◉✿ - 65 CAPÍTULO - ✿◉

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Todos na casa estavam desesperados por notícias de Donna. Pedro estava num canto mais afastado com Rose dizendo que tudo iria ficar bem e que iam achar sua menina, Ludmilla estava chorando se sentindo culpada pelo sumisso da menina enquanto Brunna dava assistência á pequena Jasmine, mesmo que estivesse mais do que preocupada com Donna, Luane estava com Silvana e Mia na cozinha - elas eram as mais calmas no momento -, ligando para algumas mães das amigas de Donna.

As vezes ela podia ter ido para a casa de alguma delas, não podia?

Daiane estava com a menina a caminho da casa, mas não avisou nada para ninguém, ela nem se quer lembrou disso, estava tão nervosa com Théo e Donna que acabou se esquecendo desse detalhe. Quando a campainha tocou Ludmilla foi a primeira a se levantar, correndo até a porta com o coração acelerado.

Todos olhavam esperançosos para a porta enquanto ela era aberta, Ludmilla estava com o coração na mão. Para o seu total alívio foi Daiane que entrou guiando Donna pelos ombros. A menina estava se cabeça baixa fitando os pés pequeninos e lágrimas desciam pelo rosto, ela estava relutante em voltar para casa, o lugar aonde achava que ninguém à amava.

--- Donna! --- Ludmilla gritou e automaticamente lágrimas cobriram seu rosto, ela puxou a menina para seus braços apertando e beijando seu rosto por diversas vezes.

Ela estava aliviada.

Pedro aquela altura estava ao lado de Ludmilla com Rose, Luane, Mia e Silvana tinham ouvido o grito da negra e foram correndo para a sala, a única que não tinha ouvido nada ainda era Brunna.

--- Filha você está bem? --- Ludmilla passou as mãos pelo rosto da menina, logo depois olhando para o seu corpo, conferindo se estava tudo em seu devido lugar, mesmo com as roupas grossas e pesadas. --- Meu amor você quase me matou de preocupação. --- ela voltou a abraçar a menina que se mantinha parada com lágrimas caindo dos olhos.

--- Aonde ela estava? --- Pedro olhou para Daiane.

--- Théo ajudou ela a fugir, estavam escondidos no quarto dele. --- Daiane suspirou olhando para Donna. --- Conte para sua mãe os motivos da sua fuga, huh. --- a ruiva tocou o ombro de Donna que soluçou se lembrando da conversa que teve com a tia no carro. --- Eu vou indo Ludmilla, ainda preciso conversar com o Théo. Tchau.

Daiane acenou para todos antes de ir embora, aliviada por ter deixado Donna em casa imaginando o desespero que sua amiga deveria estar passando. Ludmilla pegou Donna em seus braços e a menina abraçou à mãe pelo pescoço, chorando em seu ombro. Ludmilla sentou no sofá e Donna continuou em seus braços, agarrada à sua mãe.

Nunca em toda sua vida Ludmilla tinha se sentindo tão impotente, mal ou desesperada da forma que estava, Donna e Jasmine eram seu mundo, e Ludmilla era capaz de dar a própria vida pela segurança delas. A negra esfregou as costas da menina que soluçava e chorava intensamente. Pedro sentou-se ao lado delas e Rose subiu as escadas lentamente para avisar Brunna.

--- Por que você fez isso Donna? --- Pedro perguntou, sua voz estava firme apesar do alívio que sentia. Donna não o olhou, permanecendo com a cabeça baixa. --- Donna, eu estou falando com você.

--- Querida, olhe para o seu pai quando ele estiver falando. --- Ludmilla sussurrou para a menina que assentiu devagar virando a cabeça para Pedro, deitando no peito de Ludmilla com os bracinhos em sua cintura, num abraço apertado.

--- Por que você fez isso Donna? --- repetiu a pergunta com firmeza, não se deixando amolecer pelos olhinhos castanhos que tanto amava, nem pela cara de choro de sua filha. Alguém ali tinha que ser firme.

--- Mamã não me ama, não tem mais tempo pra mim, só fica com a Jasmine... --- passou a mão nos olhos secando as lágrimas, ou tentando pelo menos. --- Ela nem brinca mais comigo papai.

Pedro respirou fundo e sua atenção desviou-se da filha quando Brunna desceu as escadas correndo, desesperada, mas ao ver como Pedro parecia irritado ela parou, diminuindo os passos ao descer os últimos degraus. A sala estava vazia novamente, só os quatro estavam ali, resolvendo a questão como os adultos maduros que eram, deixando as diferenças de lado como haviam aprendido a fazer, tudo por amor a Donnna.

