◉✿ - 7 CAPÍTULO - ✿◉

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Ludmilla desceu do táxi, andando rapidamente para dentro do prédio aonde Fernanda morava com sua família, seguindo em direção ao elevador, e apertou o botão que a levaria para a cobertura aonde a amiga morava. Depois do ocorrido entre Donna, Ludmilla e Brunna, a negra passou alguns dias pensando naquilo, ignorando ainda mais Brunna e tudo referente à ela, optando por não vê-la na maior parte do tempo.

Isso ajudaria, não é? Não!

Isso não fez com que Ludmilla pensasse menos nela, não fez que Ludmilla a esquecesse, muito pelo contrário, ela não parou de pensar em Brunna. E em um certo momento, até chegou a trocar o nome do marido pelo dela, em um momento um tanto quanto íntimo, digamos assim, mas Lukas estava tão concentrado e extasiado com a sensação maravilhosa, e excitante de ter Ludmilla em seus braços, que não chegou a ouvir aquilo, ou apenas ignorou, Ludmilla não sabia ao certo. Mas de fato, ela não conseguia parar de pensar em Brunna, em momento algum de sua vida, então, nessa manhã nublada de uma sexta-feira, ela decidiu fazer uma vista para a amiga logo cedo.

As oito da manhã para ser mais exata.

Ao chegar na cobertura, Ludmilla andou até um dos poucos apartamentos naquele andar e tocou a campainha algumas vezes. Logo uma Fernanda descabelada, sonolenta e um pouco desnorteada, abriu a porta ficando completamente surpresa ao ver Ludmilla ali, sorrindo cinicamente por saber que Fernanda odiava ser acordada cedo, ainda mais estando grávida e bem mais cansada que o normal.

--- Espero que seja algo importante para você ter vindo interromper o meu sono, e o da minha babe girl. --- Fernanda esfregou a barriga por cima da camisola, abrindo um pouco mais a porta para que a outra entrasse.

--- Eu precisava conversar... Minha vida está uma bagunça. --- Ludmilla suspirou.

--- Ok, eu só vou prender o cabelo e acordar o Théo. --- Fernanda fechou a porta, tracando-a. --- Fique a vontade, a cafeteira quebrou, então se quiser café você sabe aonde ficam as coisas.

--- Recepção calorosa a sua. --- Ludmilla murmurou.

--- Também te amo! --- ela gritou enquanto andava em direção ao quarto.

Ludmilla colocou a bolsa no sofá, e iria seguir seu caminho para a cozinha, até o momento em que viu uma foto no móvel logo na entrada. Ela andou em passos lentos até lá, pegando O porta-retrato nas mãos, dando um sorriso fraco, e de certo modo repleto de amor pelos dois pequenos seres que ali estavam. Donna e Théo pelo que parecia em um passeio com suas mães no Gramercy Park, que ficava próximo ao apartamento delas, e ambos sorriam segurando as casquinhas de sorvete, enquanto Brunna aparecia entre eles, sorrindo, com Daiane do outro lado.

Elas costumavam ir nesse parque na época em que namoravam, principalmente quando estavam a fim de ter um pouco de paz, longe de casa, dos problemas, do pai de Ludmilla. Tudo que ela olhava parecia lhe transmitir uma lembrança automática de seus momentos ao lado de Brunna, e isso parecia arruina-la aos poucos. Ludmilla colocou a foto no lugar, passando os olhos em outras, e na maioria em que Théo estava, Donna também estava.

Apesar de parecer com o pai, Donna lembrava Brunna, o jeito, o sorriso, a risada e, as vezes até no sotaque, até mesmo os laços que Brunna usava, ela também estava usando em algumas fotos. Ludmilla não sabia o por que, e nem queria na verdade, mas ela sentia um carinho tão grande por aquela menina, algo que ela poderia jurar ser amor, um amor materno, por que céus, ela ainda amava tudo que vinha de Brunna, e considerava aquela menina um pouco sua também, mesmo não sendo sua filha.

