◉✿ - 58 CAPÍTULO - ✿◉

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Depois da emocionante cerimônia a festa de casamento já tinha começado, todos tinham sido guiados para uma área um pouco maior do jardim aonde a decoração a era ainda mais linda que a do altar aonde estavam.

Ludmilla e Brunna estavam em uma mesa grande ao lado de suas amigas e mães, todos conversavam felizes e animadas, Lauren ainda chorava emocionada com tudo que tinha sido dito na hora da cerimônia, ainda mais quando Ludmilla disse para ele que mesmo com as desavenças e por ele ter roubado sua mulher no passado, ele agora tinha se mostrado um homem melhor, e de certa forma, ele e sua esposa e o bebê que ela carregava faziam parte da família.

Isso tinha arrancado algumas lágrimas de Pedro, já que ele estava particularmente sensível naquela tarde. Ludmilla — ao contrário de horas antes —, já não se sentia assim tão bem, ela não tinha deixado de comemorar com as amigas e sua esposa, sorrir e divertir-se, mas uma leve dor em seu ventre tinha se tornado incomoda o suficiente para que ela se sentasse, rezando para que aquilo passasse.

Ludmilla respirou fundo passando a mão em sua barriga tentando disfarçar a cara de dor com um meio sorriso que Brunna desconfiou, olhando bem para a feição sofrida de Ludmilla franzindo o cenho. Ela olhou em volta vendo que todos estavam concentratos em sua conversa animada, todos ali estavam muito animados.

— Você está bem? — Brunna sussurrou em seu ouvido tocando suas mãos. — Por favor, me diga que está.

Ludmilla olhou para Brunna com lágrimas em seus pequenos olhos castanhos brilhantes e o coração de Brunna se partiu em pedaços.

— Está doendo, talvez seja por que eu tive muitas emoções fortes hoje. — Ludmilla tentou explicar passando a mão em sua barriga, para o seu alívio Jasmine se mexia. — Vai passar.

— E se não passar? — Brunna olhou preocupada.

— Mas va... — Ludmilla parou de falar e soltou um gemido de dor, atraindo o olhar de Silvana, que estava sentada de frente para ela.

— Você precisa ir pro hospital, Ludmilla. — Brunna disse com uma seriedade fora do comum misturada a preocupação. — Vamo para dentro.

Ludmilla não disse nada apenas apoiou-se em Brunna e se levantou, tentando andar normalmente para dentro da casa e atrair o mínimo de atenção possível para sí, mas não deu. Os convidados — sem excessão de um —, observavam a cena com preocupação, mas antes de entrar para dar apoio à sua filha Silvana deixou claro que estava tudo bem e eles poderiam aproveitar a festa.

As pessoas não tinham acreditado muito naquilo, não mesmo, mas não tinha nada que eles pudessem fazer a não ser comentar sobre aquilo, mas o comunicado não valeu nada para as amigas do casal, e a mesa aonde todas ocupavam agora estava completamente vazia.

Brunna colocou Ludmilla sentada no sofá e sentou ao seu lado, passando a mão em seu rosto sentindo a pele suada e esquentando mais do que o normal.

— O que ela tem? — Silvana ajoelhou-se em frente as duas ficando apreensiva ao ver as lágrimas no rosto de Ludmilla, mas desta vez eram lágrimas de dor, de medo. — O que você tem minha vida?

Ludmilla gemeu alto novamente sentindo uma pontada forte em sua barriga e curvou-se devido a dor intensa, chorando desesperada como nunca antes em toda a sua vida.

— Normani vá pegar o carro! — Brunna gritou e viu a amiga correr para fora da casa com seus saltos enormes. — Vai ficar tudo bem meu amor, eu tenho certeza. — a morena estava tentando manter-se calma para deixar Ludmilla calma, mas não funcionava bem assim, o medo estava apossando-se de cada parte de seu corpo.

Brunna falhou ao tentar segurar as lágrimas e apertou a mão de Ludmilla, sofrendo ao ver seu sofrimento, era como se a dor fosse com ela nela mesma.

— O que a mamã tem? — a voz doce de Donna foi ouvida e todos olharam na direção da porta.

