Capítulo 3

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...Cinco anos depois...

Pv.Brunna

Agora estou eu, indo em direção ao maior prédio de Londres, para uma entrevista na maior empresa do mundo.

Como eu consegui?Graças à minha melhor amiga Ohanna, ela é um anjo, e não estou mentindo.

Me identifiquei na portaria e logo estava dentro do elevador.

Eu não tinha passado muita maquiagem, apenas um rímel, batom rosa fraco e lápis de olho.

A porta de metal se abriu e eu saí, todos olhavam para mim, qual é?Eu estava feia?. Eu estava usando uma blusa branca de gola alta e mangas até o pulso, uma calça jeans azul fraquinho com rasgos na coxa e meu salto fechado preto.

Meus cabelos estavam devidamente arrumados, não tem como dizer que eu estava feia, pelo amor de Deus.

Me aproximei de uma mesa e decidi procurar informações.

-- Bom dia, onde é que estão fazendo as entrevistas?-- Perguntei simpática, ou tentei.

-- Oh céus, você está no andar errado. -- Cocei a cabeça --É o último andar, o cinquenta e sete, você está no décimo andar.-- Disse sorrindo e eu bufei.

-- Ok, obrigada.-- Saí de perto da mulher e fui em direção ao elevador novamente.

(...)

Nunca fiquei tanto tempo na droga de um elevador, credo. Quando a porta se abriu, quase tive um derrame cerebral. Era tudo lindo, muito lindo.

Saí imediatamente do elevador para que ele não fechasse. No canto direito, tinha um enorme sofá em formato de L e uma mesinha de centro no meio. Do meu lado esquerdo, tinha a mesa da secretária com um balcão enorme e atrás dela tinha as inicias L.O, franzi a testa e me aproximei do balcão olhando para frente onde tinha uma enorme porta de madeira.

--Olá.-- Falei arrastadamente e uma garota de cabelos loiros se levantou. -- Patrícia?-- Perguntei franzindo a testa.

-- Brunna? O que está fazendo aqui?-- Perguntou mais confusa que eu.

-- Vim fazer a entrevista, você trabalha aqui?-- Perguntei ainda chocada.

-- Trabalho...É, pode entrar naquela porta ali.-- Apontou para a porta de madeira -- Passa aqui depois, não acredito que é mesmo você.-- Soltou um sorriso fofo e eu retribuí agradecendo.

Caminhei até a porta de madeira e procurei uma maçaneta ou qualquer coisa que me colocasse dentro daquela sala.

-- Empurre.-- Ouvi a voz de Patrícia e olhei para ela com um sorriso idiota.

Empurrei a porta fazendo um som horrível que me deu vontade de gritar, mas me controlei.

Não tinha ninguém na sala, mesmo assim entrei e fechei a porta pesada, pelo menos para mim.

Caminhei em direção à mesa enorme que tinha ali e me sentei na cadeira de frente para uma poltrona acolchoada preta.

E de repente, uma mulher de cabelos pretos se levantou de trás da mesa, as pessoas aqui gostam de ficar no chão?.

-- Bom dia eu...-- Paralisei ao ver ela se virar.

Meu estômago revirou ao ver que o meu passado estava ali, e que talvez, ela seria minha chefe.

-- Brunna.-- Ela disse com um sorriso de lado.

Parei para olhar seu corpo, ela estava muito mais bonita que antes, seus olhos tinham um Castanho escuro forte, quase negros. Em seu corpo um vestido, ou eu poderia chamar aquilo de blusa e saia? Tudo nela era negro, todos os acessórios.

-- Ludmilla.-- Falei baixinho.

-- É um prazer te receber na minha empresa.-- Sentou na poltrona e cruzou as pernas, não deixei de olhar para suas coxas -- Veio para a entrevista certo?

Eu queria dizer que não e sair correndo dali, mas eu precisava do emprego à cima de tudo.

-- Sim.-- Falei simples e ela assentiu.

-- É seu.-- Levantou e eu franzi a testa.

-- Espera, como?Você não me fez nenhuma pergunta ou sequer perguntou se tenho experiência.-- Falei incrédula e ela sorriu.

-- Você não precisa de um currículo nem de entrevista Brunna, você estudou comigo, conheço tudo sobre você.

-- Infelizmente.-- Pensei alto demais e ela arqueou as sobrancelhas
-- Desculpa.-- Falei automaticamente.

Ela jogou um papel na minha mão e eu o peguei fitando aquelas folhas amareladas.

-- Você começa amanhã, não precisa se identificar na portaria, seu crachá estará pronto assim que pisar aqui. -- Assenti e me levantei

-- Obrigada.-- Foi tudo que eu disse antes de dar as costas e sair dali.

Passei por Patrícia completamente cega e fui em direção ao elevador. Quando cheguei no andar de baixo para pegar um táxi, disquei o número de Ohanna.

-- Oi Bubu.-- Fechei os olhos.

-- Que tipo de droga alucinógenas você usa?Arranjou um emprego na mesma empresa em que Ludmilla administra? Ohanna, você sabe o quanto eu odeio aquela mulher. -Falei irritada.

-- Bom dia para você também, eu não sabia que Ludmilla era a dona da empresa, eu fiquei sabendo ontem à noite, por Lari, eu tentei te avisar mas você estava morrendo de sono.-- Passei as mãos no cabelo e acenei para um táxi.

-- Tchau Ohanna, depois conversamos.-- Desliguei sem dar a chance dela falar e entrei no táxi.

Passei o endereço e logo estávamos partindo dali.

Passei tanto tempo da minha vida evitando me esbarrar com Ludmilla, para simplesmente agora, trabalhar todos os dias com ela, isso de fato, é horrível.

Meu passado estava batendo na porta novamente, e eu sei que assim que chegasse em casa, iria chorar enquanto comia um pote enorme de sorvete.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora