◉✿ - 18 CAPÍTULO - ✿◉

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Como Ludmilla queria voltar no tempo, ir para a praia novamente, e aproveitar mais ao lado de Brunna. Mas, o trabalho, a realidade e as responsabilidades a chamavam, então, lá estava ela novamente, deixando seu carro na garagem fornecida aos que trabalhavam ali, indo para o elevador, ainda mais sorridente ainda por ter um almoço com Brunna, e sua família no final de semana, apenas para comunica-los que as duas estavam juntas de novo.

Ludmilla entrou no elevador, sorrindo ao olhar para a aliança prata em seu dedo, destacando a pequena pedra de safira azul no centro, assim como a de Brunna, que escolheu aquela pedra, pois era a preferida de Ludmilla, não ligando muito para o preço que pagaria, pois agora estando empregada, dinheiro não era problema, mesmo que Pedro ainda não a ajudasse. Mas o fato era que felicidade já não era o suficiente para descrever o sentimento ao qual estava possuindo-a por completo.

E as mudanças em seu humor já eram evidentes, e Silvana estava adorando ver a filha daquele jeito, assim como os irmãos de Ludmilla, mas o único que ainda não estava ciente devido uma viagem que estava fazendo era Alex, pois caso soubesse, Ludmilla iria ter alguns problemas com ele novamente, mas, se ela já não o obedecia quando era mais nova, agora que ela era dona de si e mandava no próprio nariz, ela não iria obedece-lo.

Inclusive, a negra já estava começando a pensar em modificar algumas coisas em sua casa, como, montar um quarto para Donna, e liberar espaço para Brunna em seu closet, talvez colar algumas fotos delas como uma família, juntas, nas paredes do corredor. Mas em todo caso, aquela casa era grande demais para elas, assim como era grande demais para ela e Lukas, e passava por sua mente comprar uma menor, em que elas pudessem criar as próprias lembranças em família. Ela estava sendo um pouco precipitada, porém, ambas já tinham esperado por muito tempo, e precipitação era o de menos.

Assim que o elevador parou, Ludmilla andou sorridente acenando e cumprimentando alguns funcionários, sorrindo ainda mais quando viu Brunna em sua mesa, falando ao telefone, e mexendo em seu computador. Todos na empresa já sabiam do relacionamento delas, até por que, a maioria dos sites de fofoca estavam falando sobre aquilo, e comentando. Ludmilla andou até a mesa de Brunna, parando em sua frente, ditando para si mesma, mentalmente que ela teria que manter o profissionalismo.

--- Será que você pode vir até a minha sala... --- ela acabou se interrompendo, quando Pedro, saiu do elevador andando rapidamente até elas.

--- Por que não atende as minhas ligações, ou responde minhas mensagens? Você voltou há quase uma semana, e nós temos assuntos para tratar sobre a minha filha. --- o homem disse alto, atraindo alguns olhares fofoqueiros, que Lauren logo tratou de chamar a atenção das outras, as mandando voltar ao trabalho.

E como todas tinham um pouco de medo, acabaram obedecendo, mas não deixando de prestar atenção na conversa. Brunna o encarou, completamente enfurecida, e envergonhada, se levantando e parando em frente a ele, não se intimidado pela diferença de altura, pois de modo algum ela teria medo ou algo similar a ele.

--- Esse é meu local de trabalho, e eu não tenho nada para falar com você, não sobre isso, não sobre Donna, vai embora! ---  Brunna praticamente sussurou cada palavra, apitando o dedo no peito de Pedro, fazendo-o rir em deboche.

--- Olha só Brunna...

--- Vamos pra minha sala, isso não é assunto para ser discutido aqui, por favor, seja mais coerente e menos ridículo. --- Ludmilla disse, encarando-o enojada.

Pedro causava esse efeito sobre ela, nojo.

--- Enquanto a vocês, se não quiserem todas assinar a carta de demissão depois do expediente, voltem ao trabalho! --- Ludmilla gritou, andando até sua sala, na frente de Brunna e Pedro.

