Capítulo 18

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Pv.Brunna

Desci do carro as pressas e entrei no jardim da casa de Brunna, bati na sua porta e nada.

Já estava escuro o suficiente, e eu não vou mentir que estava com medo do que havia acontecido com ela.

Bati mais algumas vezes e ela atendeu, entrei com tudo e ela fechou a porta, ficamos nos encarando por um longo tempo.

-- Você entendeu errado.-- Tentei.

-- Qual era o seu plano? Me sondar, me fazer ficar babando em cima de você, para depois me foder e sair como se nada tivesse acontecido?-- Perguntou irritada.

-- Eu nunca faria isso, você fala como se não me conhecesse Brunna, fala como se nunca tivéssemos sido amigas, eu te amo, você sabe disso, eu nunca neguei esse sentimento, eu jamais faria tal coisa com você.-- Ela balançou a perna nervosa.

-- O que ela quis dizer com "a outra"?  Você...Esta com outra pessoa?-- Perguntou abraçando o próprio corpo.

-- Você acha que eu tenho outra pessoa? Acha que eu te enganaria?-- Perguntei me aproximando.

-- Já disse que você é capaz de tudo.-- Disse me furando com seu olhar.

-- Brunna...

-- Não, sério, eu não...Eu não quero te ver mais.-- Disse me encarando
-- Você...Você está me iludindo, está com outra garota e quer me dar uma chave para a entrada da trouxidão.-- Mordi o lábio.

-- Você está errada Brunna, eu não tenho ninguém, pelo amor de Deus, acredita em mim.-- Pedi e ela suspirou indo se sentar.

Sentei ao seu lado e ela suspirou passando as mãos no cabelo e no rosto. Deitei a cabeça no encosto do sofá e fechei os olhos, quase que chorando.

Senti Brunna sentar no meu colo e no segundo seguinte, minha respiração ser impedida. Abri os olhos arregalados e Brunna estava me sufocando.

Segurei seus braços com força, tentando puxar o ar que ela tapada de entrar por minhas vias respiratórias e tentei empurra-lá.

-- Ludmilla.-- Ela disse chorando -- Ludmilla.-- Chamou mais alto e eu voltei à realidade.

Suor, frio, eu estava tremendo, e com falta de ar, olhei ao redor tentando me situar, estava em um quarto diferente. Olhei para o lado e Brunna me olhava assustada, tentando entender, vi que ela chorava.

Abracei ela com força e pedi para que ela não saísse do meu lado essa noite, ela assentiu e disse que iria ficar tudo bem.

-- Um pesadelo?-- Perguntou acariciando meus cabelos, assenti. -- Você estava pedindo socorro, sonhou com aquele dia?-- Perguntou um pouco acanhada.

-- O que...O que aconteceu depois que Thaissa me ligou?-- Perguntei olhando para ela que franziu a testa negando e abrindo a boca diversas vezes.

-- Você veio para cá, ficamos nos encarando durante minutos ou sei lá, eu não aguentei tanto tempo e te beijei, então viemos parar aqui, agora.-- Arregalei os olhos.

-- Nós não...

-- Não.-- Exclamou séria -- Não, não se preocupe, nós não passamos de beijos, você começou a chorar, e acabou dormindo.-- Suspirei.

-- Desculpa, eu sonhei que você...Tentava me sufocar.-- Disse e ela franziu a testa.

-- Ludmilla, por que sonhou isso? Está criando uma imagem psicopata de mim na sua mente.-- Passou a mão no cabelo.

-- Desculpa, eu não...Eu não comando meus sonhos.-- Deitei na cama novamente e Brunna deixou por cima de mim.

-- Está tudo bem, mas você tem que me recompensar.-- Disse mordendo o lábio.

-- Hum, de que forma?-- Enfiei a mão direita em seus cabelos e puxei seu rosto para perto.

-- Você tem que me dar um beijo, mas tem que ser O beijo.-- Disse olhando para minha boca.

-- Isso é fácil.-- Sorri convencida e selei nossos lábios começando um beijo calmo.

O que era para ser um beijo calmo, se tornou um furacão, Brunna passeava suas mãos por meu corpo, apertando onde passava e seus lábios já estavam furiosos sobre o meu, me deixando cada vez mais excitada.

-- Bu...-- Tentei mas ela mordia meu pescoço e deixava chupões ali.
-- Brunna, eu não quero passar dos limites.-- Falei apertando sua cintura.

-- Não vamos, eu só estou querendo um pouco mais do que fazemos normalmente.-- Disse contra meu pescoço.

-- Mas vai devagar, você vai me deixar marcas.-- Disse sorrindo.

-- É bom que todos saibam que você é minha agora.-- Disse olhando em meus olhos.

-- Sou?-- Perguntei sendo impossível conter o sorriso.

-- Minha, só minha.-- Mordeu meu lábio.

Passei as mãos por sua lombar e cheguei à sua bunda apertando ali e puxando-à para mais perto.

Brunna mordeu o lábio inferior e sorriu fazendo meu coração pular na caixa torácica.

-- Eu acho que eu deveria ter te beijado quando tive oportunidade.-- Disse desenhando coisas invisíveis no meu rosto.

-- Eu devia ter beijado quando eu quis.-- Falei convencida e ela riu.

-- Eu teria te dado um tapa na cara.-- Falou rindo.

-- Eu teria me apaixonado mais.-- Ela cessou a risada e ficou me encarando.

-- Há quanto tempo, você é apaixonada por mim?-- Perguntou séria.

-- Desde o dia em que você precisou de ajuda na fila do lanche.-- Disse sorrindo -- Quando estava toda distraída, quase derrubando tudo lembra?-- Ela riu.

-- Claro, você foi minha heroína, eu teria derrubado tudo se não fosse por você.-- Sorriu abóbada -- Então começamos almoçar juntas à partir dali.-- Assenti.

-- Eu sei que você se apaixonou por mim tem algumas semanas.-- Disse e ela suspirou negando.

-- Lembra quando eu disse que te amava em alemão?-- Suspirei sorrindo e assenti -- Eu queria que você entendesse que não era amizade.-- Mordi o lábio.

-- Por que fugiu de mim? Fugiu dos sentimentos que te rodava?-- Ela negou.

-- Eu não sei, talvez o destino quisesse que fosse assim, quisesse que nos encontrassemos depois de tudo.-- Disse beijando a ponta do meu nariz
-- E eu não me arrependo, por nada.

-- A espera valeu à pena, muito.-- Falei fitando seus olhos e ela suspirou como se tivesse tomando coragem.

-- Eu te amo, eu te amo muito, e eu...-- Fechou os olhos e os abriu novamente -- Eu tenho certeza que é você.-- Disse me encarando profundamente.

-- Eu o que?-- Perguntei mesmo sabendo a resposta.

-- Você é a minha pessoa.-- Sorri de lado.


Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora