◉✿ - 59 CAPÍTULO - ✿◉

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Contra sua vontade Brunna foi levada para sua casa assim como Donna e Silvana, Luane e Mia garantiram que ficariam atentas a qualquer notícia que fosse e às avisaria, alegando que elas precisavam descansar e se acalmar, para só então voltarem ao hospital.

Os médicos não falavam o que realmente estava acontecendo deixando Brunna sentir como se estivesse em meio a total escuridão, perdida e sem nada que ela pudesse realmente fazer para ajudar. Isso era tão ruim. Silvana abriu a porta de casa lentamente e foi para dentro sendo seguida por sua nora, e trancou a porta em seguida, encostando-se nela com seu olhar triste e vazio.

Donna tinha chorado no colo de sua mãe até pegar no sono dentro do hospital mesmo, e Silvana estava tão desesperada quanto Brunna por notícias de Ludmilla, notícias que não chegavam, mas precisava se acalmar antes de voltar para o hospital.

— Eu vou comer algo antes de descansar querida, você quer? — Silvana perguntou secando as lágrimas que ainda desciam em seu rosto, contendo o choro.

— Estou sem fome Sil, mas obrigado, vou colocar Donna na cama, Lauren disse que virá mais tarde para tomar conta dela enquanto voltamos para o hospital.

Silvana assentiu e caminhou até a cozinha devagar. Com seu vestido de noiva começando a pesar e incomodar, Brunna subiu as escadas quase se arrastando, chorando baixo enquanto carregava a filha, tomando cuidado para não acorda-la, a pequena Donna também estava desesperada.

A casa ficava vazia demais sem Ludmilla, sem brilho, sem vida.

Brunna tinha se imaginado entrando naquela casa ao lado de sua esposa, felizes com a nova fase de suas vidas, e não sozinha e sofrendo com o fato de Ludmilla estar sozinha em uma sala de hospital era tão angustiante, ainda mais quando ela não sabia do estado de Ludmilla ou Jasmine.

A morena colocou Donna em sua cama com o máximo de cuidado e cobriu a menina até os ombros, passando o dedo em seu rosto admirando seu pequeno e único ponto de paz antes de se levantar e ir para o banheiro, Brunna olhou-se no espelho e desabou mais uma vez, tirando o vestido de noiva enquanto soluçava, e o choro apenas piorou enquanto ela caminhava até o chuveiro.

A água caindo sobre o corpo de Brunna à deixou com um pouco de paz, mas não muita. Sua cabeça doía agora e seus olhos estavam inchados e pesados. Ela esfregou o rosto tirando toda sua maquiagem e fez o mesmo com o corpo, saindo em seguida, enrolada no roupão de Ludmilla. Tinha o seu perfume.

Brunna decidiu que não ficaria em paz em casa enquanto Ludmilla estava lá sozinha, ela voltaria para o hospital. Gonçalves colocou seu moletom e deixou o cabelo úmido solto, calçando os sapatos indo para o quarto de Jasmine. Com calma e seguindo a pequena lista que lhe foi dada ela arrumou a mala de maternidade de sua filha e logo a de Ludmilla, pegando ambas e indo para o seu carro, sem nem se quer avisar Silvana.

A mulher tinha dormido após chorar como nunca em sua vida, e Brunna preferiu deixa-lá descansar.

O caminho até o hospital foi angustiante demais, Brunna mal conseguia se concentrar no trânsito e pegou o caminho errado algumas vezes, o que só demorou mais. Ela estava fora de órbita sem notícias de Ludmilla. Depois de quase uma hora ela chegou ao hospital, pegou as malas e desceu do carro vendo Luane do lado de fora conversando com Ally, ambas muito preocupadas.

— Você deveria estar descansando. — Ally disse se levantando e Luane fez o mesmo. — O médico ainda não deu muitas notícias, apenas perguntei a uma enfermeira se Ludmilla estava bem e ela disse que está em trabalho de parto... — Ally mordeu os lábios sentindo as lágrimas cairem. — Dinah também está, isso tudo foi demais pra ela e a bolsa estourou.

Brunna deu um sorriso mínimo e puxou Ally para um abraço, deitando a cabeça em seu ombro chorando um pouco mais.

❍❍❍

As horas dentro do hospital se passavam cada vez mais angustiante para Brunna, ela nem sabia ao menos se tinha passado tanto tempo ali realmente, mas sentia como se fosse. Ela estava encolhida em um dos bancos abraçando as próprias pernas, começando a ficar nervosa pela falta de informações, estando prestes a quebrar aquela recepção se isso fosse fazer alguém lhe contar algo.

Luane não tinha saído do seu lado e Silvana para avisar que chegaria em pouco minutos, aquela altura a festa de casamento já tinha acabado e todos os convidados estavam sabendo do ocorrido, muitos tinham ligado para Brunna e outros até ido ao hospital para lhe oferecer palavras de apoio e saber sobre o estado de Ludmilla.

Brunna respirou fundo em total impaciência e se pôs de pé, puxando o cabelo — agora seco —, para trás andando de um lado para o outro na sala de espera.

— Se acalme. — Luane pediu com a voz suave e embarguada. — Por favor.

— Como vou me acalmar se não me dão notícias, merda! — Brunna estava alterada e com raiva, mas não Luane e a mais nova sabia disso. — Quero saber como está minha esposa e minha filha e ninguém aqui me diz nada! — ela continuou de pé e Ally foi até segurando seus ombros.

— Eu vou perguntar de novo, só se acalme. — Ally pediu dando tapinhas leves no ombro de Brunna e foi até a recepção.

Todas as pessoas ali olhavam para Brunna pelo canto dos olhos e comentavam baixo entre si, mas ela não se importava com a atenção desnecessária que estava ganhando. Ela viu um médico se aproximar e sentiu um frio na espinha, parando os olhos lacrimenjantes sobre o homem, sentindo medo, muito medo.

— Você é a esposa de Ludmilla Gonçalves Oliveira? — o homem perguntou e Brunna assentiu rapidamente. — Tenhos notícias boas e ruins também. — Brunna sentiu o coração parar de bater por um milésimo de segundos. — Ludmilla e a bebê estão bem, a menina nasceu grande e saudável, nasceu de trinta e sete semanas então ela não é considerado prematura. A notícia ruim é que Ludmilla não pode engravidar novamente, caso contrário é bem possível que ela não resista.

Num ato de felicidade instantâneo sentindo o medo dar lugar a felicidade sem tamanho, ela abraçou o médico, molhando seu jaleco com as lágrimas e agradecendo por ele ter salvo Ludmilla, apesar de que dar a notícia de que ela não poderia engravidar de novo seria bem complicado, mas o que importava era que ela e Jasmine estavam bem.

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