Mas ela não podia se apegar, entregar seu coração novamente, seu amor. Brunna poderia magoa-la, ir embora, levar tudo junto à ela, e então Ludmilla se encontraria perdida novamente, sem saber o que fazer, em quem confiar, sem saber se seria ou não capaz de amar novamente. Então, o melhor para tudo isso era ignorar mãe e filha, por mais seu coração estivesse mandando-a dar um pé em Lukas e manda-lo para longe, apenas para que ela pudesse ficar com Brunna.

--- Bonitas não é? Daiane gosta de registrar os momentos em família. --- Fernanda disse, andando até Ludmilla. --- Você poderia estar em todas elas se não fosse tão teimosa.

--- Não sou teimosa, apenas evito a dor. --- Ludmilla suspirou. --- Eu ainda quero o meu café, e também desabafar. --- a negra piscou os olhos algumas vezes, formando um bico em seus lábios.

--- Vem, eu tenho que fazer o café da manhã do Théo, aproveito e faço o seu.

--- E Daiane , aonde está?

--- Ajudando ele a se arrumar. Ele anda meio manhosos e ciumento ultimamente por causa da irmã, então, hoje ele irá passar o dia comigo na boutique. --- Fernanda sorriu. --- Vamos.

Fernanda pegou uma chaleira dentro do armário, enchendo-a com água, colocando no fogo em seguida, e Ludmilla estava sentada com a cabeça deitada na mesa de vidro, fazendo desenhos imaginários com os dedos, esperando sua amiga lhe dar atenção.

--- Pode começar.

--- Bom, é a Brunna. --- Ludmilla suspirou.

--- Vocês finalmente se acertaram! --- Fernanda perguntou animada, e Ludmilla suspirou negando. --- É o que então, se beijaram pelo menos?

--- Não. --- ela negou novamente.--- Donna disse que a mãe ainda tem sentimentos por mim.

--- E você esperou que uma menina de cinco anos te falasse isso? --- Fernanda levantou as combrancelhas. --- Sério? Apenas de olhar nos olhos da Brunna quando fala com você nós percebemos que ela ainda te ama.

--- E o pior é que eu não sei o que fazer, eu não paro de pensar nela, sério, eu não consigo, eu cheguei a... Eu...

--- Você... --- Fernanda fez um gesto com a não incentivando-a a continuar, se encostando no mármore da pia.

--- Eu cheguei a dizer o nome dela enquanto eu e o Lukas.... Bom, enquanto nós dois...

--- Você disse o nome dela enquanto transavam?! --- Fernanda praticamente gritou, sem perceber que naquele momento o filho estava entrando na cozinha junto a Daiane, que tratou de tampar os ouvidos do garoto dando meia volta para sair dali.--- Aí meu Deus, desculpe filho! --- ela gritou.

--- Ele não ouvia nada, suas pervertidas! --- Daiane gritou em respostas, fazendo as outras rirem.

--- Foi isso, pra falar a verdade nós ainda não tínhamos chegado aos finalmente, ele estava me...

--- Poupe-me dos detalhes sórdidos querida, por favor. --- Fernanda fez uma careta, gesticulando com as mãos para que a outra não continuasse a falar. --- Obrigado.

--- Eu tô confusa, e não estava até ela aparecer sabe, eu ainda à amava, mas não parecia tão perturbador com ela longe, mas agora, ela trabalha pra mim, eu vejo ela todos os dias. --- Ludmilla choramingou. --- O que eu faço?

--- Converse com ela, e pare de fazer á difícil.

--- Isso iria ferir meu orgulho, meu ego... Não consigo.

--- Então continue a chamar o nome dela enquanto o seu marido... você sabe, se contente em ter alguns sonhos as vezes, imaginação também ajuda, e chore um pouco também, porque isso é o máximo que vai conseguir se não tentar. Eu sou amiga dela, não acho justo dizer tudo o que ela me conta, isso seria completamente horrível da minha parte, mas só saiba de uma coisa, ela sente sua falta tanto quanto você sente a dela.

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