— Oh meu amor. — Mia puxou a filha para um abraço apertado, beijando seu rosto. — Quero que seja feliz como jamais foi, quero que cuide da sua família e que faça a Ludmilla feliz.
— Prometo que vou mamãe. — respondeu.
— Hey! — ouviram um grito vindo da escada e se viraram, vendo Luane perfeitamente angelical e bonita com seu vestido rosa claro, e o cabelo solto com cachos nas pontas. — Tem alguém que também precisa descer para se casar, então se apressem. — a garota sorriu para Brunna.
— Estamos indo, Luane . — Brunna afirmou entrelaçando os dedos aos da mãe caminhando até a porta de vidro enorme que dava passagem para o jardim, aonde a cerimônia iria acontecer.
Mia entrelaçou seus braços ao da filha e pararam em frente a porta, ambas sentindo como se não fossem aguentar de tanta ansiedade, e Brunna não conseguia acreditar que depois de tanto tempo aquele momento era real.
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Towers✔🦋
Fiksi PenggemarBrunna e Ludmilla tiveram um relacionamento há cinco anos atrás, e elas pensavam que aquilo poderia ser eterno, pelo menos até o momento em que Brunna traiu Ludmilla com seu chefe durante uma viagem de negócios, estando completamente bêbada para pod...