A morena o deixou para trás, indo até a sala de Ludmilla, logo parando ao lado da porta de vidro, pousando as mãos em sua lateral para fecha-la, o fazendo assim que o homem entrou na sala. Pedro se sentou no sofá, apoiando os cotovelos sobre as coxas, encarando, Brunna que estava parada em frente a mesa de Ludmilla, enquanto a negra sentou-se em sua cadeira.

--- Eu não acredito que você fez isso, Pedro, seu imbecil! Este é meu local de trabalho, eu e a sua filha dependemos disso para viver, sabia?! ---  Brunna disse, irritada.

Pedro soltou uma risada, virando a cabeça para o lado, logo voltando a encarar Ludmilla. --- Você está tranzando com a sua chefe, todos sabem, ela não te mandaria embora, não se faça de idiota, Brunna , não tente me fazer de idiota!

--- Você não acha que está sendo um pouco inconveniente? --- Ludmilla perguntou.

--- Não, e não se meta, meu assunto é com a Brunna, e toda essa palhaçada que as duas estão fazendo.

--- Ah, por favor. --- Brunna revirou os olhos. --- Palhaçada é sua vinda até aqui.

--- Fala logo o que você quer, nós temos coisas mais importantes para tratar... Como, a próxima edição da minha revista, então, por favor, anda logo, fala o que você quer. --- Ludmilla disse.

--- Que essa palhaçada acabe, isso está confundindo a cabeça da minha filha, ela é só uma criança de cinco anos, e isso pode influencia-la de algum jeito.

--- Tipo, minha filha ser lesbica? --- Brunna franziu o cenho. --- Olha, não irei me importar, meu amor por ela não vai diminuir, e ela continuará sendo a minha filha, Pedro.

--- Ah por favor. --- ele se levantou. --- Eu já avisei, já o que acho sobre, e não quero a minha filha no meio disso, vendo isso, achando certo, pois não é.

Naquele momento Ludmilla viu o seu pai ali, falando com ela sobre seu namoro com Brunna, e sobre o fato de ter uma filha bissexual, e isso doía. Ela não se importaria se Donna fosse lesbica, assim como Brunna ela a amaria, aconselharia, e protegeria com a própria vida, pois era assim que mães faziam, arriscavam a vida para salvar seus filhos.

--- Você não tem o direito, realmente não tem. --- Ludmilla se pronunciou. --- Você nem se quer ajuda a sustenta-la, deixou tudo nas costas da Brunna, para ela resolver, não estou falando que dar dinheiro te faz pai, mas participar da vida da sua filha sim, isso te faz pai, deixar a menina plantada te esperando na recepção, apenas para ter uma rapidinha com uma das secretarias, não te faz pai, te faz um idiota, hipócrita, imbecil, e quando você perceber o que perdeu, não adiantará correr atrás, por que ela não vai querer mais a sua atenção.

--- Você não deveria se meter. --- Pedro se aproximou. --- Nem me julgar, por que você não é ninguém pra isso.

--- Ela é, ela é tão mãe da Donna quanto eu, agora se não vai falar nada que presta, some daqui.

--- Eu vou Buh. --- ele disse, fazendo Brunna bufar pelo apelido. --- Mas esse assunto não acabou, e não se assuste quando o meu advogado for bater na sua porta, por que eu não quero que minha filha cresça em meio a essa... Palhaçada que vocês chamam de amor.

Pedro se virou, saindo da sala em seguida, deixando Brunna com lágrimas nos olhos, e cara de choro. Ao notar o estado de Brunna, Ludmilla andou até ela, abraçando-a o mais forte que podia, beijando sua testa.

--- Eu não vou deixar, ok? Eu não vou deixar ele fazer isso, a Donna vai ficar com a gente. --- ela sussurou, sentindo o peito doer, ao ouvir Brunna chorar.

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