Towers✔🦋

◉✿ - 4 CAPÍTULO - ✿◉

— Eu quero saber de tudo! — Ally gritou assim que viu a negra se aproximar.

Ludmilla pisava na areia sentindo os pés afundando na areia, gostando de sentir a areia fofinha entre seus dedos, sorrindo abertamente ao ver Ally.

Ludmilla prendeu o cabelo em um coque e abraçou sua amiga, colocando sua bolsa na areia junto as coisas de Ally. Acenou para Dinah que estava brincando na areia ao lado de um pequeno garoto que Ludmilla julgou ser algum primo ou sobrinho dela.

— Não tem nada para saber. Quer dizer, nós vamos para o Caribe, você também Dinah, se quiser. As praias são maravilhosas, e os homens caribenhos então...

— Não fale como se gostasse, sabemos que não Lud. — Ally comentou, e Ludmilla deu um tapa no ombro da amiga arrancando algumas risadas de Dinah. — O que é? Não estou no meu horário de trabalho, estamos aqui apenas como amigas.

— Devo concordar com a Lud, os homens de lá são maravilhosos, mas... — Dinah olhou para Ally. --- Ninguém supera você gatinha. — ela piscou para a namorada.

— Eu sei, realmente tenho dedos maravilhosos. — Ally piscou para ela.

— Eu não acredito que ouvi isso. Por Deus Ally, tem crianças aqui! —Ludmilla repreendeu a amiga.

— Dedos maravilhosos no sentindo de... Eu tenho dedos bonitos, não tenho amor? São apenas bonitos... é. — Ally balançou a cabeça afirmando.

— Amor ele nem se quer está ligando para o que você diz. — Dinah riu.

— Isso é importante, deixe ele assim, escutar a Ally é realmente uma coisa que não devemos fazer.

— Concordo com você, Ludmilla. — Dinah disse.

—Calem a boca vocês duas. — Ally revirou os olhos. — Anda logo, Lud, o que aconteceu ontem?

— Eu quem devo perguntar como foi a consulta médica, está tudo bem com você Dinah? — Ludmilla olhou para Dinah.

Dinah franziu a testa encarando Ludmilla e depois Ally sem entender muita coisa, e não demorou para que Ludmilla percebesse o que tinha acontecido de verdade.

— Ally me disse que vocês iriam na médica para resolver mais alguns assuntos sobre a inseminação. — Ludmilla disse com os braços cruzados, encarando Ally.

— Bem, os resultados ainda não saíram, mas nós iremos voltar lá na semana que vem para fazer o exame e ver se eu estou grávida. — Dinah respondeu.

— Foi por um bom motivo, Lud. — Ally disse.

— Espero realmente que seja. — Ludmilla cruzou os braços.

— Love, vamos dar um mergulho agora. — Dinah se levantou pegando o pequeno nos braços, e deu um selinho rápido nos lábios da namorada antes de ir até o mar.

— Prossiga. — Ludmilla pediu.

— Pra começar não de um de seus shows e nem me xingue muito... Mas eu só queria que você visse que vocês duas podem dar certo de novo, como uma família, você ainda ama ela Lud. — Ally segurou na mão da amiga, e Ludmilla suspirou.

— Eu tenho o meu marido, minha própria família.

— Você, o Lukas, a Prada e o Hatchi? Sério Ludmilla? — Ally bufou. — Sei que você ama seus bichinhos, mas você precisa de amor, carinho, atenção, um marido que te ame, ou uma esposa.

— O Lukas... ele me ama. — Ludmilla afirmou balançando a cabeça

Ludmilla sabia que não, talvez no começo, nos primeiros anos, ou até mesmo quando eles tentaram ter o primeiro filho. Lukas estava lá para dar o seu apoio quando não deu certo, ele sofreu também, mas amor? Dizer que ele estava ali por amar Ludmilla? Não, e ela sabia.

Esse sentimento já havia acabado, e todos os boatos sobre possíveis traições que saiam na mídia eram verdadeiros, ela sabia, mas estava acomodada demais naquele casamento e tão focada em outras coisas que nada mais importava.

— Não... — Ally murmurou. — Você sabe que não, e você também não o ama, estão apenas acostumados a ter um ao outro.

— Nós não somos os mesmos desde que eu perdi o nosso bebê, nos afastamos e eu sofri, porque de certa forma, eu me casei porque gostava dele.

— E isso só prova que ele não merece você, meu doce. — Ally abraçou a amiga pela cintura, formando um bico nos lábios finos beijando o rosto de Ludmilla. — Mas a Brunna... ela ainda te olha com amor, desejo... Ela te ama ainda.

— Ela nunca amou de verdade. — Ludmilla se afastou, tirou o short jeans e a blusa, ficando apenas com o seu biquíni branco que realçava suas curvas.

— Me conta o que houve, você nunca quis dizer sobre a moça que roubou seu coração, e depois...

— O quebrou? — Ludmilla olhou para Ally pelo canto dos olhos, guardando a roupa dentro da bolsa.

— Só fala, Lud.

— Nós estávamos juntas há dois anos, eu amava ela, e ela também parecia me amar. Na época eu estava tendo alguns problemas na família, meu pai não suportava o fato de ter uma filha bissexual e me proibia de sair para ver a Brunna... minha vida estava um verdadeiro inferno. — Ludmilla suspirou. — Mas eu não desisti dela por isso. Minha mãe me ajudava a fugir as vezes pra ver ela e foi assim durante um tempo, até nós brigarmos. Não me lembro bem o motivo da briga, mas me lembro dela sair batendo a porta, me deixando no quarto chorando o resto da noite. Alguns dias depois fizemos as pazes, e foi bom. — Ludmilla sorriu, e Ally pode ver os olhos chocolates brilharem.

— Sexo é sempre bom, ainda mais com a pessoa que amamos. — Ally comentou baixinho, Ludmilla balançou a cabeça concordando.

— Ela estava estranha, se mantinha afastada, chorava do nada e me tratava mal as vezes, mas eu não liguei, era uma fase, nós iríamos superar. Então ela marcou um jantar na casa dela, e eu me empolguei sabe, comprei um anel... — Ludmilla parou quando sentiu a voz vacilar. Ela respirou fundo e continuou. — Ela me contou que estava grávida naquela noite, e eu iria pedir ela em casamento. Nós brigamos, eu disse que tinha nojo dela e nunca mais queria ver ela na minha frente. Fui embora, vi ela uma vez quando ela estava grávida, no aniversário da Fernanda, mas eu não falei com ela, e nem ela comigo, e eu estava pensando em ir, até o Pedro parecer.

— Ah Lud. — Ally murmurou. — Desculpe, se isso ainda é uma ferida aberta pra você, eu não falo mais, não farei mais nada pra tentar bancar o cupido, me desculpe.

— Tudo bem. — Ludmilla sorriu minimamente.

— Mas eu posso te perguntar uma coisa? — Ally perguntou, e Ludmilla assentiu. — Você ainda ama ela?

— Sim.