Pv.Ludmilla
Desci do meu carro e pude sentir o peso do dia cansativo de trabalho. Ao pisar nos degraus da varanda de casa, pude ouvir o som do choro estridente de Theo, mas ele nunca chora.
Abri a porta rapidamente e entrei correndo, procurando o com do seu choro, encontrei-o junto com Brunna.
Brunna tinha as mãos sujas de sangue, uma mão espalmada na bunda de Theo e a outra em suas costas, ela chorava desesperadamente enquanto seus joelhos estavam dobrados.
Theo batia com força na porta de vidro que dava para o quintal.
-- Brunna, pelo amor de Cristo, o que aconteceu?-- Perguntei desesperada tirando meu blazer rapidamente e me agachando ao seu lado.
Theo ouviu minha voz e pulou para cima de mim, chorando ainda mais.
-- Ei querido, está tudo bem, está tudo bem.-- Ninei enquanto ele chorava que até doía os ouvidos.
-- Ele morreu.-- Brunna sussurrou.
-- Ele morreu.-- Sussurrou de novo.-- Quem morreu Brunna?-- Perguntei confusa e ela me olhou, seus lábios tremiam.
-- Caleb.-- Disse voltando à chora e eu continuei encarando-à, sem reação.
-- O Caleb?-- Perguntei sem acreditar e Brunna assentiu enfiando o rosto entre as mãos. -- Shh, está tudo bem Theo, pare de chorar querido, por favor.-- Pedi balançando-o, tentando acalma-lo. -- Como isso aconteceu?-- Perguntei voltando o olhar para Brunna.
-- Ele foi...-- Soluçou. -- Atropelado.-- Suspirei e me aproximei agachando frente à ela.
-- Ei, ele foi um bom cachorro.-- Falei apertando seu ombro. -- Talvez tenha sido melhor assim, precisamos seguir, podemos comprar outro cachorro, não é Theo?-- Perguntei e ele enfiou o rosto no meu pescoço, todo manhoso.
Brunna balançou as mãos como se dissesse para eu ir fazer seja lá o que eu queria, suspirei e olhei para Theo que soluçava mas não chorava mais.
-- Acho melhor tomarmos um banho não é? Para relaxar?-- Perguntei beijando sua testa e olhei para Brunna que continuava com o rosto entre as mãos e seus ombros balançavam devagar.
(...)
Depois de ter dado banho em Theo e colocado ele para dormir, desci as escadas em direção à porta de saída, onde Brunna continuava da mesma forma.
Me agachei à sua frente e toquei seus joelhos, ela se jogou no meu colo me fazendo sentar e ela sentar no meu colo como um bebê coala, as pernas atrás das minhas costas e os braços em volta do meu pescoço.
-- Não fica assim amor, eu sei o quanto ele era importante para você e o Theo, mas você precisa parar de chorar, essas coisas acontecem, sei que foi cedo demais, mas infelizmente você não pôde ajudar.-- Eu tentava acalma-lá. -- Vamos tomar um banho?Uh? E tentar esquecer isso?-- Perguntei acariciando suas costas e ela assentiu devagar. -- Mas você precisa levantar, assim não consigo.-- Falei sorrindo e ela se afastou ficando sentada nas minhas coxas e levantou devagar.
Me estendeu a mão e quando levantei, enlacei sua cintura com o braço esquerdo e com a mão direita coloquei algumas mechas do seu cabelo atrás da orelha.
Sorri passando os dedos por seu rosto até chegar nos seus lábios onde eu apenas contornei com o polegar e me afastei minimamente para não cair em tentação.
(...)
Já tinha uns bons minutos que Brunna e eu estávamos na banheira do nosso quarto, eu estava com a cabeça na borda, com os pés esticados e as mãos apoiadas nas bordas laterais.
Enquanto Brunna estava no meio das minhas pernas, com a cabeça em meu peito e sua respiração estava leve.
Eu não tinha malícia nenhuma naquele momento, mesmo que toda hora Brunna se mexesse e esbarrasse uma das mãos em meu pênis.
-- Grrr, fica quieta.-- Pedi de olhos fechados e ela soltou um risinho puxando minha mão esquerda e colocando em sua barriga, abri os olhos.
-- Acha que é uma menina?-- Perguntou olhando para onde minha mão estava mesmo que a água cobrisse.
-- Eu quero que seja uma menina.-- Falei sorrindo.
-- Eu já tenho o nome se for uma garota.-- Disse me olhando por cima dos ombros.
-- Como?-- Perguntei em um sussurro por estar encarando seu pescoço, aquela parte do seu corpo que tanto me chamava a atenção.
-- Sophia.-- Gelei olhando para a parede. -- Não Sofia, Sophia.-- Respirei fundo.
-- Bu...
-- Por favor.-- Se virou um pouco para me olhar. -- Eu quero que seja Sophia, algo que me faça lembrar da minha irmã.-- Suspirei e olhei em seus olhos.
-- Tudo bem madame, como você quiser.-- Falei sorrindo e ela se inclinou.
-- Obrigada.-- Sorri e segurei seu rosto em minhas mãos.
Tomei seus lábios em um beijo calmo e lento, aos poucos Brunna foi se virando até estar de joelhos entre minhas pernas, as mãos em meus ombros e me beijando maravilhosamente, demonstrando o quão excitada ela já estava, não estávamos diferente.
-- Não aqui.-- Falei quebrando o beijo. -- Sexo aquático é horrível.-- Falei franzindo o nariz e Brunna riu.
-- A gente não ia transar, idiota.-- Apertou minhas bochechas e eu sorri mordendo sua mão.
-- Quando eu cheguei, que vi suas mãos sujas de sangue.-- Comecei.
-- Pensei que tinha tido um aborto espontâneo.-- Falei baixo e ela suspirou.-- Graças à Deus não, acho que eu não seria a única que estaria arrasada aqui se isso tivesse acontecido.-- Comentou e eu assenti.
-- Claro que não, eu estaria péssima também, ter mais um filho com você, isso é parte da realização de um sonho, só falta mais um por cento e tudo que sonhei na vida estará se realizando.-- Ela sorriu.
-- E posso saber qual é esse um por cento?-- Perguntou mordendo o lábio.
-- Um mágico nunca revela seus segredos.-- Falei metaforicamente.
-- É mas você não é um mágico, desembucha.-- Ameaçou enfiando as mãos nos meus cabelos.
-- Não senhora, sabe o que eu vou fazer agora?-- Perguntei me inclinando um pouco pra beijar sua barriga.
-- Não, o que?-- Perguntou mordendo o lábio.
-- Vou beijar a minha namorada gostosa.-- Falei sorrindo e Brunna riu sentando em seus calcanhares e se inclinando, me dando um dos melhores beijos que já demos em toda nossa trajetória juntas.
Eu amava essa mulher, e nada me tiraria o direito de ama-lá muito mais.
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Portrait (Brumilla)
ФанфикLudmilla Oliveira, uma garota de dezessete anos, destinada à estudar em uma das melhores faculdades da grande Londres, tirou a sorte grande por ser aceita na Harvard ao lado da sua melhor amiga Patrícia Cristal. O que ela não sabia, era que o destin...