◉✿ - 76 CAPÍTULO - ✿◉

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Aquele era o último dia delas na praia, o último dia de lua de mel antes voltarem para a vida real, para suas filhas, o trabalho e todas as obrigações que tinham, e Ludmilla pretendia aproveitar ao máximo seus últimos momentos de total privacidade com a esposa.

Os dias tinham se passado maravilhosos, com passeios pela praia, taças de vinho durante a madrugada e noites cheias de amor em todos os lugares imagináveis do quarto luxuoso de hotel aonde estavam, ótimas lembranças para guardar em suas memórias.

Brunna estava dando uma volta sozinha, comprando alguns presentes para suas filhas, enquanto Ludmilla preparava na praia com a ajuda de algumas pessoas do hotel, uma surpresa romântica para sua esposa, fazendo daquela última noite especial.

Ludmilla mordeu o lábio parada na varanda de seu quarto, olhando para a mesa de vidro redonda, muito bem arrumada, com uma comida deliciosa a espera de Brunna, um vinho tinto delicioso, o preferido de Brunna aliás e para finalizar velas para iluminar, rosas também tinham sido espalhadas em todo o cômodo.

Tudo para deixar Brunna ainda mais apaixonada por ela.

Quando ouviu a porta sendo destrancada Ludmilla se virou de imediato, vendo sua esposa entrar no quarto cheia de sacolas, um pouco desajeitada como sempre era. Sorrindo Ludmilla saiu de onde estava e foi ajudar Brunna, selou os lábios e pegou as sacolas colocando todas no sofá.

- Como foram as compras? - Ludmilla perguntou mas Brunna não seu a mínima, ocupada demais olhando para as velas aromáticas espalhadas no chão e as pétalas de rosas.

Seus olhos brilhavam e sua mente gritava sem parar que Ludmilla era sim a mulher de seus sonhos.

- Gostou? - Ludmilla perguntou com um sorriso grande, quase rasgando as bochechas.

Sorrindo Brunna balançou a cabeça, com as mãos cobrindo a boca conforme seus passos mostravam o quão lindo e romântico o quarto estava. Ludmilla seguiu Brunna até a varanda do quarto, e colocou as mãos em sua cintura, colocou seus corpos devagar e beijou seu pescoço, colocando seu cabelo para o lado.

- O que eu fiz para merecer uma esposa como você? - sussurrou e virando devagar para olhar Ludmilla. - Tão boa pra mim.

- Por que você merece isso e muito mais do que eu posso oferecer, agora vem, vamos jantar. - Ludmilla se afastou andando até a mesa, devagar ela puxou a cadeira para Brunna.

- Obrigado vida. - agradeceu se sentando.

Ludmilla seu a volta e se sentou em seu lugar, seus olhos fixos em Brunna, admirando cada pequeno movimento seu enquanto prendia seu cabelo, deixando apenas a franja recém cortada caindo em sua testa.

O som das ondas batendo eram como uma linda melodia, acalmava o corpo e a alma, deixava o clima mais confortável e romântico, tudo o que elas precisavam naquele momento, tudo conspirava ao favor delas e dor amor em seus corações.

- Estamos comemorando algo? - Brunna perguntou, enquanto Ludmilla abria a garrafa de vinho, despejando o líquido em sua taça.

- Só o nosso amor, e nem precisamos de uma data especial para isso.

- Eu definitivamente tenho sorte. - Brunna pegou a taça levando até os lábios, saboreando cada gole. - As vezes eu fico pensando se depois de tudo que te fiz realmente mereço você e todo o amor que você me dá. - Brunna mordeu o lábio tocando num assunto delicado.

Ludmilla olhou para o mar, água azul e cristalina, ondas batendo e o maravilhoso por do sol, tudo fazia daquilo um cenário perfeito e lindo para uma noite de amor, e de todo seu coração, alma e mente, ela tinha perdoado Brunna, não tinha como esquecer, mas perdoar e seguir em frente, e ela fez isso.

A negra pegou sua taça e bebeu também, voltando seu olhar para Brunna, olhando com amor, como fazia todos os dias, horas, minutos e segundos, de quando acordava até o momento em que fossem se deitar, nada no mundo mudava o amor que ela sentia, nem mesmo quando ela queria que acontecesse.

- Esse tempo todo serviu pra nos amadurecer Brunna, os erros e decepções. Nós arcamos com as consequências dos nossos atos, passamos por um mal momento e sofremos muito, mas estamos aqui, juntas e fortes, o que importa o passado? - colocou sua mão sobre a de Brunna, acariciando. - Vamos deixar o passado para trás, vamos nunca mais tocar nesse assunto que tanto nos machucou?

Com um sorriso Brunna afirmou, pegou a mão de Ludmilla beijou com seus olhos fechados, esfregando seu dedo ali, passando por cima de sua aliança, o símbolo do amor que as fortalecia todos os dias.

- Vamos sim, vamos esquecer disso, nossa vida começou no momento que me disse sim no altar, e nada antes disso importa realmente. - Ludmilla disse.

- Você é meu anjo. - Brunna disse.

Assim o jantar se seguiu, com calma, juras de amor ditas de todo o coração e duas garrafas de vinho vazias, elas já nem se quer estavam sóbrias o suficiente para conter suas próprias palavras, para ter pudor sobre algo, mas não se importavam, era noite delas e elas iriam aproveitar o máximo que poderiam.

Assim como nas outras noites naquele paraíso tropical elas acabaram se amando, corpos suados, palavras sujas e gemidos soltos sem o mínimo de cuidado, sem vergonha alguma, elas apenas se amaram como gostavam de fazer, dando prazer uma a outra, o prazer que não sentiam com ninguém mais.

Durante parte de sua vida Brunna pensou que não teria o perdão de Ludmilla, que não merecia seu amor e o quanto foi ruim em fazer sua amada sofrer, quem ama cuida, protege e não mágoa ou traí, Brunna nem se quer tinha uma explicação plausível para sua traição, ela amava tanto Ludmilla, então por que fez algo como aquilo?

Não haviam respostas exatas, o álcool em sua mente foi um possível culpado, a briga e a raiva, mas talvez o destino quisesse assim, talvez antes de se reencontrarem elas precisam amadurecer, aprender o real significado do amor, e agora mais do que tudo elas sabiam como o amor era importante, como elas eram importante uma para a outra, e sabiam principalmente valorizar isso.

Nada do mundo era capaz de separa- las novamente, de colocar em dúvida o amor que sentiam, por que aquilo era para sempre, um amor recostruido aos poucos, como uma torre, tijolo por tijolo colocado devagar, até formar algo sólido e duradouro.

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