◉✿ - 2 CAPÍTULO - ✿◉

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Brunna chegou ao décimo quarto andar naquela manhã desejando nunca ter saído de casa, toda vez que se passava em sua cabeça que ela havia deixado Donna doente, ela sentia vontade de voltar correndo. A criança estava com Fernanda — que não tomaria conta da boutique aquela manhã —, e Théo, que não saiu do lado da amiga um segundo se quer, dividindo com ela seus biscoitos em forma de bichinhos, ficando ao seu lado em baixo das cobertas quentinhas, usando até um pijama combinado com o dela.

Apesar de querer estar com a filha naquele momento, ela não era mais a esposa do chefe, então não poderia apenas ligar e dizer "Então Ludmilla, lamento, mas eu não posso trabalhar hoje." O mínimo que iria acontecer era Brunna ser demitida por justa causa logo em sua primeira semana. Brunna andou até sua mesa em passos lentos e pesados, carregando nas mãos o café de Ludmilla junto com a caixa rosquinhas. As pessoas ali puderam notar seu desânimo.

Gonçalves se sentou, colocou a caixa e o café no espaço vazio da mesa e pegou sua agenda para ver os compromissos que Ludmilla tinha naquele dia. Depois ela resolveu alguns assuntos, como: marcar horários de entrevistas, uma sessão de fotos que Ludmilla teria que estar presente, para confirmar que tudo sairia perfeito a pedido de Lauren. Normani ia fotografar com sua ex namorada, Zendaya Coleman, e Lauren estava uma pilha de nervos por isso.

— Você sabe aonde vendem veneno? — Lauren perguntou, movendo sua cadeira giratória para o lado de Brunna.

— Pra que você quer veneno, está ficando louca? — Brunna levantou as sombrancelhas, encarando a colega de trabalho.

— Matar a ex namorada vadia da minha namorada. — deu um sorriso grande sem mostrar os dentes, assustador.

— E eu só queria estar na minha casa, com a minha filha. — Brunna suspirou, tristemente.

— Você tem uma filha? — Lauren perguntou, completamente surpresa.

Ninguém além de Daiane e Ludmilla sabiam que Brunna tinha uma filha, ela preferia que as pessoas não soubessem tanto de sua vida particular.

— Sim, Donna. Ela tem cinco anos. — Brunna sorriu, pegou o celular mostrando uma foto da criança.

Lauren sorriu, colocando as mãos no rosto, murmurando para si o quão fofa Donna era.

— Sua filha é linda, Brunna.

— E bem parecida com, Pedro. — ela murmurou, bloqueou o celular e deixou na mesa. — Quando eu saí de casa ela estava com quase quarenta graus de febre.

— Nós podemos ir ver ela na hora do almoço. — Lauren sorriu. — Ela deve estar melhor até lá.

— Eu espero que sim. — Brunna suspirou. — E quanto a sua namorada?

— Aquela ridícula da Normani? — Lauren revirou os olhos. — Ela vai tirar fotos de lingerie com a vadia da Coleman! Lingerie!

— Um absurdo. — Brunna balançou a cabeça.

— Não é?! — Lauren arregalou os olhos, mostrando o quão indignada estava com aquilo. — Elas não são mais um casal, mas a mídia não entende! E aquela cobrinha da Normani já tinha assinado o contrato sem me avisar!

— Realmente um ultraje. — Brunna balançou a cabeça novamente.

— E eu ainda vou estar presente!

— É só um ensaio fotográfico, Laur. Não vai ser nada demais. — Brunna disse.

— Espero que não seja mesmo.

— Confie nela.

— Parece ser o único jeito... Nós podemos comprar alguns cupcakes pra Donna. Ela gosta?

— Claro, ela adora.

Quando Lauren ia se preparar para falar novamente, a voz de Ludmilla foi ouvida assim como a de seu marido.

— Acho melhor voltar para o meu lugar. — Lauren murmurou.

— Eu também acho. — Brunna concordou.