Antes que Pedro pudesse alcança-lá Donna já estava ao lado de Ludmilla no sofá, passando as mãos pequeninas em seu rosto com lágrimas em seus olhos, não entendendo o por que de sua mãe estar sofrendo daquela forma tortuosa.

— Mamã, fala comigo. — Donna choramingou ao ver Ludmilla gemer de dor novamente chorando alto ficando completamente alheia a tudo ao se redor. — Mãe, o que ela tem? Mãe! — a menina disse alto começando a chorar e todos estavam paralisados com aquela cena, sem saber o que fazer.

— E-estou bem meu amor, eu vou ficar bem, a mamã promete. — a voz sôfrega de Ludmilla ecoou baixa e Donna fungou segurando sua mão para dar-lhe apoio. — Mas você terá que ficar aqui com seu pai e a Rose, eu e sua mãe vamos para o hospital.

— Você não tá bem mamã, sei que não. — Donna abraçou a negra deitando a cabeça em seu ombro chorando.

— Faça o que Ludmilla está mandando meu amor, se acalme e vá com o seu pai. — Mia tentou pegar Donna em seus mas a menina estava relutante, agarrada a Ludmilla negando-se a sair dali, quebrando o coração de todos que assistiam a cena.

Normani apareceu na sala novamente ofegante abrindo a porta principal anunciando a todos que já podiam ir para o hospital, temendo por Ludmilla e Jasmine já que o hospital mais próximo ficava há meia hora dali, ou seja, ela teria que dirigir o mais rápido que conseguisse.

Ao ouvir a tia Donna soltou-se de Ludmilla e se afastou, vendo sua mãe se levantar apoiada em Brunna enquanto matinha as mãos em sua barriga, implorando para que Jasmine não à deixasse. Ludmilla não aguentaria uma dor como essas, não novamente, ela prefiria ir do que voltar para casa sem sua filha.

Normani dirigiu o mais rápido que pode até o hospital, saindo da estrada de terra e chegando na cidade depois de um tempo, passando sinais vermelhos e desrespeitando das demais regras do trânsito, mas aquilo não tinha importância alguma naquela hora, conseguindo chegar no hospital em tempo recorde.

O carro de Pedro vinha logo atrás, trazendo Silvana, Donna, Luane e Mia. A menina tinha se negado com todas as forças a ficar na festa, chorando alto e gritando pela mãe, o coração delas tinha se cortado com aquilo e Donna acabou indo também para o hospital, mesmo que fosse para ficar por pouco tempo.

— Eu não posso... — Ludmilla murmurou aos pranto sendo levada para dentro do hospital e Brunna a olhou. — Não posso perder ela, eu não vou aguentar dessa vez.

Brunna não sabia o que responder e então chorou, chorou como uma criança apertando a mão de sua esposa.

— Você é tão forte meu amor, você consegue eu acredito em você. — disse depois de poucos minutos, e assim que entraram no hospital os enfermeiros que passavam por ali viram o quão preocupante era a cena e a colocaram em uma cadeira de rodas, levando-a imediatamente.

Brunna seguiu firme ao lado de Ludmilla até a porta de uma sala, mas foi barrada por uma enfermeira quando estava prestes a entrar.

— Eu sou a esposa dela, eu não posso deixar ela sozinha, ela precisa de mim. — Brunna disse com pesar em sua voz, lágrimas grossas escorriam pelo rosto borrando toda a maquiagem. — Ela não pode.

— Desculpe-me, mas a senhora não pode entrar aqui. — a enfermeira disse com certa frieza e entrou na sala deixando Brunna sozinha ali aos prantos.

Brunna fechou os olhos com força chorando ainda mais, pedindo a Deus para que a vida daquelas que amava fosse poupada, pois ao contrário ela não saberia o que fazer de sua vida.

— Eu só preciso dizer mais uma vez que eu à amo. — a voz de Brunna saiu exasperada e ela sentou-se no chão ao lado da porta, sendo rapidamente amparada por Silvana. — Ela vai conseguir não vai? Ludmilla é forte, nem ela ou Jasmine vai nos deixar, não é?

Silvana mordeu os lábios para conter o choro e assentiu.

— Nossa Ludmilla é forte, ela vai conseguir.

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