Ludmilla respirou fundo ao ouvir o que Donna tinha dito, sentindo-se culpada por não dar para a filha a atenção que ela merecia.

--- Donna, suas mães e eu te amamos mais que tudo nesse mundo, até mesmo Rose, então nunca duvide disso. --- ele passou a mão no rosto de sua filha, uma pequena cópia sua, falando amorosamente. --- Mas você precisa entender que sua irmã é um bebê e precisa de atenção, muita atenção, assim como Klaus vai precisar quando nascer, e o fato de nós darmos muita atenção para eles não significa que não amamos você.

Brunna estava impressionada. Nunca em cinco anos de casamento Pedro teve paciência com Donna, ou se sentou para conversar com ela como estava fazendo, aquilo indicava realmente uma grande mudança vinda dele. Brunna sentou lado de Ludmilla, fazendo com que a negra ficasse entre ela e Pedro.

--- Você acha que fez certo, deixar eu, seu pai e sua mãe preocupados Donna? --- Ludmilla perguntou e Donna negou ainda com a cabeça deitada no peito de Ludmilla. --- Você acha que fugir e fazer pirraça é o melhor jeito de resolver as coisas? --- ela negou novamente.

--- Imagine se toda fez que algo não sair como queremos nós jogarmos as coisas no chão... --- Pedro cruzou os braços dizendo com os olhos vidrados em sua pequena, baseado no que Ludmilla tinha dito para ele. --- nos trancassemos no quarto e fugirmos, conseguiríamos alguma coisa assim?

Donna colocou o dedo na boca parecendo pensar e Pedro se controlou para não sorrir do quão adorável sua filha estava.

--- Não Donna, não é assim que conseguimos as coisas. --- Pedro completou. --- Nada na vida nós conseguimos fazendo pirraça, minha filha. Você deve desculpas a sua mãe por ter agido daquele jeito com ela, por ter dito aquelas coisas e por ter fugido.

Donna soltou-se lentamente do aperto de Ludmilla ainda em seu colo, a menina colocou as mãos pequeninas em seu rosto vendo sua mamã com os olhos brilhando por causa das lágrimas, mas mesmo assim Ludmilla sorria doce para sua filha e Brunna apenas estava ali observando tudo.

--- Desculpa mamã, por fugir, por fazer pirraça e dizer aquilo. Eu amo você muito muito. --- ela fechou os olhos dando ênfase nas palavras. --- Do tamanho do mundo todinho.

--- Oh meu anjo. --- Ludmilla sorriu ainda mais deixando as lágrimas descerem. --- Mamãe te ama mais, do tamanho do universo. --- fechou os olhos imitando a filha que riu, abrindo-os em seguida. --- E eu desculpo você. --- ela beijou a bochecha de Donna.

--- Acho que o papai merece um beijo também. --- Pedro se aproximou delas abraçando Donna. --- E a sua mãe. --- ele olhou para Brunna.

--- Que tal um super abraço, huh? --- Brunna ergueu as sombracelhas e Donna concordou.

Pedro abraçou a filha com força puxando automaticamente Ludmilla para ele, e Brunna ficou de joelhos no sofá abraçando-os também. Ludmilla acabou sendo esmagada no meio daquele momento carinhoso, mas ela não se importava nada com aquilo. Brunna beijava o rosto de sua filha que ainda tinha os braços ao redor de Ludmilla, mas soltava uma gargalhada alta e gostosa, levando todos a rir também.

Nunca nenhum deles pensou que estariam desfrutando de um momento como aquele, não quando Pedro era um estúpido e Ludmilla não conseguia perdoar Brunna e fazia de tudo para feri-la. Mas no final as coisas acabaram bem melhor do que eles podiam imaginar.

Quando se separaram Donna pulou para o colo do pai, deitando a cabeça em seu ombro e sentindo o seu perfume preferido no mundo, um deles na verdade. A menina não fazia diferença no amor que dividia entre eles, e se sentia a criança mais sortuda do mundo por ter uma família diferente dos demais, com irmãos, duas mães, uma madrasta que mais parecia uma princesa - segundo ela mesma -, de tão doce e bondosa, e um pai cheio de falhas, mas que à amava mais que tudo no mundo.

--- Donna. --- Pedro chamou a atenção de sua filha, e até Brunna e Ludmilla que estavam abraçadas ao lado deles olharam.

--- Sim papai.

--- Você vai ficar de castigo por tempo indeterminado para aprender a não fugir de novo. --- o homem sorriu sem mostrar os dentes e o queixo de Donna foi ao chão, ela olhou para suas mães que sorria da mesma forma que Ludmilla.

Elas não iriam desautoriza-lo de forma alguma, os três eram responsáveis por Donna e sua educação então sim, a menina estava de castigo.

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