Lauren deslizou a cadeira para sua mesa novamente, e Brunna voltou sua atenção para o trabalho.

— Eu já disse Lukas

— Eu também já disse, Ludmilla. Você nunca pode me acompanhar em nada. — Lukas abaixou o tom de voz assim que percebeu que os olhares curiosos pararam sobre ele.

Ludmilla suspirou, parou no caminho e olhou diretamente para Brunna, fazendo um sinal com a mão para que fosse até ela. Brunna arrastou a cadeira para trás se levantando, trazendo consigo o café e as rosquinhas. Ludmilla ignorou o marido e andou até sua sala. Lukas estava disposto a discutir se fosse preciso, então ele simplesmente seguiu a esposa. Brunna bufou andando atrás dele.

— Você é minha esposa deveria me acompanhar. O que a mídia vai dizer? — Lukas continuou.

— Lukas você não está vendo que a minha secretaria está aqui? Não seria mais conveniente deixar isso para discutirmos em casa? — Ludmilla suspirou, batendo a ponta do salto chão e fuzilou Lukas com o olhar.

— Eu não ligo! — Lukas deu de ombros.

Naquele momento Brunna só pôde afirmar uma coisa sobre o marido de sua ex: ele conseguia ser ainda mais estúpido que seu ex marido. Ela acabou soltando um suspirou impaciente atraindo a atenção de Ludmilla.

— Mas eu ligo, amor. Então você poderia por favor...

— Então apenas não reclame quando eu simplesmente não for nos seus compromissos idiotas. — Lukas disse.

— Lukas — Ludmilla suspirou, ela estava começando a perder a paciência.

—Ok, eu já estou indo.

— Obrigada. — Ludmilla guiou o marido até a porta.

Por mais que a presença de Lukas estivesse incomodando Ludmilla, ela sabia o quanto também estava incomodando Brunna, então o que seria deixar ela um pouquinho mais desconfortável alí? Nada, não para ela, claro. Ludmilla abriu a porta para que o marido saísse mas logo segurou-o pelo braço, aproximou seu rosto e o beijou com delicadeza, enquanto ele levava suas mãos até a cintura da esposa. Brunna suspirou mais uma vez, evidentemente desconfortável com a situação olhando para outro lado da sala, dando de cara com uma foto de Ludmilla e Lukas na mesa dela.

Céus!

Por que nada estava indo a seu favor?!

Mas, de certo modo, aquilo á fez lembrar de algumas das discussões que ela e Ludmilla tiveram, e que sempre acabava em Brunna gemendo em alto e bom som o nome da namorada, enquanto a boca de Ludmilla fazia maravilhas em seu corpo. Pelos Deuses! O que ela estava pensando? Brunna sentiu suas bochechas queimarem, e engoliu em seco, sentindo vontade de jogar aquele café na cabeça de Ludmilla, ou então mandar "Lukas egocêntrico Hemmings" sumir de lá.

Mas ela não podia.

— Em casa nós conversamos. — Ludmilla disse para o marido antes de dar mais um selinho.

— Tudo bem. — Lukas respirou fundo.

Ludmilla fechou a porta sorrindo um pouco, foi até a sua mesa rebolando os quadris marcados em um vestido rosa salmão, justo e decotado, tendo suas alças finas e um decote sutil, deixando as sardas em seus ombros e peito evidentes. Brunna também se permitiu sorrir, ela gostava das sardas de Ludmilla, e detestava o fato dela usar maquiagem para esconder algo tão lindo. Ludmilla sentou em sua cadeira.

— Era só pra trazer isso, por que me chamou aqui? — Brunna coçou a garganta.

— Não, era para te pedir pra me acompanhar para a uma reunião amanhã na hora do almoço.

— Mas e a Ally? Não é ela costuma te acompanhar, ela me disse que...

— Mas amanhã vai ser você, porquê ela não pode. — Ludmilla a interrompeu. — Certo, Brunna?

— Huhum. — Brunna murmurou. — Amanhã serei eu quem vou almoçar com a senhora.

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